CAPÍTULO 18 - ALIMENTANDO OS PATOS

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K U R T

Eu não tinha me levantado da cama esses dois dias. Desde quando machuquei Lucy, eu não consegui fazer mais nada. Pensei que ela nunca iria querer me ver novamente. Eu disse para seu pai que eu tinha caído do cavalo e não conseguia me colocar de pé. Eu não iria conseguir fazer alguma coisa pensando que ela estava mal. Seu celular não atendeu nenhuma das trinta vezes que eu liguei, muito menos respondeu meus recados. Ela estava longe de mim e eu senti que a estava perdendo. Eu não podia. Eu não queria. Nunca iria me perdoar. Quando a vi chegar até mim, meu peito quase explodiu. Eu estava tão feliz de vê-la sorrir.

Puta merda! Vê-la descendo naquele shorts me fez querer saltar até ela e puxar suas pernas até mim. Aquela roupa mal tapava seu corpo. Eu passei a mão sobre meu rosto e virei para me certificar se Jose ainda estava ali. Ele tinha saído. Bom. Ele não a veria assim. O top branco pequeno que mal cobria sua barriga, me fez tem arrepios. Eu iria sonhar com isso essa noite. Ela estava usando botas. Merda. Eu estava acabado.

-Estão um pouco pequenas. Faz alguns anos que eu não as uso. Acho que cresci. -ela disse e eu não consegui prestar atenção no que ela dizia. Caramba!

-O que, meu anjo? -eu engoli seco tentando não olhar para baixo.

-Não é nada demais. O que preciso fazer? -que tal pular no meu colo e acabar comigo em cima daquela cama quebrada?

-Não precisa fazer nada. -eu respondi.

-Diga, Kurt. Eu faço qualquer coisa. -vendo-a falar assim não ajudou muito. Eu podia pedir tantas coisas. Eu precisava parar de pensar sobre isso. Passei a mão sobre meus cabelos e a encarei.

-Comida para os patos. -ela sorriu. Droga! Ela sorriu. Ela me mataria algum dia.

Vê-la caminhando toda animada até as rações me fez delirar. Ela é tão incrível. Não conseguia imaginar que podia existir uma garota como Lucy. Eu a encarei por alguns segundos enquanto a via colocar a ração com atenção no balde grande em sua frente. Eu não queria atrapalhar esse momento, ela parecia concentrada. Caminhei até ela e parei.

-Quer ajuda? -eu estava uma merda de dolorido, mas eu não me importava.

-Não precisa. Eu já fiz muito disso. Adoro alimentar os patos. -seu cabelo caía sobre seu rosto e ela com tamanha agilidade, apanhou seus fios compridos fazendo um coque. Santo Cristo!

Eu me virei tentando não encara-lá, seria difícil me segurar vendo isso. Judi estava vindo a nosso encontro. Ela é mulher de Jose e foi bem educada comigo. Estava sempre trazendo maçãs e um café a tarde pra mim, eu gostava dela.

-Menina Lucy! Quanto tempo! -ela sorriu enquanto caminhava até Lucy a envolvendo em um abraço.

-Não faz muito tempo. -Lucy não parecia muito contente com Judi.

-Vejo que está indo alimentar os patos. Fico feliz que esteja fazendo isso de novo. Louise iria amar vê-la fazendo isso. -Lucy abaixou seus olhos e eu percebi tristeza neles. Ela assentiu com a cabeça e deu um sorriso que não alcançou seus olhos. Merda! O que essa Louise tem que ela não gostou?

-Com licença Sra. Judi, vou alimentar os patos. -Lucy não nos olhou. Ela fez o caminho no velho píer de madeira até a beirada do lago. A menina estava chateada.

-Ela não gosta de falar de sua mãe. Vá ajudá-la garoto, não fique aí parado. -mãe? Eu não sabia que ela tinha uma mãe. Na verdade, eu não sabia de nada dela e eu me odiava por isso.

Acenei para Judi e caminhei até Lucy. Ela estava sentada no píer enquanto jogava as rações no lago. Ela não disse nada. Me sentei ao seu lado e peguei um pouco da ração no balde.

-Belo dia para se alimentar patos. -eu disse olhando para frente. Lucy continuou calada. Virei meu olhar pra ela e percebi uma lágrima escorrendo sobre seu rosto -O que foi meu anjo? Está doendo algo?

-Não é nada. -eu sabia que não. Eu sabia que ela estava chateada.

-Quer falar comigo? -eu coloquei minha mão sobre a sua. Lucy, apenas negou com a cabeça -Quando estiver pronta, estarei aqui. -ela assentiu e continuou jogando a ração no lago.

(COMPLETO) LAKEWOOD - Entre o céu e o inferno Onde histórias criam vida. Descubra agora