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Thomas

Os dias se passavam mais empolgantes e fascinantes, eu só conseguia pensar "Ei, Thomas, o mundo não é muito melhor do que você imaginava?" e então, eu mesmo concordo comigo, meio inseguro e tímido, com um pequeno sorrisinho nos lábios. Lábios esses que Erick tinha beijado, e poxa vida, eu não entendo de beijo, mas foi o máximo!

Continuamos morando juntos por mais um tempinho, trocando beijos e ideias entre as conversas e claro, aprendendo coisas aqui e ali.

Quando finalmente tínhamos dinheiro, o inverno já tinha deixado bem claro quem é que mandava, apesar de não ter chegado a nevar, o que era uma pena. Fizemos as malas cheias de roupas de frio e partimos pro aeroporto. De ônibus, afinal a cidade que estávamos muito mal tinha rodoviária.

Estávamos nos bancos dos fundos e Erick olhava para trás, observando a cidade em que foi criado se afastando lentamente de nós dois, enquanto em contrapartida, nós aproximavamos no mesmo ritmo de seu amado irmão, que pelo que ele disse, não via há anos, tentei distraí-lo, algo que sem eu notar, se tornou a minha maneira preferida de ne distrair.

- Ei, ei, Eriiick. - O cutuquei, até que ele virasse pra mim, tentando parecer irritado, mas deixando um sorriso bobo surgir nos lábios. -NOVA YORK Lá é tipo, o lugar mais perigoso do mundo! - Ele piscou e concordou meio contrariado.

- Eu também não me imagino morando em cidade grande, tão cheio de gente e tecnologia. E gente tecnológica. Mas não acho que chegue a esse ponto. - Respondeu calmamente.

- Pessoas? Não, não, não! Não to falando disso, você já viu nos filmes? O mundo sempre começa a acabar por lá.

- Achei que não visse filmes. - Comentou.

- Eu vejo filmes. Geralmente não inteiros. Mas vejo.

- Você pode tipo... Pausar e voltar a ver depois... Bem você podia fazer isso com muita coisa.

- Ainda posso. - Ri, o cutucando de novo. - Eu já disse que você é incrível?

- Só umas mil vezes. O único incrível que vejo aqui é você.

- Você é bom, Erick. - respondi, fascinado. - Não a definição chata do dicionário, você é só... Bom... Vamos conseguir resolver o que houve com seus pais.

- Não sei se alguém bom faria aquilo... Mesmo que inconscientemente... - disse baixo, voltando os olhos na direção do meus. Eu adorava quando fazia aquilo, pois se for como dizem, os olhos são as portas da alma, e era como se eu estivesse recebendo a chave da porta que eu mais gostava.

- Você queria, ao menos, por apenas um dia, fugir, não é? Então... Se for como diz... Tirou deles as tais... Lembranças felizes... Para que não sofressem sentindo sua falta. - Ele assentiu, apesar de continuar com a culpa bem clara em si.- Claro que, seria melhor, sei lá uma boa conversa, mas se tem algo que sei é que o tempo não volta, pelo menos pra gente, vai que alguém consegue, ne - acariciei seu rosto com as costas da mão.

- Você é otimista demais...

- "Minha inteligência me fez pessimista, minha vontade me fez otimista" não tinha algo assim num dos livros que lê, então... - e ele ne correspondeu abrindo o sorriso mais precioso do mundo, não era perfeito como as jóias raras, mas era puro e único pra mim, e por favor, quem precisa de jóias?

Então me concentrei e deixei aquilo fluir, quando vi, uhu, tudo parado, finalmente dava pra se ver bem as coisas que antes quase pareciam riscos do lado de fora, estavamos passando entre as mostanhas que cercavam a cidade, entrelacei meus dedos aos de Erick, por baixo das luvas. então ele pode se mover também, sorri confiante pra ele.

- N-não faça isso de repente. - Disse sem jeito, meio corado, apesar de que, eu sei que ele jamais admitiria, o beijei, repetidas vezes curtindo bem o toque gostoso daqueles lábios que eu conhecia tão bem e mesmo assim queria conhecer mais e mais, ele retribuiu o beijo tímido da maneira que eu amava amar. Quando me senti sem fôlego, voltei a sentar normalmente, o olhei de novo, agora sim estava completamente vermelho e tenho certeza que eu também estava.

- Eu queria fazer isso no avião... Mas é muito arriscado, correndo o risco de cair e tudo mais.

- Tudo bem, eu gosto assim, dá pra ver novas partes das montanhas, que eu antes só via de uma direção.

- Ótimo! É assim que se fala! - Lentamente fiz com que tudo voltasse a correr da maneira normal. Mas não larguei sua mão pra isso. Eu e ele. Juntos. Correndo pra algum lugar novo en busca do bom e velho desconhecido.

Eu realmente não tinha do que reclamar.

As Folhas Que Só Nós Vimos (Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora