Rinnegan 16

398 31 50
                                    

Sarada já estava no sétimo mês de gestação e todos na aldeia já sabiam do novo bebê, Aria era uma das pessoas mais entusiasmadas. Ela acompanhou a mãe as consultas e na hora de comprar as roupas para o irmão. Todos ficaram surpresos ao descobrir que a menina havia acertado na previsão do sexo, o que fez Naruto perder a aposta com Sasuke de que era outra menina.

Sakura entrou no modo super protetora desde que soube da gravidez, ela não deixou a filha pegar peso e nem se esforçar de forma alguma enquanto estivesse por perto, o que era grande parte do tempo para o sofrimento de Boruto. Hinata por outro lado ajudou na decoração do quarto e a comprar as roupas, mas apenas quando era convidada.

Aria foi aprovada no exame de admissão da academia, o que já era esperado pela família, mas não os deixou menos orgulhosos e o sensei de sua turma era Inojin Yamanaka. As primeiras semanas foram tranquilas, apesar de Aria chegar em casa muito cansada todos os dias, mas isso só durou até o primeira lição de combate em grupo.

Inojin dividiu a sala em dois grupos e Aria acabou no grupo do Ino-Shika-Chou e algumas outras crianças. Após eles terminarem o treino Shikaru veio andando para perto da menina com a garrafa de água na mão e virou acidentalmente o conteúdo em cima dela.

A frente da camiseta de Aria e suas calças ficaram encharcadas. Shikaru começou a rir e a apontar para ela, mesmo sendo obvio que foi ele quem fez aquilo.

-Eu sempre soube que você era mijona.

Varias crianças começaram a rir também e chama-la de mijona, a menina passa as mãos pela roupa tentando de alguma forma se livrar da mancha, mas não consegue. Ela sai correndo de perto dos colegas e entra no banheiro, trancando a porta atrás de si.

Uma folha de papel após a outra foi usada para tentar secar as roupas, mas mesmo assim ainda era possível ver onde Shikaru derramou a água. Durante o processo varias lágimas escorreram dos olhos dela e se perderam no piso do banheiro, até ela desistir e se sentar no chão para chorar abertamente.

-Pobre criança você não deveria ser tratada assim.

Aria levanta rapidamente a cabeça ao ouvir a voz e vê um homem de cabelos negros e longos, usando uma armadura vermelha encostado na parede de frente para ela.

-Seus olhos...

-Sim eu também tenho um Rinnegan.

Madara encarava a menina da forma mais carinhosa que ele podia, a mesma que ele costumava usar com o seu irmão. Era uma das maldições dos Uchihas, ter um coração tão bom e tão facilmente perfurado pelas outras pessoas.

-quem é...?

-Meu nome é Madara.

A menina reconhece o nome das histórias que ouviu sobre a fundação da vila, mas olhando para aquele homem parado diante dela tudo o que sentiu foi seu coração aquecer. Era como se ela estivesse reencontrando uma pessoa querida e não um assassino que tentou matar seus avós.

-O que faz aqui.

O homem descruza os braços e anda em direção a Aria.

-Você parecia tão triste e se tem uma coisa que eu não gosto, é de ver uma Uchiha chorar.

Ele passa os dedos pelo rosto dela para limpar as lágrimas.

-Você não precisa aceitar isso, sabe que é mais forte que ele.

Aria encara os olhos do homem, com o mesmo tom de lilás que os dela, mas de um brilho diferente.

-O que eu posso fazer?

-Lute de volta, mostre a ele que você é mais forte.

Naquele momento Aria se perguntou se eles eram parecidos, eles tinham os mesmos olhos e talvez tivessem o mesmo destino.

-Machuque ele o bastante para que te deixe em paz.

A ideia de poder se ver livre de uma vez por todas de Shikaru a agradava, não seria difícil fazer isso, mas o que seus pais achariam?

-Meus pais disseram para não usar o meu poder.

-E por isso você vai ter que se esconder no banheiro para sempre? Ele não vai parar a menos que você o faça.

Aria estava com medo daquilo nunca acabar, ela estava cansada de não falar com ninguém, de ter pessoas encarando ela o tempo todo e das piadas de Shikaku.

-Todos obedecem o poder, porque você acha que escolhemos o Hokage pela força.

Seus pais haviam lhe dito que ela deveria usar o seu poder para proteger as pessoas, isso não significava também ela mesma? Usar o seu poder para se proteger de Shikaru e apenas isso, ela disse a si mesma.

-O que eu preciso fazer?

Madara sorriu para a menina e lhe estendeu a mão para que ela se levantasse.

-Lave o seu rosto e vá para a sala, quando chegar lá faça o que seu coração mandar.

A menina obedeceu, mas quando secou o rosto Madara já não estava mais com ela. Seus olhos ainda queimavam devido à concentração de chakra, o que significava que estavam lilases.

Ela andou pelos corredores com uma expressão vazia e ninguém ousou para-la nem mesmo os estudantes mais velhos. Era hora do almoço, por isso os professores estavam reunidos na sala deles e não havia ninguém que pudesse impedi-la.

Aria abriu a porta da sala e olhou ao redor para encontrar Shikaru, que estava sentado com seus amigos no canto da sala. As duas outras crianças a viram, mas ele estava virado de costas para ela por isso não teve como se defender do que estava por vir.

Concentrando toda a sua força ela arremessou Shikaru contra a parede como se fosse um boneco, deixando um buraco no local do impacto. Em seguida ela o virou para que ele visse o segundo golpe chegando, seus pés se moveram praticamente por vontade própria na direção do garoto, os punhos prontos para atacar.

Foi então que ela viu o sangue, Shikaru estava com a blusa manchada e cuspia sangue, incapaz de se mover contra o ataque dela. Era isso mesmo que ela queria? Por um momento Aria pensou no que faria se aquele fosse seu irmão. A pequena criança que ela nunca viu, mas já amava. Isso era injusto não importa o quanto ele merecesse.

Seu corpo parou de mover e ela pensou que tivesse parado, mas ai percebeu uma sombra atada a sua, havia um sensei do clã Nara usando jutsu para contê-la. A menina olhou na direção dele e percebeu quando o homem tremeu com medo dela.

Inojin e outro sensei que ela não conhecia seguraram seus braços e um quarto do clã Hyuuga entrou na frente dela, pronto para acertar seus pontos de chakra. Aria encarou o chão, derrotada, não porque eles a haviam parado, mas porque não era isso que ela queria.

Os olhares assustados das pessoas ao redor dela não diminuíam sua solidão e Shikaru coberto de sangue não lhe trouxe nenhuma justiça. Andando devagar ela acompanhou três do senseis para fora enquanto Inojin levava Shikaru para a enfermaria.

Ps: I s2 Ren. To Carol.

RinneganOnde histórias criam vida. Descubra agora