Apesar de toda insistência das meninas, achei melhor não contar nada do que aconteceu entre a Luísa e eu para o João Pedro. Se tem uma coisa que os filmes me ensinaram, é que a vilã sempre arranja um jeito de se safar, e eu não ia correr o risco de terminar como a mentirosa da história e ela a "pobre sofredora".
Após o intervalo, nem olhei mais para os dois (Luísa e João Pedro). Contudo, estava muito ansiosa para o "encontro" na Taverna, e ao mesmo tempo com medo. João Pedro havia convivido comigo havia muito pouco tempo, será que eu estava realmente apaixonada, ou aquilo não passava de uma paixão repentina?, era oque eu me perguntava enquanto esperava Lola, na entrada da escola, junto de Alice, Bia e Dani.
— Olá, meninas... — se aproximaram Rafa e André, sorrindo.
— Olá...
— Oi.Alice não respondeu e Bia deu apenas um breve aceno, voltando sua atenção ao celular.
— Uau, que animação! — exclamou Rafa, ironicamente, balançando as mãos no alto e sentando-se ao nosso lado. — Ei, sabe o que eu tava pensando? Que a gente devia dar uma festa!
— Ô, calma aí, Rafa. Não podemos dar festas quando e onde quisermos... — disse Bia, tirando os fones do ouvido.
— Ah, qual é, gente! Vamos nos animar. E eu sei o lugar perfeito para dar uma festa.
— Qual? — perguntou Dani, começando a ficar interessada.
— Só vão saber se nos ajudarem... — André se apoiou em Rafa, sorrindo.
Apenas revirei os olhos, sorrindo. Mas não seria uma má ideia, eu estava mesmo precisando me distrair...
— Tudo bem, nós ajudamos. — respondi, me levantando.
Bia me lançou um olhar cético e revirou os olhos, sorrindo de canto. Pude notar Rafa a olhando, com brilho nos olhos.
Alice e Dani já conversavam entre si sobre todos os detalhes quando escutamos a buzina de Lola; rapidamente, pegamos nossas bolsas, acenamos para os meninos e adentramos no carro.
Apertei os cintos já dentro do carro, e respirei fundo. Mas toda proteção parecia pouca em relação ao que me esperava.
🌴🌴🌴
Ao chegar em casa, voei para o meu quarto, ignorando o abraço da minha avó — mas eu juro que não fiz por mal! — e me tranquei ali, porque, afinal, não vamos nos esquecer que João Pedro e eu moramos NA MESMA CASA! Acho que estou começando a acreditar nessa coisa da "Lei de Murphy"!
Enquanto eu me trocava, vi minha vó entrando no quarto, de fininho.
— Ah, Mari, você passou apressada e nem me deixou falar. O João Pedro pediu pra avisar que já fosse pra Taverna, ele está te esperando para fazerem o trabalho. — ela sorriu.
Eu me sentia bem mal em não poder contar nada daquilo para minha avó, mas... era para o bem de todos.
Apenas concordei com a cabeça, dando um sorriso nervoso, e esperei ela sair do quarto para, rapidamente, me enfiar dentro de uma blusa, uma bermuda e mandar uma rápida mensagem para Alice, Dani e Bia:
Meninas, estou saindo (!!!!). Não me liguem, por favor. Prometo que conto tudo que aconteceu DEPOIS!
Beijos.
Respirei fundo e caminhei até a porta, pronta para sair, até escutar a voz da minha avó atrás de mim:
— Mari?
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Por Água Abaixo
Teen FictionMariana vive com seus avós - donos de uma taverna - em Maré Alta, onde praia e sol resumem a vida de seus moradores. Vivendo sua rotina normal e pacata, com amigos, luais e um crush mega gato, Mari não imaginava oque iria acontecer quando João...