Capítulo 26

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- Caramba acho que me quebrei toda! - Pude ouvir uma voz exclamar à poucos centímetros de mim.

- Valen? - Me levantei rapidamente e a procurei entre os matos altos. - Valentina! - Exclamei ao encontrá-la.

- Calma, não encosta em mim ainda. - Murmurou entre gemidos ainda deitada.

- Meu Deus, por um instante achei que ainda estivesse naquele carro. - Indaguei feliz ao vê-la, me ajoelhei ao seu lado.

- Por um instante achei que não teria coragem de saltar dele em movimento. - Ela tentou sorrir, mas em seguida gemeu de dor.

- Consegue levantar? - Perguntei a olhando com pesar, ela estava toda arranhada.

- Acho que sim. - Respondeu sentando-se devagar. - Não fique aí parada me ajuda.

- É que você disse pra não encostar em você. - Indaguei a ajudando à levantar-se.

- Agora pode, mas com cuidado. - Valentina enlaçou meu pescoço e eu enlacei sua cintura.

- Sente alguma dor? - Perguntei começando a caminhar com ela para a estrada devagar.

- Está mesmo perguntando isso? - Ela me encarou séria. - Vamos sair logo daqui.

- Como quiser... - Concordei.

- Quando digo daqui não é apenas daqui, mas sim de Seattle... - Comentou caminhando a passos curtos.

- É uma ótima idéia! - Concordei sorrindo, mas ainda estava preocupada com Ela.

- Barcelona... Talvez Paris? - Brincou em seguida.

- Paris também é bichado, prefiro Barcelona ou qualquer outro lugar. - Interagi enquanto a ajudava.

- Você está sangrando. - Disse ao perceber o corte em meu rosto.

- Não é nada demais comparado a sua situação. - Murmurei a olhando.

- Acho que preciso de um banho quente! - Murmurou entre gemidos.

Pensar que havia perdido Valentina naquela explosão me dilacerou por inteira, mas ao vê-la viva me trouxe de volta. Não seria uma má idéia sair de Seattle afinal as coisas ruins só aconteceram aqui, nada como tentar recomeçar em outro país, outra cidade.

Ajudei ela a entrar no carro que por milagre ainda estava funcionando e com um pouco de gasolina, em seguida entrei e fiz a volta. Ela mantinha-se calada ao meu lado, mas só de ouvir sua respiração já me bastava, em poucos km avistamos os carros da polícia aproximar-se junto com uma ambulância com socorristas a bordo. Parei o carro no acostamento e pedi que a atendessem o mais rápido possível, expliquei resumidamente a onde estava o carro que Gustavo dirigia, apesar que não seria difícil encontrar pela fumaça preta que podia se ver sair entre as árvores.

No hospital Valentina logo foi atendida e já estava em um quarto, ela havia fraturado algumas costelas no momento em que saltou do carro em movimento. Já eu apenas recebi um curativo no rosto e estava pronta para outra, outra que não fosse mais uma dessa, longe de mim levar paulada na cabeça, cair de uma sacada ou levar um golpe com uma arma no rosto de novo.

Gustavo foi encontrado a distância do carro, pelo visto ele também havia saltado antes do mesmo capotar, ele foi levado ao hospital ainda com vida, mas estava bem arrebentado. Estavam aguardando ele receber alta para levá-lo preso e então o juíz decidiria quantos anos ele pagaria pena em uma prisão, o mantinham o tempo inteiro algemado a uma cama de hospital vigiado por guardas da polícia, relatos dado pelo próprio delegado.

- Vocês duas já podem parar de nos dar sustos. - Brincou Papai fazendo todos rirem.

- Acho que agora finalmente acabou, já deu o que tinha que dar né, tem certeza que não somos nenhuma mutante? - Brincou Valentina.

A Carne é Fraca (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora