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 Pode ser loucura minha, talvez seja mesmo, ele é apenas um fantasma da minha cabeça, uma especie de fuga para a minha solidão. Mas a felicidade em meu rosto ao ouvir a voz dele era evidente

- você? - digo, esfregando meus olhos para poder vê-lo melhor. Ele esta vestindo uma calça jeans preta e uma camiseta de banda, seu cabelo negro esta espetado e seus olhos brilham como se houvessem pequenas estrelas em seu interior

- eu? Ha!Ha!

- você realmente ri de qualquer coisa, não é?

- nunca prestei atenção nisso, mas isso não é bom?

- ainda não sei

- se você não gostar eu paro, desculpa se essa minha mania é um pouco irritante, eu só quero que você fique feliz

- Ei, não precisa parar, eu não me importo com isso - digo me sentando na cama e dando espaço pra ele fazer o mesmo

- tudo bem - ele diz se ajeitando ao meu lado na cama

- se importa se eu dormir com você hoje? Prometo que não vou abusar de você Ha!Ha!Ha!

- vou pensar no seu caso rsrs

 Depois de uns minutos de silencio, ele me pergunta:

- você acredita que eu existo?

- Não sei, você é confuso demais pra mim e eu devo estar louco por estar conversando com alguém que só eu posso ver

- eu entendo, talvez nem eu acreditasse em mim se fosse o contrario

- Mas por enquanto você esta aqui, não esta? Vamos ver um filme?

- vamos

 Coloquei "A Quinta Onda" novamente e ficamos assistindo. No meio do filme, Thales encosta a cabeça no meu ombro, segura minha mão e acaba caindo no sono. Decido continuar vendo o filme. Até que ele é bom, mas não supera em nada o livro...

...

 Acordo e Thales esta com as pernas sobre mim e me envolvendo num abraço forte.

- Thales acorde! Thales! Thales!- chamo, mas ele não acorda de jeito algum. Olho no relógio e são 08:30, resolvo dormir mais um pouco. Quando acordo de novo Thales não esta mais la.

 O dia passa sem muitos acontecimentos e depois da aula com Dona Emília, me pego pensando nele, é, nele mesmo "Thales", aquele ser não sai da minha cabeça. Chego a pensar se ele realmente existe, fico tentando buscar uma explicação para só eu puder ver ele. Uma explicação pra ele estar aparecendo justamente pra mim. É tudo muito complicado e confuso. 

 Sinto-me bem com a companhia dele, ele se parece um pouco com Marcos, não fisicamente, mas o jeito que ele ri, a mania dele de rir de qualquer coisa, esse jeito meio extrovertido que ele tem. Ele faz eu me lembrar muito do Marcos, mas não aquela lembrança angustiante de antes, é uma lembrança boa, ele faz eu lembrar de como eu e o Marcos nos divertíamos juntos.
Marcos sempre foi meu melhor amigo, desde que tínhamos 5 anos e nos conhecemos na creche. Nenhum dos outros meninos estavam brincando comigo, mas ele decidiu brincar e desde então não nos separamos mais. Ele me entendia como ninguém, e sabia tudo sobre mim.

...

 No fim, resolvi ir ao encontro na redenção, aquelas pessoas são o mais próximo de amigos que eu tenho agora.

Acredito em Você (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora