Doce Surpresa, livro 02

Capítulo 05

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Conto com vocês!!

Por Thomaz

Não havia nada de urgente no trabalho e eu peguei no sono pouco depois de ter conferido que Mariana não estava mais tomando sol. Acordei como se tivessem passado um rolo compressor na minha coluna. Não quis demorar muito naquele quarto e naquele hotel.

    A porta do elevador se abriu. E ela estava lá. Materializada em cada detalhe da minha mente. Cruzou os braços e bateu o pé, estreitando os olhos. Não estava feliz. E nem precisava ser adivinha para entender.

    _ Onde podemos conversar?

    _ Por que? Vai fazer escândalo?

    _ E desde quando eu faço escândalo, Thomaz? _ deu um sorrisinho que de feliz e verdadeiro não tinha nada. _ Já você... Adora soltar uns gritos pra cima de mim.

    _ Vem. _ segui para a sala de reunião, atravessando o saguão e ela veio atrás. Quando fechei a porta e virei, dei com ela me encarando do mesmo jeito que havíamos nos encontrando no elevador. Ela estava com uma blusa branca justa e uma legging preta. O cabelo preso do mesmo jeito que estava pela manhã, quando a vi tomando sol. _Pode falar.

    _ Jura? Você vai subestimar minha inteligência se fazendo de desentendido? Como se não soubesse o porquê d'eu estar aqui? Ok. Ok, vamos lá! Também sei interpretar. _ ela deu de ombros sorrindo e debochando. Ela conseguia ser irritante por ser tão controlada e civilizada. Ela fazia com que eu me sentisse um ogro. Ela nem começara e eu já queria gritar. _ Não tenho ideia de como minha coisas, de um quarto comum e pago pelo congresso que eu estou trabalhando, foram parar na suíte presidencial mais cara do hotel! Suíte essa que uma diária vale o salário inteiro que eu estou recebendo do congresso. Imagina, Thomaz... Como será que isso foi acontecer? _ ela levou o indicador à boca fingindo se questionar.

    Merda, como eu podia explicar aquilo? Mesmo se eu quisesse mentir, ela tinha algum jeito de me arrancar a verdade e era difícil de dobrar aquela mulherzinha geniosa. O tamanho foi substituido pelo temperamento. Ela estava com aquele nariz ridiculamente pequeno empinado diretamente para meu rosto e eu quase o mordi.

    _ Mariana, eu quis fazer uma gentileza. _ ela estreitou os olhos.

    _ Sua gentileza custa uma fortuna.

    _ É por conta do hotel.

    _ Não mesmo.

     _ Por sermos amigos.

    _ O que você não tá me contando? _ ela voltou a cruzar os braços e os seios se avolumaram no decote. Não era hora de ficar de pau duro, porra! Ela ainda esperava uma explicação e percebi que ela arrancaria a verdade de mim, de qualquer jeito.

    _ Hoje de manhã... eu fui tomar meu café na varanda do meu quarto.

    _ E?

    _ Eu... eu... eu vi você tomando sol. _ confessei, merda. Era melhor jogar limpo, inventar alguma coisa só faria darmos voltas até eu, frouxamente, contar a verdade. Suas sobrancelhas franzidas foram levantando diante da lembrannça do seu banho de sol no terraço. _ Eu vi sem querer. Mas se eu vi... bem, qualquer um podia ver também. Então eu pedi pra te mudarem pra cobertura pra você ter privacidade. _ ela ficou me encarando em silêncio e inesperadamente me abraçou e deu um beijo no meu rosto.

    _ Muito obrigada pelo cuidado comigo. _ sorriu e se ela sorrisse assim sempre que se sentisse protegida, eu a enfiaria numa bolha. Sei que estava corando porque senti minha bochecha esquentar. _ E desculpa por ontem. Estraguei sem encontro?