Eu e Louis andamos até ao seu carro que por acaso estava até bem perto do pequeno bar. O seu carro era grande. Não tão grande como o de Harry, mas mesmo assim grande. Louis abriu a porta do passageiro para eu entrar e eu agradeci sorrindo. Ele é simpático e desde que Harry deixara de falar comigo era ele com quem me dava melhor na turma. Liz havia faltado as aulas durante vários dias desde que recebi o bilhete e quando voltou simplesmente começou a agir como se nada tivesse acontecido. Ela olhava muito para Harry, como sempre, mas nunca lhe dirigia a palavra. Eu por vezes apanhava-a a olhar para mim e para Louis ,enquanto estávamos a falar, e depois para Harry. Ela olhava como se não percebesse o que se passava. Na verdade, a única que não percebia nada do que se passava era eu. E Lucy claro.
“Está tudo bem?” A voz de Louis inundou o carro acordando-me dos meus pensamentos.
“Sim, estava só a pensar” Eu encolhi os ombros desculpando-me.
“Eu percebi” Ele sorriu-me. “Eu estava a pensar…” Ele parou de falar e vi as suas bochechas corarem. Acho eu.
“Sim?” Eu incentivei.
“Eu… Eu estava a pensar se querias sair comigo?” Ele perguntou nervoso e olhou para mim quando paramos num sinal vermelho.
“Só nós os dois?” Eu perguntei com os olhos um pouco arregalados. Quero dizer, Louis é realmente muito bonito. Mas ele é só meu amigo. Eu realmente nunca tive grandes amores. Mas quando olho para ele eu não sinto as borboletas na barriga, ou aquele nervosismo parvo. Eu não sinto o coração a bater mais forte. Como sentes quando olhas para o Harry. Uma vozinha irritante do meu subconsciente fez questão de dizer. Mas mesmo que ele tivesse razão eu preferi manda-lo calar a boca.
“Hum sim? Não, eu não sei… Quero dizer acho que podemos convidar alguém.” Ele disse e eu pude sentir um pouco de decepção na sua voz. Mas eu preferi ignorar.
“Talvez pudéssemos convidar a Lucy e aquele rapaz novo da turma dela. Qual é o nome dele? Le… La… Não. Liam é isso. Talvez pudéssemos convida-los.” Eu disse deixando essa opção em aberto. Eu realmente não me iria sentir a vontade sozinha com Louis, como agora.
“Tens a certeza? Quero dizer eles não se conhecem muito bem.” Ele disse novamente um pouco nervoso.
“Conhecem-se tanto como eu e tu.” Eu ri e ele acabou por concordar sorrindo. Eu acho que nunca tinha visto este seu sorriso. Quando digo que ele é bonito eu realmente não estou a dizer toda a verdade. Quero dizer, ele é moreno e tem olhos azuis. Quando ele sorri, faz pequenos traços na ponta dos seus olhos. Ele tem algumas tatuagem nos braços e no peito, eu já reparei. Não tem tantas como Harry mas também tem algumas. Eu noto que ele é do género brincalhão mas também muito nervoso. Eu acho que ele as vezes tem medo de dizer algo que não deve. Eu só não percebo porque. Quero dizer não é como se ele tivesse algo a esconder, eu acho.
“Chegamos.” Ele disse ao parar o carro em frente a minha casa. Eu não sei como ele sabia onde eu morava. Quero dizer não me lembro de o dizer, mas eu também consigo ser uma cabeça no ar.
“Obrigada pela boleia Louis.” Eu sorri enquanto tirava o cinto.
“De nada sempre que quiseres.” Ele sorriu-me de volta.
“Hum, olha e desculpa por não ter ido beber café contigo mas já tinha aquilo combinado. Embora não tenha dado em nada.” Eu encolhi os ombros e dei-lhe um pequeno sorriso. “Olha e podes tentar não dizer que me viste esta noite? É só que eu não contei a ninguém o que fui fazer e também é melhor ninguém saber.” Eu disse nervosa.
