Remember?

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The girl who cries wolf every day
Ignored by gravity, but in the end, don't ask why

Narrador:

Uma confusão se instalara no hospital novamente, Helena não podia ter saído daquele lugar, não havia tido alta ainda e era esse era justamente o argumento de todos para colocar culpa em May.

Helena estava inconsciente na cama enquanto May levava uma bela bronca de várias pessoas.

É claro que May sabia o quão inviável era a viagem a aquela altura do campeonato "mas porra, é aniversario da Lena, preciso fazer isso por ela" foi o pensamento dela.

May definitivamente não desistia das coisas com facilidade, principalmente quando era de seu interesse e de Helena e ela certamente não desistiria desta viagem.

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Em algumas horas Helena acordara sobressaltada na cama do hospital. Assustou-se assim que viu May parada como um fantasma perto de sua cama a encarando. Semicerrou os olhos tentando melhorar a visão da amiga na qual estava totalmente borrada.

- Lena

- Eu tinha merda na cabeça em 2015 - murmura batendo a cabeça contra o travesseiro

May a fita quase implorando para que não comentasse mais nada sobre aquele ano.

- Ainda bem que você não lembra de nada - fala

May estava redondamente enganada, Helena já começara a recuperar boa parte de sua memória.

- Eu lembro

- O QUE? - grita

- Caralho - murmura Helena. - Eu lembro

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Não era tarde demais para correr até o aeroporto, não era tarde demais para fugir daquele lugar.

Assim que conseguiu, Helena saiu correndo junto com May do maldito hospital.
Quando finalmente as deixaram sozinhas planejaram um péssimo plano de fuga daquele local e por incrível que pareça ele deu certo. As duas ficaram assustadas com isso, nada nunca dava certo em suas vidas.

Então ao sair do hospital caminharam felizes pelas ruas da cidade em direção a uma estação de metrô que as levaria para o aeroporto.
Em alguns minutos de caminhada chegaram no famoso metrô, sentaram rapidamente em um dos assentos segurando firme suas malas.

- Se continuar correndo desse jeito vou ter que amputar minhas pernas - diz Helena ofegante

As dores no corpo ainda não haviam passado, assim como suas dores de cabeça, mas talvez a garota estivesse ansiosa demais para ligar.

- Vou amputar seu cu se você não parar de reclamar - respondeu May

Antes que Helena pudesse responder aquilo sua estação chegou. As duas pegaram suas malas e saíram rapidamente do metrô.

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Faltavam apenas dez minutos para o seu voo partir, estavam a ponto de perdê-lo. Na verdade como o destino sempre gostara de brincar com aquela dupla, era basicamente impossível que as garotas não tivesse algum tipo de obstáculo impedindo seus planos.
Pois bem, a série de acontecimentos intrigantes começara: primeiro uma série de pessoas paravam Helena várias vezes, logo depois o celular de Helena caíra na vala, May conseguira cair em uma poça de lama, ao atravessarem a última faixa de pedestre houvera um acidente que por muito pouco não as atingira e por fim quando conseguiram chegar na sala de embarque o embarque já estava sendo encerrado e por um minuto não perderam o voo.

Pov's: Helena

- AMÉM - quase gritei ao sentar no meu assento do avião

- Porra! - exclamou May afinando a voz

- Parece que a vida só quer foder com a gente - digo

E realmente era isso, a vida definitivamente parecia estar tirando onda com a nossa cara. 

Estava aliviada por finalmente lembrar de alguém, entretanto estava angustiada por lembrar só de alguém, muitas peças faltavam na minha cabeça na qual se tornara um quebra-cabeça nos últimos dias. A peça principal desse quebra-cabeça interminável era o garoto, Cellbit. Não entendia muito bem tudo o que possuía com ele e essa dúvida se instalara em minha mente assim que assistira alguns de seus vídeos, podia jurar que ele não era hetero.

- Droga - murmurei

- O que foi? - pergunta May

- Nada

A garota revira os olhos como de costume.

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Pov's: Léo

Finalmente consegui entrar no avião após uma grande confusão por estar extremamente atrasado. Jota me acompanhava e grunhia a cada palavrão que saía de minha boca, era incrivelmente careta em relação á isso.

Segui pelo avião até meu assento já dando adeus a Porto Alegre, deixando tudo para trás.
Pelo menos era isso que eu desejava, deixar tudo para atrás. Porém ao olhar ao redor no avião percebi a dificuldade na qual eu encontraria em deixar tudo para trás.

- Lena? - falo ao ver a garota quase saindo pela janela do avião

Percebi instantaneamente a minha necessidade de uma bebida para suportar aquele voo, precisava estar bêbado para não lembrar de sua existência naquele lugar.

Fiquei parado por algum tempo no meio do corredor do avião encarando as duas garotas sentadas ali, até o momento no qual fora obrigado a sentar no meu assento.

- Merda! - murmurei ao sentar longe da garota. - Porra, não é possível! - exclamo virando para Jota

Ele apenas me lançou um olhar de deboche colocando o cinto de segurança.
Ajeito-me no lugar bufando a cada movimento. Praguejava a garota por dentro, praguejava muito.
Era uma incrível ironia do destino, a garota era grande parte do que eu pretendia deixar para trás e era justamente ela que estava ali.

O avião finalmente decolou após as instruções de segurança, eu algo me dizia o quão seria difícil e angustiante aquele voo.

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Espero que tenham gostado do capítulo

Espero mesmo pq tô num puta bloqueio e tô achando tudo que eu escrevi uma bosta.

SE GOSTARAM JÁ SABEM, DEIXEM UM VOTO E UM COMENTÁRIO, ISSO ME AJUDA MUITO.

like a ghost ☕︎ cellbit [book two]Onde histórias criam vida. Descubra agora