Esse é um pequeno especial de dias dos namorados que pode-se ser visto se passando em qualquer momento entre o capítulo -1- e -3-. Ele não tem relevância pra história, é apenas um extra ou seja lá como preferir chamar :3 De qualquer forma espero que gostem.
Thomas e eu estávamos numa mesinha de madeira, daquelas de fazer piquinique em família, comendo pizza requentada (obrigado, senhora chefe do Thomas) e conversando sobre a vida, quando escutei meu celular apitar. Era uma mensagem de Dean.
"12/Jun
Feliz dia dos namorados! <3 se bem q te mandar isso é como desejar feliz dia dos pais a um órfão -qq"
-Olha, parece que hoje é dia dos namorados... - Confirmei.
- Aah sim, são Valentim. - Disse mordendo um pedaço de pizza. - Ele deve ter sido um cara que namorou um montão de gente ou algo assim, daí criaram esse dia.
- Eu realmente não acho que seja por isso. Bem, de qualquer forma é indifente pra mim.
E realmente era, quando criança não se liga pra isso, e na idade em que se começa a pensar nessas coisinhas eu acabei ficando mais isolado do mundo exterior.
- E então? - Thomas me encarou empolgado.
- Então...?
- Já namorou alguém?
- Nunca fui disso... E você? -Disse meio sem graça.
- Duas vezes... Mas faz tempo. E foi com crianças.
- Crianças....?
- Ah, mas tipo eu era criança também, então, ne... De boas, próxima pergunta, você já se apaixonou?
Parei um tempo refletindo, eu já cheguei a me apaixonar? Primeiramente o que seria se apaixonar...? Gostar muito de alguém e pensar nessa pessoa o tempo todo...? Será que livros contavam?
- Hm... Acho que... Ahn... Eu não sei. - Respondi, sincero.
- Você sempre da respostas tão vagas, Erick, não seja tímido, vai!
- É-é o que sinto! - Respondi irritado, encarando a pizza no prato, nem sei se algum dia vou me apaixonar. - e você?
Ele corou um pouco e mordeu mais um pedaço, mastigando lentamente, talvez pra evitar a pergunta.
- Bem... Tinha uma moça... Ela era linda, cheia de sardinhas, com o cabelo bem ruivo.... Tinha um sorriso gentil, sotaque islandês e era ótima no piano.
- Parece alguém legal... - Disse, me sentindo arrependido por perguntar, era um assunto meio... Estranho pra se falar, mas acabei por resolver ouvir a história até o final. Vai que agora mesmo ela estava em algum lugar esperando por ele. - Chegou a se declarar....?
- Sim... Sim! Várias vezes, dei flores, fiz cartões, até pedi pra casar... Mas ela sempre ria e dizia "que fofo" ou algo assim...
- Poxa, cara, que gelo...
- Bem, acho que é o normal. - ele coçou a própria bochecha, rindo relaxado.
- Eu não sei...
- Até porque, bem, eu tinha uns 7, 8 anos e ela era uns 20 anos mais velha do que eu!
Silêncio.
O que? Quando a ficha me caiu acabei por rir sem graça e quase derrubei o refrigerante que tomava.
- T-tá de sacanagem, ne? Seu apressado! - Disse entre as risadas.
- Se você visse como ela tocava Brilha, Brilha Estrelinha no piano não diria isso!
- Então... Deixa eu adivinhar, suas namoradinhas também foram coleguinhas de infância?
- Só uma! A mais recente tinha 11 e eu 13, já éramos pré-adolescentes!
- Por favor, pré-adolescentes são crianças que querem ser vistas como adolescentes sem ter as resposabilidades que temos.
- Aposto que daqui há uns anos, quando você for um adulto engravatado chato, vai dizer isso dos adolescente, em relação à adolescentes.
- Eu duvido muito, Thomas. - Bebi um pouco do refrigerante, e fiz uma expressão séria. - Eu não vou usar gravata.
- Hmmm, por que você é da roça?
- Ei, não chama de roça! Fale área rural!
E continuamos a rir despreocupadamente, mesmo com o tempo andando a todo vapor, num dia tão importante pra alguns, nós dois, alheios a tudo isso, apenas riamos. Por um momento quis roubar o poder de Thomas, só pra congelar tudo ao redor e prolongar um pouco mais aquele momento. Mas de qualquer forma, pausando ou não, nunca há tempo suficiente.
E então? Gostaram? Então uma boa notícia, se não houver nenhum imprevisto, o capítulo 4 sai sexta-feira que vem, por ser bem curtinho. \O/ Indiquem pra seus amigos, votem e comentem o que acharam desse extrazinho :D
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As Folhas Que Só Nós Vimos (Romance Gay)
Ficção AdolescenteErick Bondevik é um adolescente típico de uma família rígida de interior, tirando talvez, o fato nada típico de ele ter nascido com um dom mágico. Enquanto tenta lidar com sua vida um tanto quanto confusa e com as próprias inseguranças, se vê se red...