Capítulo 11

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Quando a luz veio sobre nós e com todo o seu calor tocou os nossos corpos, finalmente meus olhos repousaram sobre Ela que ainda adormecia ao meu lado, suavemente toquei sua face, deslizando dos seus cabelos até o queixo, o medo e a insegurança já ficaram para trás e aos poucos os sonhos que foram se despertando pintaram sorrisos em sua boca. Já havia ganhado o dia ao desfrutar essa linda cena, Valentina levantou-se ainda sonolenta, fechou a cortina da porta envidraçada da sacada, trancou a porta do quarto que eu nem lembrava que estava aberta e voltou para a cama, deitou-se novamente ao meu lado, me deu um breve beijo, pousou sua cabeça em meu peito, envolveu seu braço em mim e fechou os olhos novamente. Eu apenas dei um leve sorriso, a abracei e tentei descansar mais um pouco, pois sabia que ainda era muito cedo para levantar da cama.

Umas horas depois ouvi o que parecia ser alguém chamando, mas nem dei importancia, até que continuou insistindo a chamar e chamar. Ainda estava com muito sono, então virei-me pra Valentina e a abracei de conchinha.

- Valen, acho que sua mãe está chamando. - Disse com a voz embolada e ainda com muito sono.

- Isso é coisa da sua cabeça, fica quietinha. - Ela acariciou minha mão e se encolheu mais ainda em meus braços.

- VALENTINA!! - Demos um pulo da cama ao ouvir um grito mais alto.

- Ai caramba é minha mãe! - Exclamou.

- Jura? Nem tinha percebido. - Disse sendo irônica. - E agora?

- Corre pro banheiro. - Valentina apanhou minha roupa do chão e jogou em meus braços me empurrando pro banheiro em seguida.

- O que vai fazer? - Perguntei sem entender.

- Não sai daí. - Ela fechou a porta e logo pude ouvir a voz da mãe dela no quarto, como ela se trocou tão rápido? Pensei.

- Aconteceu alguma coisa? - Era a mãe dela.

- Sophia não acordou muito bem, por isso demoramos pro café. - Mentiu.

Estava tentando ouvir tudo, mas o banheiro fica dentro do closet um pouco distante do quarto, ou melhor um outro cômodo do quarto, então tinha que me esforçar, abri um pouco a porta para ouvir.

- Sério? O que ela tem?

- O que ela tem.... É.... Dor...D-Dor no estômago. - Respondeu gaguejando.

- Vou ver se ela precisa de alguma coisa. - Imaginei que ela viesse até o banheiro, mas foi interrompida por Valentina.

- Não! Mãe, a gente já está descendo ela queria ficar sozinha, vamos descer.

- Mas ela está passando mal.

- Ela já vai ficar melhor. - Já estava ficando entediada com esse papo.

- Está bem, vou fazer algo para ela tomar.

Em seguida um silêncio se fez, aproveitei que estava no banheiro e já tomei um banho e fiz minhas higienes, me troquei rápido e desci para a sala de jantar aonde o café ja havia sido servido. Aproximei-me da mesa, puxei uma cadeira e me sentei, Valentina me seguia com os olhos.

- Onde ela está? - Perguntei baixinho.

- Na cozinha. - Respondeu no mesmo tom.

- Ôh Sophia, você está melhor? - A mãe de Valentina entrou de supetão nos dando um leve susto.

- Eu? - Valentina me deu uma cutucada. - É... Um pouco.

- Pelo visto nem vão trabalhar hoje né? - Perguntou enquanto sentava-se.

- Claro que vamos. - Manifestou-se Valentina.

- Vão entrar depois do almoço?

- Não mãe, horário normal. - Indagou.

A Carne é Fraca (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora