Rinnegan 1

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Nunca corri tão rápido na vida, nem mesmo uando estava em perigo ou precisava perseguir alguém em uma missão. Meus músculos doem, mas eu os ignoro forçando meu corpo a continuar se movendo o mais rápido possível. Recebi uma mensagem da sakura faz meia hora avisando que Sarada havia entra em trabalho de parto, por que diabos eu escolhi justamente esse dia para fazer ronda do lado de fora da cidade?

A resposta é simples, é cedo demais. Ainda faltam duas semanas para o prazo que a médica nos passou para o nascimento, mas essas coisas são imprevisíveis e agora estou tendo que atravessar a maldita cidade correndo como um condenado. Por que existem tantas pessoas em Konoha? Por que elas não saem do meu caminho? Sei que a culpa não é delas, mas neste momento só posso praguejar e preciso de uma válvula de escape.

Para as pessoas ao meu redor devo ser uma visão no mínimo inusitada, não é todos os dias que se vê o marido da Hokage correndo desesperadamente pelas ruas da cidade. Meu coração estava acelerado e não era apenas pela corrida. Um único pensamento que rondava a minha mente, por favor que elas estejam bem.

Entrei praticamente arrancando a porta do hospital das dobradiças e parei em frente ao balcão com as mãos nos joelhos, tentei forçar o ar a entrar nos meus pulmões para perguntar onde estava minha esposa. Antes que conseguisse uma enfermeira se aproximou e me pediu para acompanha-la. Mal tive tempo de registrar a presença dos meus pais e Shikadai na sala de espera. O idiota estava sorrindo do meu desespero e fiz uma nota mental para esmurrar a cara dele depois.

Fomos até uma pequena sala que parecia um banheiro, tirei meu colete e entreguei as armas para a enfermeira que me passou um avental. Pude ouvir Sakura dando instruções para a filha e pedindo para ela não esquecer de respirar. Todo o meu corpo estava tenso, essa é a batalha mais difícil que já travei na vida e com certeza mais difícil do que pedir ao líder do clã Uchiha a mão de sua única, mimada, extremamente irritante e bocuda filha.

Quando estava devidamente vestido a enfermeira me deixou entrar na sala de parto, mas fiquei parado na porta sem conseguir me mexer por um momento diante da cena que encontrei. Minha esposa estava pálida, suada e chorava enquanto sua mãe tentava acalma-la. Bem diferente da mulher forte e briguenta com quem eu estava acostumado.

Sarada faz uma careta tentando sorrir quando me vê, mas parece uma careta. Me aproximo de sua cama para segurar a mão dela que esta quente em comparação com a minha. Sei que não é prudente segurar a mão de uma mulher dando a luz, ms posso aguentar alguns ossos quebrados se isso a fizer se sentir melhor. Sakura manda a filha empurrar o mais forte que puder e ela aperta minha mão com força. Retribuo seu aperto assegurando-a de que está fazendo um bom trabalho e que tudo vai acabar logo.

Ouço um choro baixo que dura pouco tempo e percebo pelo canto do olho a movimentação das enfermeiras. Tiro meus olhos de Sarada e acompanho o pequeno embrulho que Sakura carrega até nós pelo lado oposto ao que estou na cama, ela o coloca ao lado da filha e podemos ver nossa princesa pela primeira vez. Minhas bochechas estão doendo, mas não consigo diminuir o sorriso. Depois de todo o medo que senti pela chegada repentina de nossa filha, nada me deixou mais aliviado do que ouvir seus resmungos e ver os movimentos de seus braços como se recusasse a acreditar que saiu da segurança da barriga de sua mãe.

Só senti que havia começado a chorar quando as lagrimas começaram a pingar no lençol, minha esposa pegou a pequena criança nos braços e a aninhou como se nunca mais fosse solta-la.

-Obrigada.

Foi tudo o que consegui dizer com a pouca voz que me sobrava diante da beleza da cena. Sarada sorriu para mim e nossa filha se mexeu em seu colo como quem diz que não quer ser esquecida.

-Você quer segurá-la?

Fui pego de surpresa pela pergunta, mas assenti com a cabeça, minha esposa me passou a pequena criança. Ela era tão leva quanto uma kunai e tão preciosa quanto um pergaminho de jutsu secreto. Jurei naquele dia que nunca deixaria nenhum mal acontecer a minha filha. Só não sabia o quão miseravelmente falharia nessa tarefa.

-Seja bem vinda Aria.

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