Tudo certo

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Quando amanhã chegar eu estarei por conta própria
Me sentindo assustada com coisas que eu não conheço
Quando amanhã chegar, amanhã chegar
Amanhã chegar

Eu sei que a estrada é longa
Eu olho para céu
No escuro eu encontrei, eu paro e não vou voar
E ai eu canto junto, eu canto junto, então eu canto junto

Eu tenho tudo que eu preciso quando tenho a você e a mim
Olho ao meu redor e vejo que é uma vida boa
Estou presa no escuro mas você será como minha lanterna
Você me guia, me guia no meio da noite

Não consigo conter meu coração quando você brilha diante dos meus olhos
Não posso mentir, é uma vida boa
Estou presa no escuro mas você será como minha lanterna
Você me guia, me guia no meio da noite
Porque você é minha lanterna
É minha lanterna
Você é minha lanterna...

Cristian é minha lanterna que me guia no meio da escuridão. Quando estou com ele me sinto tão bem, nada mais importa. Apenas eu e ele, ele e eu. É certo que tenho medo do que desconheço, mas o que desconhecemos muda quem somos, muda como pensamos. É necessário nos permitir errar e acertar, conhecer, aprender. Isso faz parte da vida.

Meus pais me esperavam na sala depois da aula.
- Mel- meu pai disse.
- Eu mesma.
- Lucas vem passar as férias aqui.
- Sério mãe? E precisa de vocês dois para me darem a notícia?
- Na verdade, não é apenas isso que temos a dizer...
- O que mais?- interrompi meu pai.
- Nós vamos viajar juntos.
- Nós quem?
- Eu e sua mãe.
- Que bom. Estou tão feliz por vocês.
E estava mesmo. Tantas notícias boas e ainda meu irmão vai vir, com certeza ficaria comigo esse mês. Estava morrendo de saudades dele. A última vez que o vi, foi no ano passado. É claro que conversamos pelo skipe todo dia; mas não é a mesma coisa.

Fomos buscar Lucas no aeroporto. Meus pais vão viajar amanhã, para a segunda lua de mel.
- Que saudades de você maninha- Lucas disse me abraçando.
- Também senti muita falta sua.
Ele abraçou os pais também. Continuava o mesmo. Lucas é alto e bem magro, mas um magro atlético. Tem olhos verdes como os meus, porém tem cabelos castanhos.
Seguimos para o carro.
- Então Mel, arrumou muitos namorados por aí?
Fiquei morrendo de vergonha. Vê se isso é pergunta que se faça perto dos meus pais? Não contei a eles sobre Cristian ainda. Meus pais também aguardavam a resposta.
- Não.- menti.
O que meu irmão percebeu, já que me conhece muito bem. Lucas me deu aquele olhar de "depois conversamos". Tô ferrada- pensei.
Depois disso seguimos em silêncio até chegar em casa. Melhor assim.

-  Me conte tudo e não me esconda nada. - ordenou Lucas- quem é o garoto?
Contei sobre  Cristian. Vez ou outra Lucas murmurava para si mesmo.
- Quero conhecê-lo, para ver se eu o aprovo.
- Não agora Lucas. Melhor mais pra frente, ainda nem sei se vai dar certo ainda.
- Vou esperar, mais não por muito tempo. Ok?
- Ok. 
Carla chegou toda desesperada no quarto, mal notando que eu estava com Lucas.
- Mel, você não acredita!
- Se eu não sei o que é, como vou acreditar?
- A Tessa foi na minha casa pedir perdão.
- E o que você fez?
Lucas apenas nos observava em silêncio. Que milagre ele calado!
Olhei para ele. E foi aí que minha amiga o notou. Vi um ponto de interrogação em seu rosto e logo me adiantei a apresentá-los.
-  Carla, esse é Lucas, meu irmão. Lucas essa é Carla, minha amiga.
Eles se cumprimentaram. Vi um certo interesse entre eles, de ambas as partes. Acho que vou ter uma cunhada em breve. E ninguém melhor do que a Carla.
Lucas nos deixou a sós e seguiu para o seu antigo quarto.
- Então.
- Então eu aceitei seu pedido. Afinal ela reconheceu seu erro. Fiz certo?
- Claro! Se ela se mostrou arrependida porque não?
Estava feliz por elas, que bom que se entenderam.
- Agora mudando de assunto, seu irmão é um gato.
- Eu sei né!- brinquei.
Ela ficou calada por um tempo, como se estivesse botando seus pensamentos em ordem.
- Ele estuda na Itália né?
- Tá afim hein? Mas pode tirar o olho.
- Sério?
- Muito sério. Mas esse tem dona.- menti.
Seu semblante mudou completamente, agora estava espantada e séria. Coitadinha!
- Tô brincando Carla.
- Que bom! Agora tenho que ir. Nem comecei aquele trabalho de Matemática que o professor passou semana passada.
- Não acredito! Logo você?
- Acontece né!
Dizendo isso ela saiu do quarto. Mas instantaneamente Lucas  vinha entrando. Os dois deram um esbarrão daqueles. Carla já ia caindo, meu irmão rapidamente a segurou. Tô sentindo cheiro de romance no ar.
- Obrigada.- ela agradeceu.
- Por nada.
- Tchau Mel.
Agora sim ela foi embora. Lucas me olhava curiosamente.
- Essa garota estuda com você?
- Estuda. Porquê a pergunta?
- Nada não. Só curiosidade mesmo.
- Só curiosidade? Sei.
- Sério.
- Notei um interesse aí ou é imprensão minha?
- Imprensão sua.
- Imprensão  minha? Engano seu querido! Te conheço muito bem. - Esquece isso Mel.
Como esquecer isso. Se trata do meu irmão e da minha amiga. Não é fácil esquecer isso do nada. Mas depois íamos conversar sobre isso. Ele querendo ou não.

- Como está a faculdade meu filho.
- Boa mãe. Mas mal vejo a hora de me formar.
- Faltam apenas mais três anos. Não é muito tempo.
- É sim pai. Daqui a dois anos é você né Mel? .- Lucas perguntou olhando para mim.
- Estou tão ansiosa para que chegue logo.
- Ainda quer fazer faculdade de letras? - perguntou-me meu pai.
- Talvez. Não sei ao certo ainda. Uns dias atrás estive pensando em fazer jornalismo ou publicidade. O que acham?
- A decisão final é sua. O que você escolher vamos apoiar.

- Quero conhecer seus pais.
- Agora não Cristian. Melhor mais para frente.
- Porquê? Se podemos fazer isso agora? Está dando tão certo.
Dizendo isso ele beijou meus cabelos. Cristian tinha razão ou ainda está muito cedo? O que fazer?

Decisão finalOnde histórias criam vida. Descubra agora