Capítulo 17

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O taxista estacionou o carro em frente ao colégio e, assim que Rafa o pagou, descemos, caminhando até o portão. Quando tentei empurrá-lo, notei que o mesmo estava envolto por um forte cadeado.

— Está trancado... — murmurei, encarando Dani, Bia, Alice, Rafa e André.

— Eu sei — disse Rafa, tirando o celular do bolso e ligando para alguém — É por isso que o JP está nos esperando!

— O João Pedro roubou as chaves?

— Pegou emprestado. — corrigiu André, fazendo com que eu revirasse os olhos.

Ao virar o rosto para o lado, senti meu estômago dar um loop completo, enquanto encarava João Pedro caminhar em nossa direção.

Fiquei meio sem jeito quando ele ficou bem do meu lado, chacoalhando o molho de chaves.

, Pedrinho. — disse Rafa, passando a mão no cabelo.

João riu, encaixando a chave no cadeado, e escancarando o portão, dando algumas olhadas para trás, verificando se não havia ninguém por perto.

Rapidamente adentramos e o mesmo aconteceu na entrada principal; quando finalmente colocamos os pés no deserto corredor de entrada, senti um calafrio.

— A escola vazia é meio assustadora... — murmurou Dani, ao meu lado. — Vocês tem certeza que querem fazer isso? Podemos ter sérios problemas.

— Relaxa, Pandinha. Afinal, o que é a vida sem um pouco de emoção? — André sorriu e a mesma retribuiu, balançando a cabeça como em sinal de concordância.

Pandinha? Oi? Perdi alguma coisa por aqui?

A ideia de um romance entre a Dani e o André fez com que eu me recordasse de Rafa e Bia e da história mal contada do que aconteceu na festa.

Com isso, caminhei na direção do Rafa, que conversava algo com João Pedro.

— Rafa, posso falar com você um instantinho?

— Ah, claro. O que foi?

O puxei para um canto, impaciente.

— Afinal, o que aconteceu na festa? — sussurrei — A Bia disse que quase não falou com você!

— Ah, isso... — ele coçou o cabelo, franzindo a testa — Eu pensei melhor, Mari. A Bia parece estar muito feliz com o gringo lá — sorri de maneira fraca — e eu só quero que ela seja feliz. Ela não gosta de mim como eu gosto dela, admitir o que sinto só iria estragar nossa amizade e... eu não quero isso. É melhor as coisas ficarem do jeito que estão.

Toquei em seu ombro, sem saber o que dizer.

— Não fica triste, Rafa. Sério. Existem várias garotas que, com certeza, gostam de você e... quem sabe o que pode acontecer no futuro? O amor surge de repente, quem sabe não acontece isso com a Bia em relação à você?

— É, quem sabe. — ele dá um sorriso torto — Mas acho que não é comigo que você devia estar falando agora...

Olhamos ao mesmo tempo na direção de João Pedro e senti minhas bochechas corarem.

— Eu vou indo. — murmurei.

— Ok, só não demorem muito, não vamos arrumar tudo sozinhos!

Sorri e saí andando, sentindo as batidas do meu coração um pouco mais aceleradas; meu olhar se cruzou com o de João Pedro e senti minhas pernas ficarem bambas, encarando seus olhos surpreendentemente verdes, com um brilho único.

Por Água AbaixoOnde histórias criam vida. Descubra agora