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AVISO

"Oi, meu nome é João Vítor, tenho 15 anos e nesse livro me aventurei pela primeira vez na area da escrita. O livro está completo e estou repostando ele, espero que gostem... E boa leitura."

...

Vou abrindo os olhos lentamente e a luz me cega por alguns segundos, depois que minha visão vai voltando ao normal, posso analisar o lugar em que estou, a mobília e decoração é toda branca, assim como a parede e as cortinas, há alguns aparelhos ao lado da minha cama, certamente estou no hospital.

Provavelmente não tomei a dose certa, apesar de ter tomado bastante comprimidos, ou minha mãe simplesmente resolveu ir ao meu quarto aquela hora e conseguiu me trazer aqui a tempo.

Sei que talvez nada justifique a minha atitude e mesmo que tentasse explicar, as pessoas nunca entenderiam, elas me chamariam de fraco e pecador por ter atentado contra minha própria vida, e talvez até tenham razão mas isso não importa. O importante é que agora que ele se foi, não vejo mais sentido na vida, nas coisas, nas pessoas, é como se o mundo tivesse se tornado um imenso amontoado de terra em tons de preto e branco.

Sons de salto alto interrompem meus pensamentos, e a porta se abre abruptamente:

- Querido, vejo que acordou - fala minha mãe forçando um sorriso amarelo e se aproximando de mim

- Você sabe que nos deixou muito preocupados né? - ela diz se esforçando para não deixar lágrimas caírem.

Odeio ver minha mãe nesse estado, ela não merece sofrer com minhas atitudes inconsequentes.

- Eu sei mãe, sei que errei, não vou fazer isso de novo.

- Filho, me promete que isso nunca mais vai acontecer?- ela perguntou já com lágrimas escorrendo pelo rosto.

- Prometo! - digo sem saber se poderei cumprir essa promessa.

- Seu pai teve que voltar ao trabalho, mas ele esteve aqui mais cedo.

- Ele só sabe trabalhar... - digo sem pensar.

- Você sabe que ele se preocupa, só que também precisa de dinheiro para pagar por tudo isso aqui- ela me repreendeu.

- Carlos, o horário de visita já está acabando, amanhã eu volto, ok?- minha mãe avisa.

- Tudo bem, mãe.

...

Mais tarde naquele dia, depois da enfermeira ter buscado o que sobrou do jantar, sinto algo se mexendo em minha volta, resolvi não ligar, deve ser o vento, a janela está aberta.

Até sentir um calafrio pelo meu corpo, e a luz apagar, acabo me cobrindo até a cabeça com o edredom.

- O edredom não vai proteger você do bicho papão - ouço uma voz grave e extremamente potente dizer, tiro o edredom da cabeça e vejo um rapaz com cerca de 1,85, olhos claros e cabelos pretos.

- Quem é você? - indago ao rapaz na minha frente.

- Meu nome é Thales, Carlos - ele diz como se fosse óbvio.

- Como sabe meu nome?- pergunto, mas percebo que ele sumiu, acho que estou ficando louco de vez.

...

- Está bem aquecido querido? - pergunta minha mãe dando partida no carro.

O caminho inteiro até minha casa é uma verdadeira tortura, ela nem consegue olhar para mim, talvez eu a entenda um pouco, afinal, ninguém está preparado para a tentativa de suicídio do seu único filho.

Ainda estou um pouco atordoado com o sonho que tive ontem, parecia tão real, mas não pode ser, realmente devo estar ficando louco. Meus devaneios acabam quando minha mãe estaciona na garagem de casa, uma construção de 2 andares feita de alvenaria, com um pequeno jardim e estátuas de anjo na frente, minha casa não é o tipo de casa que se pode chamar de humilde, tampouco uma mansão, é apenas mais uma daquelas casas super decoradas.

Entro pela porta da garagem e vejo meu pai na sala de jantar revirando alguns papéis, passo direto por ele e subo para o meu quarto. Lar doce lar! Acabei resolvendo ir dormir, quem sabe nos sonhos as coisas melhoram para mim.

Acredito em Você (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora