CAPÍTULO 08 - UMA COCA POR FAVOR

449 23 0
                                    

K U R T

EU ainda não consigo entender como consegui terminar meu trabalho depois que Lucy me deixou ali sem mais nenhuma provinha de seu corpo. Ela se foi e eu continuei, mal conseguia me conter em saber que a veria logo. Assim que subi em minha moto, meu telefone tocou. Era Lewis. Já fazia alguns dias que ele não me ligava, eu estava dormindo no celeiro daquela maldita fazenda e lá não tem área alguma de celular.

"E aí, gostosão? Anda sentindo a minha falta?" –eu disse assim que atendi a ligação.

"Volta logo, cara! As mulheres estão perguntando sobre você. Quer dizer, não volta não. Tem muito mais bundas pra mim, sem você por aqui" –eu pude ouvir a risada de algumas mulheres ao fundo.

"Você não está na minha cama, está?" –eu saltei da moto e me encostei nela.

"Fica tranquilo, elas preferem a minha" –Lewis deu uma gargalhada e eu sorri.

"Certo, gostosão. Por que me ligou?" –eu disse apressado. Queria logo ver Lucy.

"Quando volta desse tal retiro espiritual?" –ele cochichou.

"Sem data de volta. Aqui é um saco"

"Ah cara! Não me fale uma coisa dessas, preciso do meu cara de volta" –eu ri quando ele disse isso, caramba! Eu sinto falta das festas com ele.

"Lew, aquele garoto daquele dia. Como ele está?" –eu não sei por que perguntei isso.

"Que garoto? O que você deixou em coma?"

"Coma?" –minhas mãos gelaram e eu saltei de perto da moto.

"Sim, não é o primeiro que você deixou assim. Por que a surpresa? Não estou te entendo" –uma voz feminina ao fundo chamava o nome de Lewis.

"Ele ainda está em coma?"

"Não, cara. Ele já está em casa. Por que está me perguntando isso? Eu não estou entendendo" –um alívio correu sobre meu peito. A voz feminina o chamou de novo, então, desliguei o telefone.

O garoto estava bem. Eu não sabia por que estava aliviado, eu nunca senti isso. Subi na minha moto assim que lembrei de Lucy, preciso buscá-la. O ar fresco daquela cidade era o que me fazia bem enquanto pilotava. Saber que daqui algumas horas minhas mãos estariam tocando Lucy, me fez melhor ainda. Eu a queria tanto, que não parava de pensar naquela garota um segundo sequer do meu dia. Droga! Eu nunca me senti assim. O que está acontecendo comigo? A janela do quarto de Lucy, era a única acesa na casa. Eu estacionei minha moto e assobiei para ela. Eu não queria acordar o cão bravo do pai dela, ele me mataria com certeza.

—Kurt? –eu escutava uma voz baixinha em algum lugar na estreita rua. O som vinha de uma das árvores.

—Quem está aí? –eu sussurrei quando cheguei mais perto.

—Sou eu, Lucy. –eu a vi saindo de trás de uma árvore imensa. Ela estava linda. Ela estava maravilhosa. Um vestido azul corria até o meio de suas coxas. Ela não estava usando sutiã, eu conseguia ver isso. Maldição, essa garota vai me enlouquecer.

—Você está de calcinha né? –ela corou assim que eu disse. Santo Cristo! Se ela estivesse sem, eu não não aguentaria —Tudo bem, sobe na moto.

Coloquei meu capacete na cabeça dela e tirei a minha jaqueta.

—Não percebeu que está frio? –entreguei a jaqueta bastante usada pra ela e sorri. Eu não queria que ela tivesse com esse vestido, metade dos caras no bar iria olhá-la. Droga.

Ela não disse uma sequer palavra o caminho todo. Lucy, me apertava tão forte que eu mal conseguia respirar. Eu gostava disso. Eu gostava de tê-la me tocando. Pilotar sabendo que ela estava sem sutiã e talvez até sem calcinha, me fez ir mais rápido. Aquilo estava me deixando maluco. Partimos para fora da cidadezinha, o bar era no meio da rodovia. Metade dos caras me conheciam por lá. Eu sempre ia quando estava cheio das festas em casa. Parei minha moto atrás do bar, no muro de concreto e desci. Assim que ela desceu, pude ver quando um pequeno pedaço da luz passou sobre suas pernas. Droga! Eu queria tocá-la, eu queria beijá-la.

—Podemos entrar agora? –eu disse apressado. Se não entrássemos, eu iria rasgar aquele vestido ali mesmo. Lucy, balançou a cabeça assentindo e então eu a conduzi na entrada do bar com minha mão em suas costas.

Como eu havia imaginado, mais da metade dos ogros lá dentro olhavam pra ela. Eu fazia uma carranca pra cada cara que a encarava. Merda, ela é minha garota. Eu percebi quando suas mãos estavam apertadas uma sobre a outra, ela estava com vergonha.

—Você está com vergonha de alguma coisa? –eu me aproximei dela enquanto chegava na mesa.

—Eu só nunca vim a um lugar como esse. –ela disse me olhando —Tem muitos homens aqui.

O lugar não era tão grande, mas a maioria das pessoas estavam debaixo do pequeno palco montado onde a banda de um dos meus amigos estava tocando. Outras pessoas se concentravam nas mesas bebendo suas cervejas. Me sentei na cadeira e ela se sentou na minha frente.

—Eu conheço o vocalista. –apontei para o loiro com cabelos até os ombros que cantava loucamente para as garotas em sua frente —Dustin Foster.

Ela sorriu por alguns segundos enquanto observava a banda. Eles estavam no final de sua apresentação. Dustin já estava sem sua camisa, o que fazia as mulheres ficarem loucas.

—Ele é seu amigo? –Lucy gritou pra mim.

—Meio que sim. –eu pisquei —Você quer beber algo? –eu não sabia se ela bebia.

—Eu não bebo. –agora eu sei.

—Nem uma coca-cola? –eu sorri pra ela.

—Pode ser, uma coca. –caramba, aquele sorriso. Me levantei para buscar uma cerveja pra mim e uma coca pra ela.

(COMPLETO) LAKEWOOD - Entre o céu e o inferno Onde histórias criam vida. Descubra agora