Jessyka
Desde pequena, Angel sempre foi minha melhor amiga.
Mesmo sendo tão diferentes, era nela que eu achava o equilíbrio da tranquilidade pelo caos que eu era.
Ela nunca me xingava ou repreendia pelos meus erros ou deslizes, apenas me aconselhava, e era isso que eu precisava.
Vivi por anos em ir até sua casa depois da escola, faziamos tantas coisas juntas que tinha certeza que ela era a melhor pessoa em minha vida.Mas Angel tinha várias pessoas em sua vida, era inteligente, tinha sonhos e planos, e corria atrás deles, e eu só acompanhava.
Sempre tive muitos amigos, falava com todos que via pela frente, mas em toda minha vida, nunca me senti compreendida, completa...
Até o dia em que minha mãe me obrigou a ir até aquelas aulas extras de matemática na escola.
cheguei lá e sentei com a cara amarrada, quando depois de um tempo senti alguém cutucar meu ombro.
- pode me emprestar um lápis?
Ele sorriu, e senti que todo meu mundo sumiu ao redor, e só existia ele, ali com um sorriso tão encantador.
Ele balançou a mão na minha frente me tirando dos devaneios.-oi?ta tudo bem?
Sorri envergonhada.
-ah claro, aqui- passei meu lápis, meu único lápis, mas não importava- eu só estava tentando lembrar de você, você não é daqui é?
-não- ele sorriu- me mudei pra cá esse ano, me chamo Natan- estendeu a mão- mas pode me chamar de Nate.
- Jessyka- sorri de volta.
Naquele dia voltei para casa me sentindo a garota mais feliz desse mundo!
Nunca tinha sentido isso antes, ninguém me causava isso, essa coisa de "borboletas no estomago".
De todos os namorados e ficantes que tive, nunca senti nada parecido, todos eles eram nada perto dele.
Ele era engraçado, e de tão inteligente ia nas aulas extras só pra reforçar o que já sabia, era atencioso e parecia saber de todos os assuntos possíveis.
Depois de algum tempo, meu passatempo favorito era ir naquelas chatas aulas extras para ver ele.
Era tudo tão diferente com ele, que eu não ousava contar o que eu sentia pra ninguém.
Eu só sabia pensar nele, minha vida se baseava em querer te-lo e eu tinha grandes esperanças de que ele também pudesse começar a gostar de mim.Até o dia em que eu decidi apresentar ele para a Angel...
Eles conversaram breve e normalmente.
Mas quando cheguei no outro dia e os vi conversando e rindo...senti como se eu estivesse atrapalhando alguma coisa, eles realmente formavam um lindo casal, e Nate tinha um brilho diferente nos olhos quando ela estava por perto.E assim começaram a se falar mais e mais, e no ano seguinte já estava na cara que teriam alguma coisa.
O único que me restou foi esquecer ele, e aceitar.
E o que eu via em Angel como amizade mudou, e de melhor amiga, ela se tornou apenas minha companheira.
E quando Roy chegou, vi nele a chance de me apaixonar de novo, fui atrevida, e puxei papo.
No começo, ele era um pouco legal, de um jeitinho meio desinteressado mas respondia sempre.
Me culpei no lugar dele, menti pra Angel, só para impressionar ele.
Ele não gostava da Angel, odiava esse seu jeitinho confrontador para com ele.
E isso me fez ter um alívio, alguém que não gostasse dela...Até o dia em que ele disse que queria se vingar dela.
Vi uma oportunidade, para mim uma brincadeira apenas.
Então sugeri um plano.
Onde Roy iria conquistar ela, de um jeito que eu sabia que iria funcionar.
Se fazendo do redimido.
Assim, quando ela se apaixona-se, ele iria convencer ela a terminar tudo com o Nate, e ele iria dar um pé na bunda dela.
Assim Roy se vingaria, e eu...eu não precisaria mais fingir felicidade por ela estar namorando Nate.
Mas com o tempo percebi que ele só sabia falar dela, me perguntava coisas, e só depois percebi que todo aquele ódio descompasado era algo a mais.
E tudo só ganhou forças quando Roy não estava seguindo com o plano, que era convence-la a terminar com Nate.
Eu o repreendia, e ele só sabia pedir tempo.
Angel também tinha mudado, eu não sabia quem era aquela garota que cometia erros, e não se importava com nada.
E então percebi que eu tinha feito a maior idiotice da minha vida.
Eles estavam apaixonados...
De verdade.
Mas tudo os impedia de estar juntos.
Esse plano era um dos motivos.
Esse plano era o motivo de tudo!!
Do meu erro, da minha ignorância, do acúmulo de raiva e decepção.
O motivo por agora duas pessoas se amarem, mas também que os faz sofrer.
Roy se apaixonou, e mudou.
Isso me fez enchergar, que o amor era maior que tudo.
Por isso decidi contar tudo na festa, por isso decidi me abrir.
Já era hora das mentiras acabarem.
_______________§______________
VOCÊ ESTÁ LENDO
Garoto Infernal
Teen FictionAngel Park O que acontece quando você coloca amor e ódio na mesma questão? Nem tudo que planejamos acontece. O destino as vezes pode ser cruel. Ou não. Só você escolhe.