“Sim claro, não tenho nada a ver com isso.” Ele riu.
“Obrigada.” Eu disse e sai do carro.
“Hum Kathe?” Ele perguntou quando me preparava para fechar a porta do carro.
“Sim?” Eu perguntei parando.
“Tens a certeza que não se passa nada?” Ele perguntou e por momentos eu pensei que ele tivesse visto Harry no bar.
“Tenho, está tudo bem.” Eu sorri-lhe. “Até amanhã.”
“Adeus.” Ele sorriu-me de volta e eu fechei a porta.
Atravessei a estrada e subi as pequenas escadas que iam dar ao alpendre da minha casa. Tirei as chaves de casa e virei-me para dar um ultimo adeus a Louis. Ele estava ao telemóvel e olhava para mim enquanto ouvia o que quer que fosse que a outra pessoa tivesse a dizer. Eu acenei-lhe sorrindo e ele fez o mesmo. Acabei por entrar em casa e fui directa para o meu quarto.
…
“… e então a senhora olhou para mim e disse que eu ainda nem sequer tinha idade para andar sozinha quando mais com uma criança. E eu fiquei, tipo, parva. Já estava a ficar mesmo chateada e respondi-lhe ‘Eu tenho 17anos e essa criança é o meu irmão. E eu não tenho culpa de ser pequena.’” Ela disse e bufou enquanto eu, Louis e Liam riamos que nem uns perdidos. Lucy tivera-nos a contar que no dia anterior os pais dela tiveram de ficar a trabalhar até mais tarde e então ela teve que ir buscar o irmão a escola.
“Já quase me esquecia!” Eu disse um pouco alto demais. “Eu e o Louis tivemos a falar e achamos que devíamos ir sair os quatro.”
“Isso ia ser divertido!” A Lucy exclamou batendo palmas.
“Os quatro? Sair?” Liam perguntou nervoso, eu acho.
“Sim, vai ser divertido sairmos juntos. Diz-lhe Louis.” Eu incentivei.
“Sim… Vai ser divertido.” Louis disse e algo estranho se passou entre eles naquele momento.
“Ok, vai ser divertido.” Liam acabou por dizer e deu um pequeno sorriso a Lucy e a mim. Nós as duas batemos palmas e começamos a combinar. O meu telemóvel tocou interrompendo a nossa conversa.
“Espera, estão me a ligar.” Eu disse enquanto procurava o telemóvel na mala. “Numero privado? Estranho.” Eu ri. “Sim?” Eu perguntei ao atender. “Estou? Quem fala?” Voltei a perguntar quando não recebi nenhuma resposta. “Ok, isto é estranho.” Eu disse quando acabei por desligar.
“O que?” Lucy perguntou desviando-se da sua conversa com Liam.
“Não sei ligaram-me em privado e ninguém falou.” Eu encolhi os ombros.
“Talvez estivessem sem rede.” Liam disse.
“Não sei, eu ouvi alguém a respirar. Se conseguia ouvir a respiração também devia ouvir a falarem.” O meu telemóvel voltou a tocar e eu atendi. “Estou?!” Eu esperei pela resposta, que não chegou. “Estão a brincar? Mas acham que não tenho mais nada que fazer?” Eu disse e desliguei o telemóvel.
“Então?” Louis perguntou.
“Voltaram a ligar e não falaram. Mas esta gente não tem nada para fazer.” Eu disse já chateada com aquilo tudo.
“Não ligues.” Lucy disse e nós acabamos por continuar a nossa conversa.
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I'm not afraid.
FanfictionKatherine tem uma vida normal, dentro dos possíveis. Até que a sua mãe se resolve mudar para Chesterfield. Ela vai ter que abandonar os seus amigos. Katherine vai encontrar amigos na sua nova cidade. Também irá encontrar o amor... E problemas.