L U C Y
Minhas pernas tremiam e eu ainda não conseguia acreditar. Logo depois que Kurt apareceu aqui, meu coração não conseguiu mais diminuir o ritmo acelerado. Eu tive que ser persistente fazendo Dustin ir embora. Eu só queria chorar. Meu olhar estava sobre a porta desde quando ele me deixou ali, o barulho forte de quando Kurt a chutou ainda ecoava nos meus ouvidos. Seria impossível esquecer de tudo. Vários "por ques" invadiam minha mente e me fazia querer vomitar. Por que Dustin me beijou e eu gostei? Por que ele me queria? Por que Kurt apareceu na minha casa e quebrou a minha porta? Por quê? Minha mente estava longe quando comecei a escutar gritos. Me movi rapidamente tentando chegar o mais rápido que podia até a janela do meu quarto. Era ele. O que ele estava fazendo ali?
—Eu estou viciado em você, Lucy Carter! –o que Kurt estava dizendo? Suas mãos balançavam freneticamente no topo de sua cabeça, fazendo seus cabelos se bagunçarem ainda mais.
Eu fiquei parada.
—Me deixa entrar, eu não dou a mínima se o pastor vai me tirar daqui a tiros. Falando nisso, cadê seu pai? –ele se aproximou da sacada e gritou ainda mais alto. —Pastor Carter, eu estou louco pela sua filha.
Minhas pernas começaram a se mexer, eu mal percebi que estava abrindo a porta da frente de casa. Ele estava lá, com um olhar acabado. Seus braços estavam encostados em seu tronco e seus pés estavam inquietos. Ele estava bêbado.
—Lucy, você veio. Me desculpe pela porta, é que você me deixou muito puto. –ele caminhou se aproximando de mim e eu pude sentir o cheiro forte de bebida.
Eu não disse nada. Kurt deu mais dois passos e se atirou no chão. Ele estava tão bêbado que não conseguia ficar sob seus pés.
—Droga de escadas, droga de pés. –ele disse quase inaudível.
Me movi apressada até ele e o levantei.
—Oh, Lucy. Você está girando, por que está girando tanto? Fique aqui comigo. –céus! Ele estava realmente muito bêbado.
Olhei ao redor tentando ver sua moto, mas não a encontrei. Não tinha ninguém, como ele veio parar aqui? Coloquei seus braços sobre meus ombros e tentei caminhar até a varanda. Ele estava pesado.
—Se você não se mover, vai ser difícil chegarmos até a entrada.
Ele me olhou rindo e balançou a cabeça. Seus pés se moviam devagar e ele não parava de rir. Assim que entramos na casa, eu o coloquei no sofá.
—Por que está rindo? –eu disse me aproximando.
Ele se deitou no sofá e ficou me olhando enquanto dava gargalhadas.
—É engraçado.
—O quê? –eu perguntei curiosa.
—Eu me viciar em você. –o que ele estava dizendo? Puxei seus braços fazendo com que ele se levantasse do sofá. Eu não sabia o que fazer, mas esse mal cheiro ficaria ali no estofado.
—Você não sabe o que está falando, é melhor ficar calado antes que diga alguma besteira. –eu queria estar irritada com ele, queria mesmo. Ele arrebentou a minha porta sem motivo algum, mas eu não conseguia.
Kurt parou. Suas mãos me soltaram e seguraram meu rosto, me obrigando a olhá-lo. Seu olhar era de súplica.
—Lucy Carter, nunca repita isso. Eu sei o que estou dizendo, é só o álcool me fazendo sincero. Eu estou viciado em você, menina. E quando eu vi aquele filho da mãe traíra com as mãos em você, não consegui respirar. Eu juro que te pago uma porta nova, mas me escuta. Eu estou viciado em você e eu nunca estive viciado em alguém.
Respira, respira. Droga, respira! Ele disse que não gostou do beijo que Dustin me deu? Meu ar voltou a circular normalmente e pude me soltar. "Viciado", isso não é tão ruim, é? Um sorriso saiu do meu rosto e Kurt viu.
—Eu sei que também sente o mesmo, lindinha. –seu dedo tocou a ponta do meu nariz. —Acho melhor você se afastar de mim, eu quero te beijar.
Eu também.
—Mas eu nem sequer consigo ficar em pé. Preciso sentar.
E no mesmo segundo me lembrei do quão bêbado ele estava. O que eu iria fazer? Meu pai só chega daqui dois dias, e se eu o colocasse pra dormir no quarto de hóspedes? Isso!
—Você vai precisar subir as escadas, consegue?
Ele balançou a cabeça concordando e começou a subir enquanto se segurava no corrimão de madeira. Foram longos minutos, ele parava a cada degrau que subia e olhava pra mim me perguntando se eu ainda estava ali. Uma mistura de raiva e paixão, atingiu o meu corpo quando chegamos no corredor e eu pude ver a porta com um buraco no meio.
—Foi mal, lindinha. Eu vou te dar uma nova. Cade o pastor? –ele disse enquanto caminhava para dentro do meu quarto.
—Ele está viajando. –Kurt se sentou na minha cama e me encarou.
—Isso é bom, isso é muito bom.
Eu juntei as sobrancelhas tentando entender o comentário.
—Vou arrumar o quarto ao lado pra você. Consegue me esperar aqui?
Kurt fez um beicinho como se tivesse cinco anos e estivesse em um supermercado com sua mãe pedindo por um brinquedo novo.
—O que foi? –eu disse.
—Quero conversar com você, aqui! –ele apontava pra cama.
Cruzei meus braços e concordei com a cabeça.
—Tudo bem, eu só vou arrumar sua cama.
Saí dali e fui direto pro quarto de hóspedes. Estava tudo arrumado, meu pai o deixava impecável. Quase todo final de mês, alguns missionários que ficam na cidade dormem aqui. Peguei um cobertor e um travesseiro limpo, depois estendi a cama. Sua roupa estava fedendo, então pensei em pegar alguma peça do meu pai para emprestá-lo. Assim que tinha tudo comigo, voltei para o meu quarto e vi uma cena que nunca imaginei que veria. Kurt estava encolhido de lado no colchão da minha cama, suas mãos estavam envoltas no meu travesseiro. Ele estava com a cabeça afundada na minha fronha. Kurt havia adormecido.
VOCÊ ESTÁ LENDO
(COMPLETO) LAKEWOOD - Entre o céu e o inferno
Romance(COMPLETO) - SEM REVISÃO COMPLETA TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. PLÁGIO É CRIME! DENUNCIE!!! "CRIE. INOVE. INVENTE. NÃO COPIE." ----------------------------------- LAKEWOOD Kurt Walker é o bad boy da cidade. Mulheres, motos, carros e festas nunca for...