Rinnegan 11

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Minato olhou para algum lugar atrás do ombro de Aria e quando ela se virou viu que Shikaru estava vindo em sua direção com mais algumas crianças. A menina sabia que elas eram do clã Yamanaka e Akamichi, mas não lembrava seus nomes.

O garoto Nara para na frente dela com os braços cruzados tentando intimida-la por ser um pouco mais alto e ela estar sentada, ele olha em volta e seus amigos param ao lado dele formando uma parede entre Aria e o resto do quintal.

-Com quem você estava falando ?

-Com ele.

Aria se vira e aponta para a árvore, mas Minato já não estava mais sentado nela. A menina olha em volta e não encontra nem sinal da pessoa com quem ela estivera conversando.

-Você estava falando com a árvore?

Shikaru pergunta ironicamente e Aria se vira para encara-lo e tentar explicar o que havia acontecido, mas ao fazê-lo as crianças dão um passo para trás assustadas.

-O que é isso no seu olho ?

Aria levou a mão até o olhos e tocou sua palpebra percebendo que uma grande quantidade de chacra havia se concentrado neles.

-Não é nada.

A menina abaixou os olhos para a grama e começou a piscar nervosamente tentando fazer com que eles voltassem ao normal. Ela foi tomada pelo medo de que o acontecimento na clareira se repetisse caso ela não fosse capaz de desligar o Rinnegan.

-Esquisita.

Aria encarou Shikaru sem entender porque o medo dele havia se transformado em afronta. O menino apontava o dedo para ela e repetia o quanto era esquisita por ter olhos estranhos e falar com árvores, logo os amigos o acompanharam e começaram um coro de ofensas enquanto apontavam o dedo para Aria.

A menina tentou correr para longe das crianças, mas elas entravam em seu caminho toda vez que ela tentava passar. Aria foi se sentindo cada vez mais encurralada e temeu perder o controle como da última vez, sua visão ficou embaçada pelas lagrimas e ela pediu para que a deixassem passar, mas não foi atendida. Quando Shikaru entrou na frente, Aria apenas desejou que ele ficasse parado.

-Mas o que ?

Antes que o menino entendesse porque não conseguia se mexer, Aria saiu correndo em direção à porta da cozinha. Perto dos adultos ela estaria segura novamente, mas como não estava enxergando direito por causa das lagrimas, a menina tropeça e cai no chão.

O vestido dela fica sujo de terra e as mãos ardem pelo contato inesperado com o chão. Aria olha para as palmas onde o sangue começa a escorrer pingando na grama e nas pedras. Ela fecha a mão novamente sentindo a dor aumentar e levanta com medo de que Shikaru e seus amigos venham atrás dela.

Aria passa correndo pela porta e procura com os olhos pela cozinha até encontrar Boruto conversando com Mitsuki. Quando o Uzumaki vê a filha entrar na cozinha com os olhos lilases, os piores cenários possíveis passavam pela cabeça dele, que nem nem se da ao trabalho de interromper o amigo antes de começar a andar em direção a menina.

-O que houve Aria ?

Ele se abaixa para ficar da mesma altura da filha e Mitsuki avisa que vai chamar Sarada sem fazer nenhum comentário sobre os olhos da menina. Aria tenta falar, mas sua respiração está acelerada e ela não consegue pensar no que dizer. A menina tenta limpar as lagrimas dos olhos com os punhos fechados, mas acaba sujando o rosto de terra. Boruto percebe o sangue escorrendo da mão dela e a segura, abrindo gentilmente os dedos para ver o machucado. Sarada chega e se abaixa ao lado dele, Mitsuki e Himawari ficam um pouco atrás para impedir os outros convidados de verem a menina.

-Eu cai.

Aria finalmente consegue falar suas primeiras palavras e Sarada e Boruto suspiram aliviado por ter sido apenas um acidente. O Uzumaki olha pela porta e vê que as crianças estão encarando Aria de longe. Ele não gosta da forma como elas olham para sua filha, mas releva pelo fato de serem apenas crianças.

-Por favor eu quero ir pra casa.

Sarada abre a boca para contestar e Boruto sabia o que ela diria. A Uchiha era capaz de curar a ferida e Aria poderia voltar a brincar com as outras crianças, mas seu instinto protetor o alertou de que a filha estava a ponto de perder o controle e a necessidade de afasta-la daqueles olhares foi mais forte. Ignorando Sarada ele pegou Aria no colo com cuidado e se virou para a esposa.

-Vamos para casa, já foi o bastante por hoje.

Ele implorou com olhos para que Sarada não discutisse dessa vez e ela acenou com a cabeça concordando. Aria escondeu o rosto no peito do pai e os três foram até a porta. Shikadai e Mirai foram se despedir quando viram que eles pretendiam partir, mas antes que pudessem dizem alguma coisa Sarada fala.

-Obrigada pelo convite, mas é melhor nós irmos, Aria não esta se sentindo muito bem. Eu te explico amanhã.

A última parte foi dirigida a Shikadai que apenas acenou com a cabeça enquanto a esposa agradecia por eles terem vindo.

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