Depois daquele momento constrangedor, consegui desviar o olhar para a janela.
Não vi o que ele fez depois, apenas pude escutar ele caminhando até o fundo com passos apressados e fortes, como se estivesse com raiva.
Ele estava querendo me matar?
Porque fez isso?
Porque me olhou assim?
Estava com a horrível sensação de querer parar esse ônibus e sair correndo!, mas eu tinha um trabalho a fazer.Por que ele veio?...
–o que ta rolando aqui?-Jessyka perguntou com uma expressão que eu não sabia decifrar, pois eu nunca a tinha visto assim.
–como assim?- perguntei
–o que aconteceu agora!, esse olhar entre você e o Roy! O que foi isso?!...- seus olhos imploravam por uma resposta.
Por que ela agia dessa maneira?, o que ela tinha? Eu não estava reconhecendo.
–nada Jessyka!, não tem nada!, você sabe como a gente não se suporta, ele deve ter ficado encomodado tanto quanto eu de estar viajando no mesmo ônibus, só isso!- me virei para a janela um pouco encomoda.
Ela pareceu se conformar com a resposta, se calou por um tempo, mas logo já estava de joelhos no banco e começou a cantar cool for the summer de uma das cantoras preferidas dela.
O professor já revirou os olhos, sabia que Jessyka era um poço de energia imparável.
As pessoas que sabiam acompanhavam.
E alguns garotos faziam sons com os bancos e a boca.Ela conseguiu arrancar um sorriso de mim no meio daquilo tudo.
Tirei algumas fotos dos alunos, de onde estava mesmo, não queria levantar e arriscar encontrar os olhos de Roy em algum canto.
Do meu ângulo ele era invisível, o que me dava a sensação de que ele não estava aí.Depois de um tempo Jessyka se cansou, sentou novamente e amarrou seus cabelos, agora em um degradê de roxos, num coque.
Colocou seus fones e seus óculos escuros.
Vasculhou algo na sua mochila.
Um refrigerante.
Colocou o canudinho e começou a tomar, quieta como uma criança e sua mamadeira.
Ela sabia que eu não bebia refrigerante, fazia isso para me "provocar".–não adianta Jessyka, eu não vou tomar, nem se estiver morrendo de sede!
Ela aumentou o volume dos fones.
Revirei os olhos e voltei minha atenção à paisagem verde pela janela.
Chegariamos daqui a 3 horas.------------
3 horas depois...
Acordei do meu cochilo depois de sentir o ônibus parar.
Olhei pela janela, tinhamos chegado.
Senti uma dor na testa, por ter dormido encostada no vidro da janela.
Jessyka estava encostada em meu ombro, com a boca aberta e os óculos tortos.–Jessyka! Acorda, chegamos!
Ela acordou assustada e os óculos cairam no chão.
–o que?! Como!? Quando!?- olhou ao redor parecendo se lembrar aos poucos onde estava.
–você é confortável Angel, achei que estivesse deitada na minha almofada com plumas de ganso...-falou preguiçosa esfregando os olhos.
–bom por você que não tem uma bolha na testa...
–hun? Porque?
–então galerinha!! Chegamos!! É aqui que vocês vão passar os melhores dois dias que ninguém nunca vai oferecer novamente!
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Garoto Infernal
JugendliteraturAngel Park O que acontece quando você coloca amor e ódio na mesma questão? Nem tudo que planejamos acontece. O destino as vezes pode ser cruel. Ou não. Só você escolhe.