Capítulo 21

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- Ninguém vai dizer nada? - Perguntou Leona entre nós duas.

- Acho que não tenho mais o que dizer. - Respondeu Valentina, quando ela ia se retirar eu gritei.

- VOCÊ VAI FICAR QUIETINHA AQUI!! - Aproximei rapidamente, a puxei para dentro do escritório e fechei a porta. - Estou de saco cheio de você chegar e me ver com outra pessoa e já pensar que tem algo errado acontecendo.

- E não tem? Como da vez em que vi vocês duas se beijando no carro, espera teve também a vez que vi vocês duas juntas no restaurante e tem também vocês duas numa cama, o que eu iria pensar? - Debateu Valentina de braços cruzados.

- Olha garota, o beijo aconteceu sim, mas foi porque Eu a beijei, o restaurante eu a levei porque tinha esperança de ter algo com ela, e o dia da festa não aconteceu nada. Ela apenas bebeu demais por culpa dos outros, vomitou na roupa dela e na minha, eu tive que tirar e pra não deixá-la sozinha eu a fiz companhia. Sabe o que mais? Ela passou a madrugada inteira chamando o seu nome, ela sempre deixou muito claro que te ama e não tem possibilidade de termos nada e você com toda essa infantilidade achando que tivemos algo sem ao menos deixá-la explicar. Corra atrás dos fatos primeiro, antes de apontar e depois ficar se lamentando pelos cantos. - Leona levantou-se apanhando sua bolsa. - Vou deixá-las mais à vontade, precisam conversar. - Ela selou meu rosto, deu um tchauzinho pra Valentina e antes de sair disse.- Boa sorte! Se precisar sabe como me encontrar.

- Viu como não aconteceu nada? - A encarei.

- Quem me garante que não pediu para que ela dissesse isso? - Ela me olhava com uma sobrancelha arqueada.

- Puta que pariu, como você é teimosa cara. - Murmurei socando minha mesa. - Eu sempre tento fazer de tudo pra gente ficar bem, mas você sempre da um jeito de piorar a situação com essa sua teimosia.

- Piorar a situação? Da mesmo pra piorar mais ainda? A minha vida está um inferno. - Debateu.

- Jura? E a minha vida Valentina? - Isso já estava me irritando. - Você não é a única com problemas aqui, eu não tenho culpa que sua mãe é uma lésbica enrustida e agora está fazendo da sua vida um inferno por você estar tentando fazer o que ela não conseguiu. Disse num tom de voz alto.

- O que você disse? - Ela me olhava com os olhos arregalados.

- Que eu não tenho culpa que sua mãe faz da sua vida um inferno. - Repeti de uma forma mais calma.

- Não, você não disse assim... O que quis dizer com "lésbica enrustida"? O que sabe que eu não sei? - Agora quem estava com os olhos arregalados era eu.

- Você deve ter ouvido errado. - Debati.

- Eu ouvi muito bem Sophia, minha mãe é lesbica? Como assim ela casou com meu pai. - Valentina estava confusa.

- Casou com seu pai, mas se envolveu com uma mulher e não teve coragem de assumí-la. - Disse de uma só vez a olhando com pesar.

- Você sabia disso e não me contou? A quanto tempo você sabe? - Ela deixou uma lágrima cair de seus olhos.

- Bem antes de você se afastar. - Confessei.

- Eu não acredito que escondeu esse tempo todo. - Indagou com voz de choro.

- Foi pro seu bem... - Disse baixinho.

- Pro meu bem? Olha como eu estou Sophia, vê se eu estou bem... Não venha atrás de mim. - Ela caminhou até a porta que se abriu antes dela o fazer.

- Aaah não, era só o que me faltava... - Murmurei ao ver Tia Camilla entrar e fechar a porta.

- O que faz aqui? - Perguntou Valentina um pouco grossa.

A Carne é Fraca (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora