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Erick

Thomas estava no quarto desfazendo as malas, entrei, sentando-me ao seu lado, sobre a cama de solteiro em que se encontrava sentado.

- Ele é legal. - Disse. - O seu irmão, sabe?

- É... Ele é um daqueles caras legais que gosta de se fazer de babaca.

- Isso é ótimo! Geralmente são os babacas que se fazem de legais.

Ri, me aproximando de Thomas, eu não me sentia muito confortável sabendo que tinha tanta gente ao nosso entorno naquela cidade. Tanta gente como nós também... Querendo levar o Thomas. E ele nem precisava estar ali, a culpa começou a voltar, quem ama, protege, ne...? E bem, eu... O amo...

E pensar que ele não podia mais usar o seu querido dom, não na rua pelo menos, ou em qualquer lugar com câmera, não daria mais pra ver as folhas estatísticas no ar como naquele dia. Sentei-me ao seu lado ajudando a desfazer as malas, dobrando as roupas que ele tirava e pondo numa pilha, e senti ele se apoiando em mim.

- Erick, você é uma gracinha, eu te amo! - Disse parecendo um bobo alegre, senti meu rosto esquentar, aquilo foi meio do nada, como sempre.

- E-eu também te amo....

Ele sorriu se aninhando nos meus braços, o abracei de volta tímido.

- Ei, Erick agora da pra comprar aquele café, sabe, aquele cheio de doces e tal! Quer ir lá?

- Não, agora não... Bem... E então... Como se sente com tudo isso?

- Tudo isso Nova York ou tudo isso, seu irmão?

- Tudo isso, só tudo isso, também tem que lembrar que não da mais pra pausar o tempo por aí.

- Oh... Isso.... Bem, bem, vão-se os dons, ficam os Ericks. - e desfez o abraço voltando a tirar as roupas da mala. - Mas confesso que eu queria parar tudo e te beijar no meio daquela gente toda.

- Eu iria ficar bem sem graça com isso.

- Eu sei! Por que acha que eu queria? Você fica todo fofinho e desajeitado. -

Poxa vida, eu realmente espero que Dean e ele não comecem um complô contra mim.

- Que horrível, Thomas.

- Eu não disse horrível, disse fofinho e desajeitado.

Suspirei.

-Tente se dar bem com Dean... Não é tão difícil se você tiver paciência... Eu.... Bem, eu falei pra ele que somos amigos.... Então quero prepara-lo p-p-pra contar, você sabe, que não é bem isso....

- Eh? Mas continuamos amigos, Erick. Um casal de amigos! Então bem... você Não tá chegando a mentir, só a sei lá... Omitir.

- Isso parece algo astuto, Thomas. E meio maquiavélico.

- Obrigado!

- Não foi bem um elogio. - Disse sem graça, quando vi que a mala já estava vazia e que eu já havia dobrado a última peça de roupa. - Ah olha acabamos.

As Folhas Que Só Nós Vimos (Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora