Rinnegan

Rinnegan 24

Aria POV

Quando acordei meu corpo todo doía como se eu tivesse levado uma surra e apesar de estar em uma cama confortável, não conseguia relaxar. Olhei em volta devagar e encontrei minha mãe dormindo em uma cadeira ao lado da cama.

Fechei meus olhos novamente tentando dormir, a imagem de um homem apareceu por trás das minhas pálpebras, a lembrança do frio e da dor se misturaram com o que eu sentia agora. Tentei segurar o liquido que subia pela garganta, mas estava fraca demais até para isso.

O barulho de água batendo no chão deve ter acordado minha mãe, ela me viu debruçada por cima da grade da cama e correu para segurar meu cabelo. Eu não tinha certeza se estava chorando ou me afogando, meu corpo todo tremia eu mal conseguia respirar entre as ondas de náusea.

Minha mãe deve ter apertado o botão para chamar as enfermeiras, porque logo elas me trouxeram um balde e uma toalha. Depois de tentar colocar para fora o que não havia no meu estômago mais algumas vezes, consegui me deitar de novo.

O médico chegou e conversou com a minha mãe sobre o que aconteceu, mas só prestei atenção na mão dela acariciando a minha cabeça. O remédio que me deram me fez sentir meio tonta, mas já conseguia descansar porque não sentia tanta dor. Acordei novamente quando meu pai estava lá.

-Pai.

Ele levantou e veio para perto de mim, agora eu já me lembrava mais claramente de parte do que havia acontecido.

-Obrigada.

Ele me trouxe de volta e me salvou daqueles homens, eu lhe devia minha vida duas vezes.

-Não precisa agradecer filha, eu...

Os olhos dele se enchem de lagrimas e ele se debruça sobre mim.

-Desculpe não ter chegado a tempo, eu sinto muito.

Eu nunca tinha visto meu pai chorar daquele jeito, ele sempre escondeu muito bem, era um pouco perturbador e fiquei sem saber o que fazer.

-Não é culpa sua, você me salvou.

Coloquei a mão sobre a cabeça dele como minha mãe havia feito comigo e baguncei seus cabelos loiros. Ele secou os olhos e sorriu para mim.

-Estamos fazendo isso errado não é?

Eu sorri também, não porque estava feliz, mas porque parecia ser a resposta certa.

-Tetsu.

Ele não parecia surpreso por eu não ter respondido sua pergunta, mas não era necessário, eu não me importava se ele precisava chorar de vez em quando.

-Insiste o tempo inteiro que quer vir te ver, mas você precisa descansar. Quando estiver melhor eu trago ele aqui.

Acenei concordando não ia querer assustado com outra crise de náusea ou algo parecido, mas sentia falta dele. Meu pai me deu banho e pude ver o que havia sobrado dos machucados, meu peito estava roxo e eu tinha vários cortes pequenos pelo corpo, provavelmente o médico tinha coisas mais importantes para curar. Meus pulsos estavam enrolados em bandagens e doía um pouco se eu tentasse força-los.

-Está doendo?

Eu não tinha percebido que ainda encarava meus pulsos, abrindo e fechando a mão.

-Não.

Uma enfermeira trouxe meu jantar e uma nova bolsa de remédio, consegui comer quase metade do prato antes de me sentir mal, meu pai tentou me convencer a comer mais, mas eu recusei.