Rinnegan 19

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Aria POV

Assim como prometido, não se passou um dia depois do nascimento de Tetsuya Uzumaki em que os Uzumakis ou os Uchihas não fossem vistos ajudando meus pais com algo.

Minha febre baixou rapidamente e no dia seguinte já fui liberada para descansar. Meu pai teve que explicar que não matei a mamãe e o meu irmão, mas só me convenceu quando recebi permissão para visita-los alguns dias depois.

Mamãe ficou internada mais dois dias e fez questão de trabalhar o quanto pode durante esse tempo. Um relatório médico sobre o meu estado foi enviado para a aliança shinobi, complementando o relatório escrito por Shikadai sobre os acontecimentos na acadêmia.

Tetsuya teve que ficar no hospital por duas semanas e nossos pais iam visita-lo todos os dias, ele fizeram turnos para ficar com ele e comigo durante a noite. Apesar do nascimento conturbado ele cresceu saudável e feliz sendo o príncipe da família. O filho de Mitsuki e Himawari nasceu dois meses depois e por isso ele e Tetsuya são muito próximos. Naruto chorou tanto no nascimento do terceiro neto que Hinata precisou leva-lo para casa porque estava incomodando o bebê.

Não me meti em nenhuma briga depois daquele dia, mas isso não significa que as coisas estejam melhores na academia. Shikaru nunca mais se envolveu com comigo de qualquer forma que não fosse extremamente necessária, agindo como se eu não existisse. Os demais colegas tem medo de mim, mas depois de um tempo passaram a cumprimentar educadamente e a conversar quando necessário.

Meus pais acharam melhor que eu frequentasse um psicólogo, mas as sessões foram se tornando mais espaçadas e agora só preciso vê-lo uma vez ao mês para garantir que está tudo bem. Apesar das coisas terem se estabilizado sei que estão longe do que os meus pais queriam. Procuro passar a maior parte do tempo possível com o meu irmão para que ele nunca precise saber como é se sentir solitário.

Estava na hora de eu ir para a academia e se tudo desse certo esse seria meu último ano. Já faziam 4 anos que minha vida tinha se acalmado, não que eu me lembrasse muito do que aconteceu quando eu era criança, mas algumas coisas eu não consigo esquecer.

Por alguma razão eu acordei inquieta, como se houvesse alguém por perto. Desci e encontrei meu papai fazendo o café e o Tetsu sentado à mesa. Quando me vê ele sorri e estica os braços esperando pelo meu abraço de bom dia, sem querer decepciona-lo eu vou até a mesa e passo meus braços em volta de seu corpo.

-Bom dia maninho.

Eu me sento ao lado dele e o papai me trás a comida.

-Bom dia pai e obrigada.

-Disponha meu amor.

Ainda bem que ninguém esperava mais nenhuma interação, então pude comer minha comida em paz e acabei ajudando Tetsuya a terminar a dele antes de ir para a academia.

-Até mais tarde.

Quase cai quando minhas pernas foram agarradas, mas consegui me equilibrar a tempo.

-Vai com cuidado irmã.

Ele não sabia o quanto aquelas palavras significavam para mim. Eu me abaixei para ficar na mesma altura e dei um peteleco na testa dele como a mamãe faz comigo.

-Se comporte com a vovó Tetsuya.

Ao sair na rua olhei ao redor, mas não parecia haver nada de anormal. Fui para a academia e segui minha rotina. Ninguém veio falar comigo e não fui falar com ninguém.

Estávamos no meio de uma lição entediante sobre doujutsu, quando a janela foi quebrada e as cadeiras empurradas pelo vento, antes que Inojin pudesse se levantar, ele foi golpeado e caiu inconsciente. Dois homens foram para a porta e o que golpeou Inojin se virou para a turma.

-Sejam prestativos e ninguém se machuca, estamos apenas procurando aquele que tem o Rinnegan, se entregue e o resto vive.

Levantei-me assim que a rajada de vento cessou assim como vários outros alunos e meu sangue gelou quando ouvi aquilo. Eles estavam atrás de mim, mas não sabiam quem eu era, ainda havia uma chance de escapar. Percebi um par de olhos em mim e me virei para encontrar Shikaru me encarando. Droga, ele sabia a verdade. Uma palavra dele e eu estava morta, segurei a respiração e ficamos nos olhando por algum tempo.

-Como ninguém quer falar eu vou ter que ser o cara mau.

O homem agarrou o braço de Shikaru e Inoha que estavam mais perto dele.

-Se você não aparecer vou matar cada um nesta classe até te encontrar.

Ele fez menção de dar um golpe em cada um dos reféns e por isso eu falei.

-Pare.

Concentrando todo o chakra nos olhos eu ativei o doujutsu, pedi desculpas mentalmente aos meus pais pelo que aconteceria daqui para frente, mas esse era um momento em que não poderia ficar parada.

-Sou eu quem vocês estão procurando.

Em questão de segundos tinha um plano traçado, uma das vantagens de ser treinada por dois dos maiores shinobis da história. Corri em direção à janela e pulei, tentando tirar os homens de dentro da sala de aula. Assim que pousei na grama outros 5 me rodearam tornando difícil escapar e os três pulam atrás de mim.

Usando a técnica que aprendi para mover objetos eu os empurrei para o lado e escapei, mas não demorou muito para que eles comecem a me perseguir. Onde estavam os outros senseis, ou os shinobis que deveriam estar fazendo guarda? Esses homens conheciam as ruas o que significa que estavam na cidade há algum tempo, provavelmente eram a causa do mau pressentimento que tive de manha.

O que eu tinha de força me faltava de experiência, por isso não percebi quando parte do grupo de shinobis que me perseguia desviou do caminho. Quando cheguei ao final do quarteirão eles me pegaram de surpresa, dois seguraram meus braços e o terceiro me acertou um golpe que selou meu chakra. Pude ver alguns senseis se aproximando o que significava que estavam vindo me salvar, mas um dos homens me colocou nos ombros e começou a correr enquanto os outros ficaram para lutar.

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