Letter

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You're way more than worth it
But I don't feel like I deserve it
You got the pieces
You're my kind of perfect

Pov's: Helena
Eu e Mille caminhávamos em direção ao hospital enquanto ela me bombardeava de perguntas nas quais a maioria eu não conseguia responder, conseguia apenas olhá-la com uma expressão confusa e dar de ombros.
Finalmente chegou a uma das perguntas mais complexas para o meu cérebro sobrecarregado.

- E o Cellbit? - pergunta

Respiro fundo antes de dar qualquer resposta.

- Confusão - respondo

Era a única palavra cujo eu pensava para definir a situação com aquele garoto.

- Tô na bosta Mille - falo entrando no hospital

Ela bufa e balança a cabeça.

- Eu também Lena

- todo mundo indo embora, até eu fui embora, todos sentem a minha falta Mille - diz entrando no quarto. - Não sou a Helena que todos sentem falta

- Cala a boca Lena

- Eu não tenho memórias com você Mille - explico. - Eu não conheço você

- Puta que pariu Helena! - exclama. - Vai se foder, isso não é pra sempre, as memórias vão voltar

Fiquei calada por alguns segundos, talvez eu tivesse exagerado no drama.

- Tá bem - digo sentando na cama e deixando as muletas de lado. - Preciso de ajuda

Começo a gesticular como se isso fosse me ajudar a organizar os pensamentos.

- O que houve? - pergunta

- confusa, ouvi umas coisas do Léo que sei lá

- Ô caralho - diz revirando os olhos. - O que o Zé buceta disse?

- Não sei em quem posso confiar, é uma merda gigante - dou uma pausa. - Me sinto um balde de bosta

- Manda ele se foder

- E você acha que eu ainda não mandei? - pergunto.

Ela me fita.

- Daqui três dias é o meu aniversário, e eu não vou estar aqui - aviso

☕︎☕︎☕︎

Narrador:
Algumas horas depois daquela conversa no hospital Helena estava na casa de May. Segurava firme com as duas mãos uma carta, lia aquela papel com atenção, estava incrédula com a cada parágrafo daquilo.

Dia 15 de Fevereiro de 2015

Para: May, a irmã que enfrentou parte do inferno comigo.

Infelizmente não posso definir um motivo para isso, queria poder citar e esclarecer cada ponto que errei com todos.

Há um motivo para eu ter direcionado essa carta para você, você foi a única pessoa que me apoiou e a única que merece isso, a única amiga que eu consegui no mundo real e virtual.

Queria primeiramente pedir perdão por você ter recebido isso, provavelmente vai rasgar a carta assim que terminar de ler. Mas não vou estar aí para poder limpar os restos de papel, nem para dizer tudo o que contém aqui de novo.

Bom, você sabe que não sou nada boa com despedidas, mas essa precisa ser boa o suficiente.

Os anos nos quais passei com todos os problemas que tive acabaram por um certo tempo, e eu estive feliz enquanto conseguia viver. Mas esse tempo acabou, em alguns meses a minha vida se tornou insustentável. Não consigo mais lidar com o relacionamento no qual tenho com o Léo, não consigo mais aguentar essas agressões, não consigo suportar a morte do meu pai, não consigo suportar o ódio que sinto por tudo o que fiz até hoje e muito menos suportar me odiar por causa do que pensam e falam sobre mim.

Quando você estiver com esses papéis nas mãos isso tudo já vai ter acabado, tudo vai estar melhor e eu vou estar livre de tudo isso.

Só preciso agradecer por tudo que sua amizade me proporcionou e por todas as vezes nas quais suportou minhas lagrimas e tirou esse fim da minha cabeça. Obrigada May.

Disse que nunca diria um adeus definitivo para você nem para o meu gato, mas nunca é uma palavra forte demais, finalmente aprendi isso.

Adeus de sua melhor amiga, Helena.

Quando terminou aquela carta estava estática segurando aqueles papéis nas mãos com algumas lágrimas escorrendo pelas minhas bochechas.
A garota soltou uma série de palavrões naquele momento.

Não entendia aquilo tudo, achava ridículo e se perguntava se a "antiga Helena" na qual todos desejavam ter de volta era a Helena daquela carta. Haviam muitas dúvidas e perguntas rondando a sua mente como sempre.

Helena não entendia que aquela garota da carta não existia mais. A Helena daquela carta se fora há mais de um ano, a garota da carta era a garota infantil e impotente na qual deixara de existir. Aquela Helena definitivamente não era a garota que todos desejavam de volta, definitivamente não era.

May entra no quarto e fita Helena com aquela carta nas mãos, ficam estáticas ali por alguns segundos.

- Isso era uma carta de suicídio? - pergunta ainda incrédula

Antes que a garota pudesse responder Helena sente uma pontada forte cabeça, ficara tonta, suas mãos começaram a ficar trêmulas assim como as suas pernas, e em alguns segundos estava se caindo no chão como um saco de batatas.

☕︎☕︎☕︎

Enquanto mais uma confusão se instalava na vida de Helena, Cellbit se sentia um tanto desconfortável no lugar que estava.
As perguntas sobre a garota com quem ele saía eram frequentes quando estava com seus amigos. A maioria possuía consciência das noites de sono perdidas por causa da garota, a maioria tentava fazê-lo superar parte daquela situação.

Estava inquieto pela tal surpresa que a garota comentara, mas mesmo assim tentava se divertir com seus companheiros.

O garoto mal podia imaginar tudo o que houvera acontecido na vida da garota enquanto ele estivera fora, e mal podia imaginar todas as coisas que ainda estavam por vir.

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Heyyy, espero que tenham gostado do capítulo.

MUITO OBRIGADA PELO 1K DE VIEWS AQUI E 7K EM INTERNET FAMOUS!!!!

Peço desculpas pela "demora" em atualizar.

Tô com vontade de att duplo hoje :)

Se gostaram já sabem né??? Deixem um voto e um comentário, isso me ajuda muito.

like a ghost ☕︎ cellbit [book two]Onde histórias criam vida. Descubra agora