Quando a luz veio sobre nós e com todo o seu calor tocou os nossos corpos, finalmente meus olhos repousaram sobre Ela que ainda adormecia ao meu lado, suavemente toquei sua face, deslizando dos seus cabelos até o queixo, o medo e a insegurança já ficaram para trás e aos poucos os sonhos que foram se despertando pintaram sorrisos em sua boca. Já havia ganhado o dia ao desfrutar essa linda cena, Valentina levantou-se ainda sonolenta, fechou a cortina da porta envidraçada da sacada, trancou a porta do quarto que eu nem lembrava que estava aberta e voltou para a cama, deitou-se novamente ao meu lado, me deu um breve beijo, pousou sua cabeça em meu peito, envolveu seu braço em mim e fechou os olhos novamente. Eu apenas dei um leve sorriso, a abracei e tentei descansar mais um pouco, pois sabia que ainda era muito cedo para levantar da cama.Umas horas depois ouvi o que parecia ser alguém chamando, mas nem dei importancia, até que continuou insistindo a chamar e chamar. Ainda estava com muito sono, então virei-me pra Valentina e a abracei de conchinha.
- Valen, acho que sua mãe está chamando. - Disse com a voz embolada e ainda com muito sono.
- Isso é coisa da sua cabeça, fica quietinha. - Ela acariciou minha mão e se encolheu mais ainda em meus braços.
- VALENTINA!! - Demos um pulo da cama ao ouvir um grito mais alto.
- Ai caramba é minha mãe! - Exclamou.
- Jura? Nem tinha percebido. - Disse sendo irônica. - E agora?
- Corre pro banheiro. - Valentina apanhou minha roupa do chão e jogou em meus braços me empurrando pro banheiro em seguida.
- O que vai fazer? - Perguntei sem entender.
- Não sai daí. - Ela fechou a porta e logo pude ouvir a voz da mãe dela no quarto, como ela se trocou tão rápido? Pensei.
- Aconteceu alguma coisa? - Era a mãe dela.
- Sophia não acordou muito bem, por isso demoramos pro café. - Mentiu.
Estava tentando ouvir tudo, mas o banheiro fica dentro do closet um pouco distante do quarto, ou melhor um outro cômodo do quarto, então tinha que me esforçar, abri um pouco a porta para ouvir.
- Sério? O que ela tem?
- O que ela tem.... É.... Dor...D-Dor no estômago. - Respondeu gaguejando.
- Vou ver se ela precisa de alguma coisa. - Imaginei que ela viesse até o banheiro, mas foi interrompida por Valentina.
- Não! Mãe, a gente já está descendo ela queria ficar sozinha, vamos descer.
- Mas ela está passando mal.
- Ela já vai ficar melhor. - Já estava ficando entediada com esse papo.
- Está bem, vou fazer algo para ela tomar.
Em seguida um silêncio se fez, aproveitei que estava no banheiro e já tomei um banho e fiz minhas higienes, me troquei rápido e desci para a sala de jantar aonde o café ja havia sido servido. Aproximei-me da mesa, puxei uma cadeira e me sentei, Valentina me seguia com os olhos.
- Onde ela está? - Perguntei baixinho.
- Na cozinha. - Respondeu no mesmo tom.
- Ôh Sophia, você está melhor? - A mãe de Valentina entrou de supetão nos dando um leve susto.
- Eu? - Valentina me deu uma cutucada. - É... Um pouco.
- Pelo visto nem vão trabalhar hoje né? - Perguntou enquanto sentava-se.
- Claro que vamos. - Manifestou-se Valentina.
- Vão entrar depois do almoço?
- Não mãe, horário normal. - Indagou.
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A Carne é Fraca (Romance Lésbico)
RomanceSophia e Valentina se conhecem desde que nasceram, suas famílias são amigos de longa data e isso ajudou na aproximação e convivência das duas. Sophia é bem resolvida com sua orientação sexual, mas o que ela esconde é um grande amor, um sentimento ve...