Textos randômicos, entre contos e escritos que se provaram dignos de serem postados, podendo conter linguagem adulta e descrições explicitas. Ou não.
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I
Faltava meio mês para o grande transporte para a Espanha, e a tripulação já estava completamente formada, com o germânico Schmidt como braço direito da operação. Do porto de Havana, Esteban negociava nos mercados locais o carregamento restante de provisões para a viagem. Ele indicou ao comerciante qual era a parte do porto que estava atracado, onde seu pessoal se encarregaria de levar tudo para o interior da nau. Tudo fora arquitetado e executado com o maior cuidado, e confiava em sua ideia de disfarçar a escuna em um navio mercante comum de velas neutras. Arriscado, mas não tanto quanto navegar com uma frota de mercenários caros que chamaria mais atenção desnecessária.
Largou o saco escuro e amarrado com uma corda fina sobre o balcão do comerciante, fazendo todas as peças de seu interior sacudirem com o impacto, gerando o característico som de batida de moedas. O negócio estava fechado e o último preparativo finalizado. Todas as provisões necessárias, além de armamentos e munição, estavam adquiridas, e só restava aguardar que tudo estivesse em seu devido lugar e pronto. O que, em sua previsão, ocorreria no máximo em dez dias.
Havana nada mais era que um porto largo aos pés de uma floresta esverdeada de palmeiras elevadas, criando um cidade movimentada e feita de estruturas de pedra esbranquiçadas de detalhes vermelhos, que transmitiam a sensação de estarem ruindo sob o sol caribenho castigante.
Distante, afastada das tendas da grande feira portuária, uma mulher ruiva de vestido escarlate sorria para ele, tão atraente e irresistível quanto o mar de ventos amigáveis. O tecido de sua roupa balançava como a folhagem das palmeiras e transmitia uma sintonia com o próprio ambiente. Uma cortesã atrás de ricos navegadores, concluiu. Uma que valia a atenção que demandava.
Se dirigiu até ela, passando por um conjunto de casas de varandas floridas com a fachada amarela desgastada, se esgueirando pelos pedestres. Ela o encarava da rua diante de um muro de pedras cruas, relativamente isolada do movimento, o aguardando com uma expressão misteriosa. A dama era elegante e perfumada. Seus fios vermelhos numerosos se ondulavam pelo dorso e pendiam de acordo com o acariciar da brisa.
— Diga-me — ele se pronunciou ao estar perto o suficiente, parando diante dela —, por que me atrai tanto?
Esteban já havia usado essa mesma fala para se aproximar de outras cortesãs.
Sua face jovem era graciosa e meiga, despertando nele os desejos mais lascivos que um homem poderia sentir em suas fantasias. Ansiou por tê-la despida aos seus braços e desfrutar dos detalhes sublimes de sua pele.
— Porque sou uma das deusas do mar — ela respondeu de modo encantador, revelando uma verdade que não devia soar como segredo. — Uma Ninfa das Águas.
Pouco após, ambos adentraram uma abastada residência afastada, dentro da floresta de Havana. Aquela fora um dia propriedade de um senhor de terras das Índias Ocidentais, que Esteban comprou para de lá planejar as viagens. Em seu quarto iluminado pelas lamparinas, finalmente se deleitaria da formosa dama.