Acredito em Você (Romance Gay)

IV

Aumento o som da música e me embalo ao som do indie-pop de Lana Del Rey, agora já estou ouvindo "Young and Beautiful". Minha mãe deve estar enlouquecida pelo som estar muito alto, mas pelo menos estou o mais perto possível do que considero diversão.

lembro-me de quando eu era menor, em todos os fins de tarde meu pai e eu dançávamos como loucos na sala de estar ao som de seus rocks favoritos. Essa lembrança é de quando meu pai não vivia somente para o trabalho. Nós vivíamos apertados com as contas, mas pelo menos éramos mais próximos, só que logo depois que ele criou sua tão aclamada empresa, eu quase não o vejo em casa, só trabalho e mais trabalho.

Recebo uma mensagem no whatsapp de um grupo de leitores de Fanfics, eles querem fazer um encontro na redenção no sábado depois do próximo, não sei se vou, mas vou pensar na ideia de ir. Faz tempo que eu não saio de casa e preciso de um pouco de ar e liberdade...
Ouço batidas na porta e logo em seguida minha mãe abre a porta pra avisar que o jantar esta pronto.
Desço até a sala de jantar e sento ao lado de meu pai

-boa noite Carlos

- boa noite pai

- como foi seu dia? Teve aula com Dona Emília?

- foi bom, tive sim

- ótimo

Nunca consigo ter muito assunto com meu pai, parece que a mente dele esta em outro lugar sempre. Termino de comer e depois de escovar os dentes vou pra cama.
Penso sobre tudo o que esta acontecendo comigo e acabo pensando em Thales, aquela alucinação da noite passada. Pelo visto ele não vai mais me incomodar, como eu previ quando os efeitos dos remédios passassem ele iria embora.

...

Acordo cedo, com a minha mãe me chamando. Hoje eu tenho consulta com o psicólogo.
Entro no carro e minha mãe me repreende por não ter colocado o cinto de segurança. Assim que o coloco ela segue com o carro. A viagem como sempre é silenciosa e torturante. Depois de meia hora chegamos ao consultório do D.r Aquíno, meu psicólogo.
Entramos na recepção e a secretaria avisa que ele já esta me esperando na sala.

...

Depois de uma série de perguntas sobre como eu me sinto ou sobre minha relação com as pessoas a meu redor, ele me libera. Não falei sobre a alucinação, provavelmente ele iria me encaminhar a um psiquiatra, sendo que foi somente o efeito dos remédios.
Quando chego em casa minha mãe vai preparar o almoço e eu vou para o escritório fazer alguns exercícios de física pra aula de hoje com Dona Emília.

- querido, o almoço esta pronto - fala minha mãe batendo na porta do escritório

- já estou descendo - digo guardando alguns papéis

Desço as escadas e vejo minha mãe e meu pai sentados a mesa

- Nossa, o senhor em casa a essa hora?

- resolvi me dar uma folga hoje, privilégios de ser o patrão - diz meu com um bom humor raro de se ver

- quem é você e o que fez com meu pai? - digo em tom bem humorado

- Ha!Ha!Ha! Deixei ele na empresa

- graças a deus, ele anda meio chato sabe?

O almoço continuou bem humorado até Dona Emília chegar

- Carlos vá para o escritório se preparar para a sua aula - diz meu pai em tom autoritário, acabando assim com a conversa extrovertida no almoço

...

Depois da aula de Dona Emília e do jantar, resolvo ver um filme na Netflix. Escolho assistir A Quinta Onda, já li o livro desse filme e gostei, quem sabe o filme seja tão bom quanto o livro. Acabo caindo no sono na metade do filme.

- Eai dorminhoco - diz uma voz conhecida acabando com meu sono...