CAPÍTULO 36 - MINHAS GAROTAS

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K U R T 

Algumas horas antes...

Eu ainda estava sem acreditar que esse dia tinha chegado. Quatro anos e nove meses preso. Desde quando o juiz negou a fiança eu sonho todos os dias com esse momento. Quando os portões se abriram e eu vi o sorriso no rosto de Lewis, meu coração pareceu saltar pela boca. Só me faltava uma coisa pra esse dia ser perfeito, Lucy. Eu sabia que ela provavelmente nem sequer deve lembrar o meu nome e que não deve querer me ver nem pintado de ouro, mas a primeira coisa que vou fazer é ir atrás dela. Sim, ainda não a esqueci. Lucy passou a porcaria de todos esses anos na minha cabeça. Não teve um segundo que aquela garota saiu da minha mente. Sempre me perguntei o por que dela nunca ter vindo me visitar, eu sei que lá não era lugar pra ela, mas caramba! Eu precisava vê-la e tê-la mais uma vez em mim. Eu mal pude sentir o gosto de ter o céu no meu inferno direito, quando o pai dela me tirou o paraíso no mesmo dia.

-Cara, você pode pelo menos fingir que está prestando atenção no que estou falando? -Lewis me tirou dos meus pensamentos.

-Desculpa, Lew. É que ainda não caiu a ficha que vou vê-la. 

Saí do carro assim que ele parou na porta da nossa casa. Ah, como eu senti saudade desse lugar.

-O que você disse? -ele me perguntou, enquanto entrávamos.

-Que ainda não consigo acreditar que vou ver Lucy depois de todo esse tempo. 

-Eu entendi isso, só não entendi por que você insiste em vê-la. Depois de tudo que ela fez e falou de você. 

-Eu não me importo! E eu sou tudo isso que você me disse que ela falou, ela tem toda razão. Sou um idiota, tive que pagar pelo que fiz. Ela merecia ter escutado de mim todas essas coisas que me deixaram preso e não do pai dela. Cara, ele com certeza acabou com a minha raça. 

Joguei a sacola com minhas coisas no chão da sala e me joguei no sofá. Eu preciso de um bom banho para ver a minha garota. 

-Ah, como eu senti saudade desse lugar e desse conforto. 

Lewis se jogou em cima de mim e eu o empurrei para o chão. Que saudade do meu irmão.

-Eu que estava morrendo de saudade de morar com esse idiota. -Lewis disse, enquanto se levantava ajeitando suas roupas. 

-Vejo que cuidou da casa direitinho. -me levantei do sofá e comecei a caminhar rumo as escadas. -Vou tomar um banho de verdade que não tomo há anos e enquanto isso você pede alguma comida bem gordurosa pra gente. Depois disso, pé na estrada. Eu vou ver a minha menina!

Não escutei o que Lewis disse, provavelmente estava reclamando da minha decisão. Merda! Ele não entende o que é amar alguém. Infelizmente meu melhor amigo nunca experimentou o amor, eu sim e não pretendo perdê-lo. 

Tomei um banho demorado, apreciei cada segundo dele. Eu senti muita falta disso, caramba. Ter o meu enorme chuveiro só pra mim e mais ninguém. Perfeito. Me arrumei depressa, pois não queria perder nenhum segundo longe dela. Quando desci até o primeiro andar, Lewis estava sentado no balcão com sacos de comida. Sanduíche, batata frita, onion rings e refri! Estou no céu! A cara dele não estava nada legal e eu sabia o motivo. 

-Qual é, cara? Olha pra sua frente e vê bem essas comidas. Isso é a porcaria de um paraíso! 

Me sentei e devorei tudo que tinha ali, quase não deixei para Lewis. Eu estava faminto. Ele não disse uma palavra comigo, enquanto comíamos e foi bom assim. Não queria ouvir seus sermões. Assim que acabei de comer tudo, me levantei e o chamei para irmos. E novamente sua cara não estava nada legal. Coloquei as mãos no bolso e o encarei como se estivesse o avaliando. 

(COMPLETO) LAKEWOOD - Entre o céu e o inferno Onde histórias criam vida. Descubra agora