GÊMEAS

17 - Acho que vamos chegar a algum lugar.

VOU A DELEGACIA no dia seguinte a procura do Adam. Todos os olhares se volta a mim como se eu fosse outra pessoa. Talvez por conta do cabelo ou estilo de roupa, mas foda-se. A delegacia está cheia, ouço telefones tocando o tempo todo e pessoas indo em todas as direções. Acho difícil conseguir me comunicar com alguém desse jeito.

— Oi, eu gostaria de falar com o detetive Adam, por favor. — pergunto a um policial em uma mesa comendo uma rosquinha.

— Desculpa garota, mas isso aqui não é um dentista e eu não sou atendente. Isso é uma delegacia e para ser atendida só se for para prestar alguma queixa. — responde-me mal humorado.

Respiro fundo e engulo a grosseria do tal policial.

— Desculpa... Mas é importante. Eu sou Megan Carter. 

— Eu sei quem você é. — diz ele se levantando.

— Ei! Por favor. — o chamo.

— Ligue outra hora antes de vim sem avisar.

O mesmo passa por mim e me deixa falando sozinha. Sento-me em uma cadeira já velha e fico esperando para ver se vejo o Adam. Avisto uma mulher chegar desesperada dizendo que assaltaram sua casa, uma outra garota chora ao canto e não imagino o porquê. Todos conversam ao mesmo tempo. 

Resolvo sair. Estava sentindo-me extremamente sufocada. Me encosto na mesma árvore da última vez que vir aqui e espero qualquer movimento do detetive Adam. Pego o celular e mando uma mensagem para o Alex e para o Dylan avisando que ainda não tinha conseguido nada. Espero cerca de duas horas e finalmente vejo o Adam sair de dentro da Delegacia segurando um copo de café.

— Adam! — grito para que possa me ouvir.

— Megan! — exclama ele acenando brevemente para um outro policial e vindo em minha direção. — Você sumiu garota me arranjou um problema com seus pais, sabia? Eles exigiram que procurasse você...

— Mas já sou maior de idade e eu não fugi, pelo menos acho que não...— respondo em um dar de ombros. 

— Você não deveria ter sumido, só complicou toda a situação. Quero que fale com seus pais, está bem? Eu também sou pai e sei que não seria legal se minha filha sumisse.

— Desculpa detetive Adam, só estava me sentindo presa nisso tudo. Gostaria de falar com o senhor, pode ser? — pergunto apreensiva.

— Pode me chamar de Adam, não estou dentro da delegacia e já acabou meu turno então não estou mais como detetive. —  diz ele sorrindo abertamente. — E podemos sim, aconteceu alguma coisa? — pergunta desfazendo o sorriso.

— Gostaria que conversávamos em outro lugar...

—Ah, claro! Vamos a um café aqui perto.