Capítulo 7

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Passar o dia com meu pai no estúdio dele estava sendo sensacional, ele me ensinou algumas coisas, me mostrou tudo o que ele fazia, mostrou também cada parte do prédio. Mesmo ele tentando não demonstrar podia perceber que ele estava curioso para saber o que mamãe queria tanto conversar com ele depois, ela o deixou avisado e foi trabalhar me deixando com ele. Acho que a curiosidade eu herdei dele, estava de longe assistindo a uma sessão de fotos que ele estava fazendo, aos poucos fui me apaixonando pelo seu trabalho.

- Quinze minutinhos pessoal, podem beber água, descansar... - Anunciou vindo em minha direção. - E aí, o que está achando?

- Um máximo! - Respondi sorrindo.

- Quer tentar? - Ele sentou-se ao meu lado e me entregou a câmera.

- Não quero atrapalhar o seu trabalho. - Sorri.

- Vamos tente, você sempre amou fazer isso, fotografia sempre foi uma de suas paixões. - Insistiu.

- Está falando sério? - Fiquei surpresa ao ouvir o que ele havia dito, nunca imaginei que já fazia parte disso.

- Sim, vai lá...

- E se ficar tudo uma bosta?

- Não se preocupe com isso, duvido que fique, você já nasceu pra isso. - Ele deu um sorriso largo.

Adorava ver meu pai feliz, então iria fazer isso por ele, esperamos dar os quinze minutos de descanso e logo ele pediu a todos para voltarem aos seus lugares. A equipe ficou meio perdida ao ver que meu pai mandou eu assumir o cargo dele pelo resto da sessão, mas não disseram nada pois já me conheciam e também disseram que eu mandava bem no que fazia e aos poucos fui me soltando e criando um relacionamento sério com a câmera.

No final do expediente fomos para casa, meu pai foi brincando comigo o caminho inteiro e me zuando por conta da faixa na cabeça, impossível não rir com ele, totalmente palhaço. Ao chegar meu pai estacionou na rua mesmo em frente de casa, eu já sabia que mamãe já havia chegado e meu irmão também. Quando finalmente entramos pude ver que ela conversava com alguém no sofá da sala de visitas, fui aproximando devagar e aos poucos ia tentando reconhecer a voz para saber de quem se tratava.

- Eles chegaram. - Anunciou minha mãe ao notar minha presença. - Chamei Valentina aqui para que fizessem algo juntas. - Explicou ao notar que estava confusa.

- Fazer algo juntas? Nós duas? - Indaguei as olhando.

- Nossa, reunião de mulheres? - Brincou meu pai ao entrar. - Oi amor! - Ele deu um beijo rápido nela.- Oi Valen! - Disse a cumprimentando com um beijo no rosto.

- Oi Tio Lucca. - Respondeu sorrindo.

- O que está acontecendo aqui? - Perguntou curioso.

- Chamei Valentina para fazer companhia a Dona Encrenca. - Explicou mais uma vez.

- Podemos ir lá em casa Sophi's. - Sugeriu me olhando, não sabia se era boa idéia, tinha criado uma intimidade com ela na noite que saímos, mas não era tanto assim, nem sei onde ela mora.

- Não sei, eu...

- Vai lá com ela meu anjo, faz tempo que não fazem algo juntas, pode te ajudar a relembrar algumas coisas. - Sugeriu meu pai ao interromper-me.

- Tá, então vamos? - Concordei a olhando.

- Ótimo, você vai gostar. - Valentina segurou uma das minhas mãos e saiu me puxando com ela.

Para a minha surpresa descobri que sua casa é grudada com a minha.

"E eu achando que era longe."

A Carne é Fraca (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora