CAPÍTULO 25 - ISSO NÃO PODE SER PAIXÃO

398 21 6
                                    


K U R T

Se eu estava sonhando ou não, a dor de cabeça que persistia em me irritar era bem real. As mãozinhas delicadas de Lucy estavam em volta do meu corpo, ela me apertava tão forte. Como eu vim parar aqui? Tudo em minha mente era apenas um borrão. Um borrão que eu queria evitar. Imagens de Dustin com a boca nos lábios de Lucy começaram a aparecer em minha mente. Meus punhos se fecharam por cima da cama e a tensão com que eu prendi os braços por cima das mãos de Lucy, a fez despertar. Seu corpo saiu tão rápido de perto do meu.

—Kurt? Você está bem? –ela disse com aquela voz rouquinha por ter acabado de acordar. Aquilo me fez sorrir.

—Estou. –me levantei sentando na cama, de costas para ela.

—Você não parece muito bem.

Passei as mãos sobre meus cabelos e me hesitei antes de virar para olhá-la.

—De qualquer forma, eu acordei tarde demais. Vou arrumar um café e depois você pode ir embora. –ela disse se afastando da cama.

—O que aconteceu? –eu perguntei ainda de costas.

—Você chegou aqui bastante bêbado.

Droga!

Abaixei meu olhar e percebi que estava usando uma roupa que não era minha. Me virei imediatamente para Lucy, que segurava suas mãos a sua frente.

—Como...é... A gente fez o que aqui mesmo? –idiota! Não tinha outro jeito de perguntar se eu tinha transado com ela? Se isso tiver acontecido, eu nunca vou me perdoar por não lembrar.

—Não! Não! –Lucy teve pressa em responder e eu pude respirar novamente. —Eu só troquei suas roupas que fediam a vômito. Você estava muito cansado e dormiu aqui. E eu, bem, eu fui arrumar seu cobertor e você me puxou para a cama. Nós só dormimos. –ela falava muito quando estava nervosa.

Me levantei em um impulso e antes que eu pensasse em algo, meu corpo me levou até Lucy. Ela estava nervosa por ter acordado ao meu lado, eu sabia. O rubor em seu rosto era evidente e as pequenas sardinhas sobre seu nariz e bochechas era tão lindas de se ver. Essa menina é a coisa mais interessante que eu já vi em toda a minha vida. Estendi minha mão para tocar seu rosto, ele estava quente. Ela me olhava com aquele par de olhos intensos que me analisava no fundo da alma. Só ela conseguia me ver da maneira que vê. Muitos me dizem que não tenho alma, que sou sem coração, frio e sólido. Lucy não. Lucy não me vê assim, posso ver isso em seus olhos.

—Você disse coisas ontem. –sua voz saiu baixa e abafada.

Continuei a acariciar sua bochecha com meu polegar e sorri.

—O que eu disse ontem? –perguntei, a encarando.

Os olhos de Lucy se desviaram dos meus e eu queria segurar firme seu rosto a obrigando a olhar só pra mim.

—Disse que estava viciado em mim. –sua voz soou tão baixa que eu mal pude escutar.

Me aproximei dela e dei um largo sorriso. Merda, o que eu estava fazendo? Eu não estaria apaixonado por Lucy Carter. Estaria? Não! Eu nunca me apaixonei. Isso não deve ser paixão. É apenas um vício incontrolável.

(COMPLETO) LAKEWOOD - Entre o céu e o inferno Onde histórias criam vida. Descubra agora