Novos sentimentos

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Não pisca assim não garoto. Senão não respondo por mim. Cada coisa que eu penso quando ele está por perto. Eu não era assim.
- Acorda garota- disse estalando os dedos na frente do meu rosto- Você tá bem ou você é lunática assim mesmo?
- Eu não sou lunática- disse me defendendo.
- Parece.
- Como você entrou aqui?
- Pela janela talvez- disse com um sorriso zombador no rosto.
Acabou que me deitei com ele, mas não muito próxima. Tinha que manter distância dele.
- Tá com medo de mim, Melzinha? Pode se aproximar. Não vou fazer nada que você não queira.
- Mas não encosta em mim, seu pra frente.
- Tá bom puritana.
Estávamos vendo o chamado, um terror bem pesado. Eu odeio terror, mas foi Cristian quem escolheu. Eu nem mesma dei minha opinião. Fazer o que né. A cada suspense eu dava um pulo e me aproximava mais dele sem querer.
- Calma garota, daqui que a pouco você deita em cima de mim. Se bem que não seria má ideia- me deu um sorriso malicioso.
- Desculpe-me, tenho medo de terror- disse me afastando um pouco.
- Percebi.
Depois de um tempo ele foi para o seu quarto. Ainda bem. Eu estava meio sem jeito perto dele. Aqueles olhos azuis me hipnotizavam.

Dormi muito bem e infelizmente sonhei com Cristian. Mas não me lembro bem como foi.Que pena! Ouvi uma batida na porta.
- Oi pai.
- Oi meu anjo, vamos?
Fomos tomar café, depois fomos passear pelo mar. Conversamos bastante, sobre minha mãe, minhas amigas, escola, sobre tudo.
Mais tarde fomos ao restaurante almoçar. Ao entrar, nos deparamos com Cristian e seus pais. O pai dele, nos convidou para sentarmos com eles.
- Me lembro de você- meu pai disse apontando para Cristian.
- Fomos apresentados naquele restaurante.
- Recordei-me agora. Você disse que Mel é sua amiga.
- Somos mesmo- disse piscando pra mim.
Fiquei super sem graça, pois todos os rostos se direcionaram a mim. Se tivesse como, eu me afundaria no chão.
- Então, conheceu meu filho onde? - a mãe de Cristian me pergunta.
- Em uma festa senhora.
- Eu parece tão velha assim pra ser chamada de senhora? Me chame de Ana.
- Tá bom Ana- sorri pra ela.
- Então você conhece meus pais? - perguntou Cristian a meu pai.
- Sim nos conhecemos ontem.
Seus pais são ótimas pessoas.
- Igual ao filho.
- Exibido- falei e foi aí que todos começaram a rir.

O almoço correu bem, tirando algumas situações constrangedoras que Cristian me fazia passar. Ele ia pagar por isso.
No final, meu pai chamou Ana e Roberto, pai de Cristian, que por sinal é a versão mais velha do Cristian, para um passeio. Eu não queria ir, pois seria chato.
- Eu e a Mel planejamos fazer algumas coisas juntos...
- Que tipo de coisa?- meu pai perguntou me olhando.
- Nada demais senhor, coisas de jovem.
Acabou que meu pai caiu nessa. Ainda bem. Mas ele fez aquela cara de "depois a gente conversa". Os pais de Cristian eram super liberais, nem questionaram o filho.
Quando nos afastamos deles, me dirigi a Cristian.
- Não marcamos nada pra fazer.
- Agora marcamos.

Fomos novamente a sala de jogos. Eu queria ir a piscina, mas como havíamos acabado de almoçar, resolvemos fazer isso mais tarde. Perdi toda às vezes que jogamos PlayStation, ou eu sou muito ruim nesse jogo ou o Cristian é muito bom. Acho que a segunda opção.

- É Mel esqueceu das amigas?
- Claro que não, Bruna, ontem mal tive tempo de usar o celular.
- E hoje? Tava muito ocupada?
- Um pouquinho...
- Quem é? - ela me interrompeu.
- Quem é o quê?
- A pessoa que ocupa tanto o seu tempo, que você não pode nem conversar com as amigas. Fala logo garota- ela gritou nervosa.
- O Cristian.
- Aquele Cristian?
- Aquele mesmo.
- E ele beija bem?
- Somos só amigos e tá pensando que sou o quê?
- Aquele gatinho e você quer só amizade?
- Porque não?
- Você é uma freira. Agora me conta como foi o encontro.
- Lembra que te falei que meu pai veio a trabalho, então os pais dele trabalham na mesma área... - Na área de quem?
- Do meu pai ora...
Contei a história toda pra ela, até do encontro com o Cristian. Encontro? Tanto faz.
- Que história não? - ela disse irônica.
- Espera um minuto. Vou atender a porta.
Era o Cristian. O que ele estava fazendo aqui? Já são meia-noite. Ele entrou e sentou-se na cama.
- Tá ocupada?
- Tô no telefone com minha amiga...
- Vou esperar- ele mal me deixou terminar.
Voltei ao telefone.
- Quem é? Ouvi voz de homem.
- Cristian.
- Você diz que são amigos e vão dormir juntos? - senti meu rosto corar. Cristian me olhou como se tivesse ouvido algo, mas não sei ao certo.
- Cada ideia que você tem. Agora tenho que desligar. Te ligo depois tá?
- Beijos e usem...
Desliguei.
- Então vamos?- Cristian falou.
- Pra onde? - gritei.
- Dar um passeio uai. Tô sem sono.
- De novo?
- É. Não tenho nada pra fazer, na TV não tá passando nada de interessante.
- E você veio aqui achando que eu sou uma zumbi.
- Mas você dormiu o dia inteiro depois que nos encontramos.
- Dormi mesmo mais...
- Mais nada. Vamos.
Ele me puxou e estava indo em direção a saída.
- Aonde vamos?
- Não precisa ficar com medo, não vou te sequestrar- ele cruzou os braços e deu aquele sorriso que deixava qualquer mulher sem ar.
Ele me levou até o mar, que por sinal é lindo a noite.
- Amanhã vamos embora né?
- Queria não, porque vamos voltar pra nossa rotina de sempre.
- Professores chatos, trabalhos, provas, uma chatice.
- Escola é chato. Faculdade deve ser mais interessante.
- Não muda muito. O bom é que na faculdade fazemos o que gostamos. Pretende fazer faculdade de quê?
- Ainda não sei ao certo, mas quero algo que tenha a ver com escrever.
- Você é uma garota completamente diferente daquilo que eu imaginava- ele me deu um olhar significativo, o que fez meu coração acelerar.

Poderia eu estar sentindo algo por ele? Ou seria apenas atração, afinal ele era lindo, atraente, sex... Nossa! Que novos sentimentos são esses?

Decisão finalOnde histórias criam vida. Descubra agora