Nobody's Perfect - Dramione

19 - Darkness

Draco continuava em pé na frente do espelho olhando seu reflexo. Um homem quebrado...era isso o que ele era, e não tinha salvação para ele.

Sua vida era uma desgraça ambulante, não era apenas por sua luta constante contra o feitiço de vinculação ...não era isso o único que desgraçava sua existência.

" Naquela noite Draco foi torturado por cinco horas, os comensais intercalavam entre si, e diversas vezes lançavam os feitiços em conjunto. Draco pensou que ia enlouquecer, seu corpo convulsionava e dava espasmos, seu corpo estava coberto de sangue dos pés à cabeça, suportou mais crucios sem enlouquecer, do que qualquer pessoa que já foi escutada na história, não sabia se era por ter passado a se drogar, de fato nunca saberia o porque, mas suportou. Finalmente quando acabaram, ele não tinha pronunciado nenhum nome.

- Incrível, melhor do que eu pensava....Draco Malfoy tem uma resistência insuperável. Não disse uma palavra, o que me deixa bastante chateado.... Mas não deixa de me deixar impressionado, sua força de vontade e sua habilidade de oclumência. - disse o comensal se aproximando de Draco, deslizando sua varinha pelo braço dele, passando pela marca negra até chegar na tatuagem em sua mão - mas chegou a hora de ser criativo, vou te dar um presentinho ...um desse que milhares de homens ofereceriam suas vidas. - nisso ele pressionou a varinha e fez um conjuro na marca.  Draco começou a perceber uma sensação ardente em sua mão, que foi crescendo tão intensamente que chegou a ponto de pensar que estava pegando fogo. Dessa vez a dor foi tanta que acabou desmaiando, a última coisa que escutou foi a voz de seu avô gargalhando.

Depois de ter lançado o feitiço Lucius saiu do transe e foi empurrado até sua esposa, os dois olhavam o filho com dor no coração. Narcisa chorava enquanto via o comensal cabeça do grupo lançar crucios em Draco. Lucius olhava com uma careta de raiva e impotência. Lucius caminhou até seu filho, que se encontrava desacordado e o carregou nos braços até uma das habitações da Mansão.

- Ele vai ser um grande experimento Lucius, tire essa cara - disse seu sogro com um sorriso maníaco no rosto - ele será tão bom quanto Bella.

O presentinho de seu avô tardou em se manifestar, de fato só se deu conta um ano depois, do que tinham feito com ele. Foi mandado ao exílio, mas recebeu várias "missões " , seus pais estavam cativos em sua própria casa, por ninguém menos que seu avô. Essas missões consistiam basicamente em saquear algumas famílias de bruxos, mesmo os que não eram renomados, e isso lhe pareceu estranho. De início começou pois precisava de dinheiro, toda a fortuna de sua família tinha sido barrada.Quando matou a primeira vez, intuiu o que tinha sido incrustado nele. Draco estava condenado a sentir a dor da marca de vinculação, mas quando matou pela primeira vez, a dor diminuiu e logo seu corpo foi tomado por uma sensação de euforia que era estranha para ele, como se não viesse dele mesmo, e sim de outra pessoa. Sua mente o condenava por essa morte...mas seu corpo pedia mais, pedia que mais sangue fosse derramado por suas mãos. Era uma compulsão difícil de resistir, era satisfazer uma necessidade tão grande como a de vincular-se a Hermione. Demorou a cair a ficha e entender o que tinham feito com ele, mas finalmente o fez, e odiou saber que seria sempre manipulado a fazer o que os outros queriam. Sua indignação não teve limites, por um tempo perdeu a razão e se deixou dominar em seus próprios instintos, sendo comandado pela vontade de outro. Sua lógica e sua razão começaram a desmoronar, assim como sua moral. Passou meses matando homens,mulheres, crianças , idosos, bruxos ou trouxas, não importava. Estava embriagado pelo sangue, tentando saciar uma sede que o consumia pouco a pouco.
Seu avô estava satisfeito com seu experimento, estava tão louco quanto sua tia Bellatriz, e logo começou a fazer o trabalhos por conta própria.

Mas quando encontrava-se sozinho em seu quarto, onde era acolhido pela escuridão, depois da carnificina perpetuada por suas mãos, algo de razão entrava em sua cabeça e se dava conta do que tinha feito, e um arrependimento e angústia sem tamanho o assolavam pelas madrugadas, os rostos de suas vítimas e os gritos o perseguiam em pesadelos.

Eles o tinham transformado em um psicopata...um assassino, um animal que matava sem ter nenhum controle sobre suas ações.

Blásio era o único que sabia, e juntos trabalharam arduamente para controlar sua sede de sangue, que com o tempo diminuiu, mas seu corpo sofria..e sua mente também ....pensou que tinha enlouquecido.

Depois de tudo, Draco sabia que tinha sua parcela de culpa, foi apenas a mão executora involuntária dos desejos de seu avô. Mas o que lhe importava era livra-se  desse  feitiço , aliás dos dois. Mas não sabia qual maldição seu avô tinha usado.

Pensou em livra-se disso se suicidando, mas não, Draco não era um covarde. Não ia se ajoelhar e ver como eles ganhavam essa guerra, em pensar que antes sentia-se orgulhoso por estar do lado negro.

Logo que foi exilado, sentia a necessidade tanto da maldição de seu avô quanto a de Hermione. Então como um giro inesperado, o destino o colocou frente a frente com Pansy Parkinson, Theo Nott e Blasio Zabini. Que se encontravam em uma situação de merda, exilados como ele.

E ao parecer também sentiam sede de vingança.

Um Malfoy sempre pagava suas dívidas, o que significava que também as cobrava. E nesse caso era uma dívida moral.

Era necessário para ele derramar sangue...matar pessoas, tinha pesadelos quando o fazia, mas eles eram piores se não os concretizava. Mas um pingo de consciência o fazia não matar pessoas inocentes ... Aí que tiveram a ideia de criar MNPB. (Mal não passará em branco) E também as inicias de seus sobrenomes, apenas a última letra que não .

Já que Draco estava destinado a ser um maldito psicopata, ele o seria, mas em nome de todas as suas vítimas inocentes e para se vingar daqueles que foderam sua vida.

Toda ação tem uma reação ....mesmo com seu avô  morto, existiam suficientes comensais vivos e em liberdade para o manter ocupado e saciado pelo resto de sua vida.