2° - Quanto vale sua loucura??

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- Posso te fazer uma pergunta louca?? - Indagou, se inclinando sobre balcão e a encarando.

- Claro. - Lauren concordou com um aceno de cabeça, depois o encarou de volta, levemente envergonhada por tamanha proximidade, o que era bom, principalmente porque lhe possibilitava sentir o perfume amadeirado que tanto amava e que normalmente o mais alto tendia a sempre usar.

- É errado fazer uma loucura, se for por uma boa causa??

- Não. - Negou com a cabeça e ficou esperando uma explicação para tal pergunta. Em resposta, ele lançou um olhar para Pérola, o que a fez entender de imediato suas pretensões. - Você é louco. - Sorriu e balançou a cabeça em negativa.

- Sabe o que eu pretendo fazer, não sabe?

- Melhor ser rápido.

- Não vai me dedurar, vai?

- Em hipótese alguma. - Voltou a sorrir, mais uma vez exibindo seu sorriso dócil e brilhante, o que fazia pequenas rugas surgirem nos cantos dos seus pequenos olhos. Jerome pôr sua vez, inclinou - se um pouco mais em sua direção, arrumando uma mecha encaracolada atrás da sua orelha e depositando um beijo singelo em sua bochecha rósea, que ao simples toque se tornou rubra.

- Você é demais, Lauren !!

Exclamou euforicamente e agarrou a cesta, andando em passos largos em direção a saída. Logo que pisou do lado de fora do hospital recebeu uma dúzia de olhares apreensivos. Sua equipe estava esperando repostas e devido a tais expressões não tinham esperança de que fossem positivas.

- Ela está ótima mas agora eu tenho que ir. Se o xerife perguntar por mim digam que não me viram passar.

O grupo de homens se encarou sem entender mas assentiram, habitualmente leais ao líder. Apesar do temperamento difícil e da expressão quase sempre carrancuda, Jerome era do tipo que nunca se negava a ajudar qualquer pessoa que fosse além da lealdade inabalável que tinha pelos amigos, logo nas poucas vezes que se prestava a pedir algo, era prontamente atendido. Entrou no veículo e deu partida, sem dar mais explicações. Descendo devagar pela rua íngreme, virando na primeira esquina a direita e seguindo por uma estrada de terra batida que passava pelo meio da floresta Green, uma das florestas mais exuberantes da Alemanha, marcada por suas grandes árvores e a espessa fauna e flora. Em poucos minutos estava em frente a sua cabana de madeira de carvalho branco, cujo havia construído a alguns anos, cuidadosamente desenhando e projetando cada cômodo e detalhe presente na residência, colocando todo o seu amor ali. Uma das cabanas mais exuberantes da região, de fato.

- Chegamos, Pérola. - Exclamou, pegando a cesta e andando em direção a entrada, não deixando de reclamar sobre como a neve havia destruído os canteiros de margaridas que haviam em frente a varanda. Puxou a chave do bolso, batendo os pés contra o tapete para livrar - se da neve e abrindo a porta, calmamente deixando as botas ao lado do cabide. - Mas não vá se acostumando, você não vai ficar aqui por muito tempo.

Após o fim do expediente Lauren passou em um dos poucos mercados da cidade e após comprar alguns itens como fraldas, mamadeiras e leite para recém nascidos rumou em direção a cabana de Jerome

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Após o fim do expediente Lauren passou em um dos poucos mercados da cidade e após comprar alguns itens como fraldas, mamadeiras e leite para recém nascidos rumou em direção a cabana de Jerome. Arrumou o casaco dourado sobre os ombros e segurou a cesta com mais firmeza conforme andava em encontro a porta, dando duas batidas até que a mesma fosse aberta e recebesse passagem para entrar. Sabia que a criança precisaria de tais coisas e que Jerome não as teria ali. Após repousar as compras sobre a mesa da cozinha, se pôs a preparar o leite, imaginando que Pérola se encontrava faminta.

- Obrigado Lau, foi gentileza sua me trazer isso.

- Pode me chamar, caso precise de algo. - Sorriu, verificando a temperatura do liquido antes de aninhar a pequena em seu colo e começar a alimenta - la. Jerome sentou ao seu lado, apenas as observando.

- Quando nos conhecemos? - Indagou repentinamente, ainda a encarando com seus olhos cor de mel.

- Bom, a alguns anos. Quando a Laura ainda estava viva...

- Ah, sim ... - Concordou, um pouco entristecido por tal assunto ser trazido a tona, mesmo que por breves segundos. - O sonho dela era ser mãe, sabia?

- E te ver feliz também... - Desviou o olhar, passando a ninar a pequena para que ela adormecesse. Havia tido dois irmãos mais novos e por muito tempo foi a responsável por cuidar de ambos então tinha certa experiência com bebês.

- Lauren...

Estendeu a mão em sua direção mas não chegou a tocá - la já que a jovem mulher se pôs de pé antes disso, fugindo do contato propositalmente. Era explícita toda a angústia que habitava seu coração. Lauren colocou uma mecha dos seus longos cabelos loiros atrás da orelha e andou um pouco pela cabana, ainda balançando o bebê.

- Você merece alguém melhor, Lau... - Exclamou, a seguindo, mesmo sabendo que Lauren não desejava que o fizesse. Ela abriu a boca de forma relutante, prestes a dizer algo mas não o fez. Andou novamente em direção ao quarto, aconchegando Pérola na cama e se dirigindo a saída. Ele a seguiu.

- Amanhã eu passo aqui para ver como ela está.

- Não precisa ir agora. Posso fazer um chá e a gente senta na varanda conversando.

Com um sorriso triste apenas negou com a cabeça, se virando e indo embora enquanto finas lágrimas acariciavam suas bochechas. Sabia que ele nunca ía ser seu e ficar por perto só a machucava mais. Era melhor evitar, não queria sofrer de tal forma.

GUARDIÃ DO OLIMPO [01]Onde histórias criam vida. Descubra agora