Shot

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Tonight we're fading fast
I just want to make this last
If I could say the things
That I want to say
I'd find a way to make you stay
I'd never let you get away

Pov's: Helena

Estávamos em um carro e ele estava em alta velocidade. Meu corpo era lançado de um lado para o outro devido a velocidade do carro, meus braços doíam devido aos puxões cujo eu levara por não querer acompanhar Léo, minha pele era sensível, qualquer coisa a machucava ou marcava.

- Amanhã é seu aniversário - diz o garoto.

Ele freou o carro bruscamente.

- Não vou te machucar Helena, você me conhece.

Continuei calada, aparentemente com Léo o silêncio seria mais violento do que qualquer palavrão ou xingamento cujo eu pudesse direcionar a ele.

- VOCÊ ME CONHECE! - gritou pegando a arma do colo.

Balanço a cabeça talvez me repreendendo, pensei em gritar que não lembrava dele e culpa-lo pelo acidente no qual me fez perder a memória. Entretanto conclui que não era algo sensato, mas eu caguei 100% para isso, não ligava se era sensato ou não, simplesmente não podia deixar aquilo tudo entalado.

- Você pode enfiar essa merda de arma no cu. Estando com ela ou não, não vai me fazer lembrar de você e também não vai mudar o fato de ter sido você o culpado de eu não lembrar - digo.

Ele ri em deboche.

- Você deveria ter mais respeito com um homem armado.

O garoto volta a acelerar o carro, havia cogitado a hipótese de me jogar do mesmo, porém me machucaria o suficiente para não conseguir fugir dele. Ou seja, aquilo basicamente só serviria para me machucar mais ainda.

Era angustiante estar naquela situação, era angustiante alguém aparecer e estragar tudo, era angustiante estar presa e completamente impotente.

☕︎☕︎☕︎

Em uma hora chegamos em um estilo de fazenda afastada da cidade. O garoto parou o carro saindo do mesmo com rapidez e abrindo a minha porta.

- Mais uma coisa - diz se pondo a minha frente.

Eu o encarei confusa.

Narrador:

Helena pretendia fugir de qualquer forma, isso era óbvio. Léo sabia disso, porém talvez houvesse cedido ao desespero para tomar uma medida daquelas, afinal, nunca pretendera machucar aquela menina.

Pegou sua arma com as mãos trêmulas e apontou para um dos pés da garota a sua frente.

- O que você... - a garota é interrompida por um barulho, logo em seguida dor quase insuportável.

Ela deixa algumas lágrimas escaparem logo após um grito agonizante. Logo o encarou por segundos seguidos tentando engolir o choro, tentando não demonstrar fraqueza.

"Ela não teria mais como fugir" pensou.

Ele estava certo, ela não teria mais como fugir.

like a ghost ☕︎ cellbit [book two]Onde histórias criam vida. Descubra agora