Rinnegan 26

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Depois do dia em que invoquei uma Biju pela primeira vez, comecei a ter sonhos estranhos com elas, como se já as tivesse visto antes e pareciam de alguma forma menores. Logo já sabia distinguir cada uma delas, mas nunca contei aos meus avós ou aos meus pais sobre isso, assim como nunca falei sobre meus encontros com pessoas que deveriam estar mortas, tive medo de ser considerada louca pela minha família.

Acordei numa manhã e desci para tomar café, minha mãe estava correndo de um lado para outro procurando por alguma coisa.

-Bom dia.

Ela olhou para mim, como se tivesse esquecido que eu estava lá, isso não era muito comum apesar dela algumas vezes ser um pouco descuidada.

-Bom dia querida, você sabe onde seu pai guardou os remédios?

-No banheiro.

Ela balança a cabeça com aquele ar de quem sabe que a criança está errada, mas não se importa porque é só uma criança.

-Já olhei debaixo da pia.

-Papai colocou no armário porque a pia estava vazando água.

Ela já esperava essa resposta, seu pai deve ter esquecido de avisar que trocou a caixa de remédios de lugar e como não é uma coisa que eles usem com frequência, sua mãe provavelmente não percebeu.

-Quer que eu pegue para você?

Ela balançou a cabeça concordando.

-Por favor, como você deixa os seus remédios no quarto eu não abro aquela caixa a muito tempo, nem sei se tem o que eu preciso.

Ela se virou novamente para a pia, pegando uma caneca que estava em cima e um prato de omelete.

-Leve para o quarto do Tetsu por favor, preciso ver se tem remédio para febre lá.

Apenas me virei e corri escada acima para pegar a caixa, ignorando o aperto no meu peito. Não me importo de ficar doente, mas não quero ver ele sofrendo de forma nenhuma, faria qualquer coisa para cuidar dele.

Bati de leve na porta e abri, Tetsu sorriu ao me ver, seus olhos estavam vermelhos e o rosto pálido. Crianças ficam doentes o tempo todo, mas ele é meu irmão e fico com medo toda vez que ele adoece.

-Bom dia mana.

-Bom dia Tetsu. Aqui está a caixa.

Coloquei em cima da mesa e abri, já havia me tornado mais ou menos uma expert em medicações porque tive que tomar muitas, peguei a caixa do antitérmico e entreguei para minha mãe.

-É esse aqui?

Ela leu o rotulo e acenou, tirando um comprimido, Tetsu gemeu reclamando.

-Eu vou ficar bem, preciso mesmo disso?

-Sim.

Eu e minha mãe respondemos ao mesmo tempo, ela olhou para mim e eu sorri, depois voltamos a encarar o menino que sentou na cama desajeitadamente. Sua camiseta estava grudada na pele de tanto suor, mas minha mãe não percebeu porque estava sentada do outro lado, ela entregou o copo de leite e o remédio para ele tomar.

-Beba tudinho.

-Acho que ele precisa de um banho e trocar essa roupa suada.

Olhei para o relógio de cabeceira e vi que a aula já devia ter começado na academia e minha mãe já devia estar no trabalho.

-Se quiser eu posso cuidar dele hoje.

Sarada também olhou para o relógio e suspirou, mesmo que tentasse me mandar para a academia ela sabia que eu não iria deixar o Tetsu sozinho em casa.

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