Pérola respirou profundamente, inspirando uma boa quantidade de ar antes de se sentar de maneira brusca e em decorrência disso bater a testa com força contra a de Connor, que devido ao susto arregalou os olhos e afastou - se um pouco para trás, levando a destra ao local atingido e o massageando para aliviar a dor presente alí.
- Você é doida. - Exclamou de forma risonha, o que fez com que a garota o encarasse seriamente antes de começar a gargalhar de forma alta e contagiante. Logo ambos se encontravam perdidos entre os risos até que o ar em seus pulmões se tornasse escasso e fossem obrigados a parar para respirar.
- Do que estamos rindo mesmo? - Indagou Connor, ainda com um sorriso no rosto.
- Eu tô rindo do seu cabelo lambido. - Provocou, fazendo careta.
- E eu da sua cara de bêbada. - Rebateu, levantando - se do chão e após limpar a poeira presente nas roupas, estendendo a mão para lhe ajudar a levantar.
Pérola ignorou a mão estendida, concentrando - se em observar a sua volta. O lago ainda era o mesmo mas tudo ao redor, era completamente diferente. Não haviam grandes árvores de troncos brancos e folhas avermelhadas, o canto dos pássaros não podia ser ouvido nem o som dos esquilos correndo pela grama, o céu era de um preto mórbido, como se uma grande tempestade estivesse por vir. Não se sentia em casa... O lugar se resumia em um silêncio melancólico, gritante, tudo que havia alí era ela, o lago e o olhar de Connor sobre si. Abraçou os próprios braços com força e o seu sorriso se desfez na mesma velocidade na qual havia surgido, dando lugar a uma feição triste e chorosa. Ele sentiu uma pontada no peito ao vê - la de falar forma, por algum motivo não conseguia sorrir quando ela não sorria.
- O que foi?
- Eu quero ir para casa. - Sussurrou em um tom trêmulo, fitando os próprios pés.
- Mas... Acabamos de chegar. - Ele se ajoelhou a sua frente e segurou seu rosto gélido entre as mãos de forma delicada, a fazendo trazer o olhar em encontro ao seu.
- Eu sei - Suspirou, com um olhar pesaroso. - Mas algo me diz, que se eu não voltar agora, talvez eu não volte nunca mais.
- Isso não é verdade!!
- Como sabe? Eu não quero ficar aqui para sempre. Sem o Brendon, sem meu pai, o tio Luke...
Connor tentou pensar em uma resposta que pudesse servir de conforto mas nenhuma veio em mente, porque ele não sabia, não sabia se ela ía voltar, e na real, ele não queria que ela voltasse. Achava difícil os deuses permiritem a sua volta; se ela é a guardiã, está destinada a ficar e passar os dias a porteger o Olimpo. Mas caso acontecesse dela voltar, os seus dias voltariam a ser sem graça apenas andando por aí a entregar mensagens.
- Eu sinto que devia lembrar de alguma coisa... - Levou a mão ao queixo, pensativa. - O que aconteceu depois que caimos no lago?
- Tecnicamente, nada. - Deu de ombro. - As ninfas nos trouxeram até a margem e eu acordei você. Ou melhor, você acordou e quase me matou te susto.
Ela concordou, forçando os olhos como se isso fosse trazer as lembranças roubadas de volta. Parecia ter algo a mais, algo que talvez ajudasse porém ela não estava lembrada de que exatamente. Seria coisa da sua cabeça?
- Mas o que eu tenho que fazer aqui mesmo? Você não explicou muito, hm?
- Eu também não sei. - Deu de ombro. Estava sendo sincero, já que realmente não sabia. - Só sei que por algum motivo, eu que vou ser seu guia a partir de agora.
- Mas você já não ía me ajudar antes?
- Na verdade, não.
- Traidor. - O socou no ombro, o fazendo cair sentado no chão.
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GUARDIÃ DO OLIMPO [01]
FantasíaUma criação. Única, fantástica e um tanto perigosa. Uma única criança, desde o berço carregando o fardo de ser a futura protetora do Olimpo. Ungida com o sangue de sete dos doze Deuses : Zeus, Ares, Poseidon, Afrodite, Atena, Apolo e Héstia, foi en...