Capítulo 9 - O pequeno Lucas.

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As nuvens estavam brancas no céu azul. Havia uma brisa gostosa naquela manhã. A copa das arvores dançavam graciosamente enquanto algumas pessoas faziam suas caminhadas matinais. Peguei o par de patinetes que carregava na minha mochila.

Caio estava correndo com fones de ouvidos presos em seus ouvidos, estava usando apenas uma bermuda de linho cinza e usava tênis. Sua respiração era continua e tranquila. O suor descia pela sua cabeça e descia pela seu peito e barriga tonificados pelos exercícios.

Era comum ter algumas mulheres sempre olhando para ele, ou até mesmo se aproximavam dele com segundas intenções. Não posso negar que isso me incomodava um pouco, mas era estranho ter esse tipo de pensamento em minha mente, eu era casado e com Doug e pelo pouco que lembro eu o...

Parecia que a palavra estava engasgadas em minha garganta, não queria sair e por mais que eu tentasse expeli-la ela teimava em ficar presa em minha boca. Parece um tipo de feitiço, não sei porque não posso dizer algo tão simples quanto isso.

- Então vai ser hoje – dizia Caio se aproximando e se mantendo na minha frente com um largo sorriso.

- Já estou pronto. – disse sorrindo.

- Oi, tudo bem? – disse uma garota tocando o ombro de Caio.

Ele se virou para a garota que o olhava com um sorriso no rosto, ela era morena, tinha cabelos negros cacheados e seus olhos eram castanhos claros. Usava a tradicional roupa de academia.

- Tudo. – disse Caio dando um sorriso simpático.

- Bem é que sempre vejo você correndo por aqui sozinho. – ela olhou brevemente para mim e se voltou a ele – ou com alguns amigos, nunca vi uma garota com você então eu estava pensando em...

Caio de uma leve risada e coçou a cabeça.

- Desculpe, mas eu sou casado. – ele levantou a mão e apontou para a aliança dourada em sua mão – Não é amor... - ele segurou a minha mão e me puxou para perto de si.

Ela olhou para mim e depois para ele e envergonhada disse:

- Desculpe eu não sabia. – e deu meia volta como se tivesse dado a maior mancada do mundo.

- O que foi isso? – eu o olhei.

- Não quero me envolver com ninguém. Meu coração já tem dono.

- Hmm... não sabia que você tinha se casado. – apontei para a aliança em seu dedo.

- Ah... Isso. – ele olhou envergonhado – Sim, já me casei.

- E quem é a felizarda?

Ele virou o rosto.

- Vamos você tem que se exercitar. Me acompanhe se for capaz... – disse ele voltando para a corrida dando um largo sorriso.

Após algumas horas de exercício, Caio me levou para a casa de Aline. Entramos pela cozinha e ouvi uma porta sendo fechada na entrada. Aline nos olhou um pouco surpresa.

- Vocês chegaram cedo. – disse ela se voltando para o fogão.

- Estamos no horário. Aline. – disse Caio de maneira seca.

- Me desculpem, acho que me distrai...

- Tudo bem. – disse pegando uma maça do balcão e a mordendo – Quem era que estava aqui?

- Tio Noa... – Lucas vinha correndo em minha direção e me abraçando.

- Oi Lucas. Como esta?

- Estou bem tio Noa...

- Que bom. Com quem estava?

- Papai, mas ele teve que voltar pro trabalho.

- Ah... Mas então o que tem pra mim hoje?

- Papai me deu um presente.

- Serio? E onde esta?

- Espera ai tio Noa, vou pegar... – disse ele correndo.

- É impressão minha ou o Lucas me ignorou? – disse Caio chateado com um sorriso no rosto.

- Desculpe tio Caio, mas eu sou mais legal.

- Ah claro... – disse ele revirando os olhos.

- Não briguem. – disse Aline – Lucas adora o Noac.

- Diga algo que eu não saiba.

- Lucas é muito fofo, mas então Aline quando vou conhecer seu marido?

Um estalo.

- Mas que droga!

- Ta tudo bem Aline? – perguntei enquanto ela se agachava para pegar algo que havia caído no chão e se espatifado.

- Sim, só deixei um prato cair...

- Ah, mas não se cortou nem nada? – Caiu perguntou.

- Estou bem. – dizia Aline com um sorriso no rosto.

- Voltando quando vou conhecer seu marido Aline?

- Ele vive viajando Noac... – disse Caio – Ele vem visita-los algumas vezes, mas é mesmo difícil encontrar ele em casa. Mas quem sabe um dia você não o conhece. Não é Aline.

- Isso mesmo... E Doug como vai?

- Vai bem. – disse sorrindo. – Só o vejo no final da tarde e no começo da manhã. Sabe é estranho.

- Como estranho? – Caio me olhou curioso.

- Não sei, sabe depois que comecei a entender melhor as coisas e depois dos meus bilhetes a mim mesmo, não me sinto numa relação com o Doug. Não aprecemos nenhum pouco um casal.

- Serio? – dizia Aline esboçando preocupação.

- Porque diz isso? – perguntou Caio.

- Não lembro de darmos um beijo na boca ou ate mesmo de... Vocês sabem. Essas coisas...

- Olha só tio Noa... – dizia Lucas voltando com um carro de controle remoto em seus braços.

- Que lindo!

- Papai disse que é o melhor carro do mundo.

- Porque ele diz isso?

- Porque os melhores carros são os Alemães...

Um estalo.

- Apesar dele ter sido criado na Áustria. – eu completei.

- Como sabia tio Noa?

- É uma frase que... – então eu me virei para Aline e Caio – Lucas você pode ir lá em cima? Leva o carro que eu já estou subindo, está bem?

- Tá bem tio Noa! – disse ele animado saindo correndo rumo a escada.

Olhei para ambos que agora me olhavam de forma seria.

- Quem é o pai do Lucas?

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