Um Natal de Comédia

#361

'Quase...' 

Ainda me lembro do dia de ontem, foi tão bem passado ao lado dos meus irmãos e da minha mãe, que não o consigo esquecer por nada deste mundo. Quem me dera poder voltar atrás no tempo e repetir tudo o que se passou naquele dia, porque afinal de contas foi um dia de grande valor. 

"Marta, ainda estás a dormir?"

"Quem é?"

Eu ainda estava a dormir, pois é claro... ainda só são 8 horas da manhã, porque não haveria de eu NÃO estar a dormir?!

"João."

É claro, só me faltava mais esta para alegrar o meu dia.

"Sim, ainda estou a dormir, aliás, eu ainda ESTAVA a dormir."

"Desculpa, estava com esperança de que poderíamos dormir juntos nesta manhã de Inverno."

"Podes vir."

"A sério?"

"Vou mudar de ideias."

Quando acabei a minha fala, ele já se encontrava no meio dos meus lençóis e junto ao meu corpo friorento e super magro.

"Estás fria."

"Eu sei."

"Deixa-me aquecer-te, pode ser?"

"Não, eu fico bem, afinal de contas nem me estou a queixar."

"Não! Anda cá."

Repeti a palavra 'Não' umas mil vezes e mesmo assim ele limitou-se a enrolar o meu corpo nos braços dele e a respirar pró meu ouvido. Credo, ele não lava os dentes quando acorda?!

"Marta, desculpa, mas não consigo resistir mais."

"O quê?"

Do que é que ele anda a falar? Será daquilo de que todos andam a suspeitar e só eu é que não consigo descobrir o quê?

"Eu não consigo resistir à tentação de te poder ter entre os meus braços e poder respirar o cheiro doce e suave do teu cabelo."

QUÊEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE??!?!???!!? Ele não pode dizer uma coisas destas, não logo pela manhã quando me sinto mais vulnerável.

Mas Marta, se tu não quisesses que ele estivesse perto de ti a fazer estas figuras, então... porque é que aceitaste o convite para se deitarem juntos? E logo na tua cama?! 

É

E

s

t

r

a

n

h

o

.

Mas... tem razão.

"Marta, ... já te disse que...."

"Que?"

Que?

"Que eu amo-te?"

Ele não o disse, não...

"Não..."

*Suspiro*

Sinto-me tão vulnerável que não consigo juntar forças para retirar os grandes braços quentes dele de cima de mim, sinto-me vulnerável para ignorar quaisquer palavra vinda dele, sinto-me vulnerável aos... sentimentos expostos por ele.

Então é isso... era isso que todos sabiam, mas eu estava demasiado cega para reparar.

Ele tem sentimentos...

Ele tem sentimentos por mim...

"Marta, olha para mim."

"Não consigo."

"Porquê?"

"Porque me estás a prender e porque... estou vermelha de mais para te encarar."

"Tu ficas linda de qualquer maneira e acredita no que te digo... se eu amo-te, é porque irei sempre aceitar-te de qualquer maneira, sejas baixa, ou alta, tenhas cabelo ruivo, ou até verde, irás ficar sempre linda aos meus olhos, sempre linda para mim e nunca mudarás, porque o exterior é uma coisa, mas o interior é o que define a pessoa e tal como ela é."

Comecei a chorar e parece que uma das lágrimas embateu no braço dele, fazendo-o disparar do lado dele para cima de mim e super preocupado.

"Eu não... e-eu não te quero fazer chorar, muito menos ver-te assim. Se tens algo para me dizer, exigo que sejas o mais breve possível e a mais sincera de todas. Só te peço isso Marta, és a única pessoa a quem confio neste mundo a 100% e se te vejo triste eu morro."

Ambos trocámos olhares por um determinado tempo, até que ele não resistiu e limpou as minhas lágrimas colando a sua cara na minha e os seus lábios juntos aos meus. Nunca pensei chegar a ter uma manhã destas, mas pensando melhor depois de reflectir as ideias... até que gostei.

Acabámos agarrados um ao outro e adormecemos tal como planeamos desde o início. 

Que manhã mais estranha.

-

Olé

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PARTES CORTADAS:

A minha mãe acabou por nos encontrar agarrados um ao outro, com o João em cima do meu corpo e deitados na cama.

"O QUE VEM A SER ISTO?! Eu sei que tens sentimentos por ela, mas nunca pensei atirares-te para ela dessa maneira João. Tomam juízo e organizem-se ses faz favor."

E foi assim que acabámos por adormecer, porque afinal de contas ele já tencionava em retirar-me a camisola de dormir, porque ambos acabámos por nos "aventurar" até de mais, ... EU REFIRO-ME AOS BEIJOS EXCESSIVOS. Ugh! Vocês são demasiado perversos. (Passámos o dia inteiro a dormir, porque ainda estávamos cansados do dia anterior e tínhamos muita vergonha de encarar a mãe durante o dia inteiro depois do sucedido)