25 - Hurricane

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-Quem era?- Pansy estava deitada em sua cama vendo TV, estava vestida com um comprido sobretudo de couro preto e botas de salto agulha,estava com as pernas cruzadas,comendo em um pote cheio de batatas com maionese. Theo tinha ido até a cozinha para buscar algo para beber,quando escutou seu celular vibrar.

-Malfoy- disse Theo entrando no quarto- Princesa, vou tomar uma ducha e vou sair de noite.

-Aonde você vai?- ela se incorporou sentando na cama imediatamente, totalmente alerta.

Quando Theo a chamava de Princesa era porque sabía que ela não ia gostar nada do que aconteceria a seguir. Tinham conversado pouco quando chegaram na casa. Pansy estava irritada porque ele se negava a lhe dizer sobre o que falava com Lunatica Lovegood. E Theo não queria dar asas à imaginação dela,assim que a evitava magistralmente.
O homem desapareceu o dia todo e logo reapareceu com uma bolsa de mantimentos, comeram em silêncio e começaram a ver TV. Não viviam juntos, de fato, ele só usava esse apartamento como depósito,em resumo,só ia ali uma ou duas vezes na semana para checa-la ou pegar alguma roupa,mesmo assim,tomava café da manhã quase todos os dias com ela, ficava com Pansy exatamente uma hora,nem um minuto mais e nem menos,fazia isso mesmo quando estava fora do país.Quase como um ritual. E se não ia,ligava ou lhe enviava algum presente.
Onde estava Theodore Nott o resto do tempo? O resto do tempo em que não trabalhava? só o cão sabia , Pansy imaginava que com o que ganhavam com M.N.P.B,poderia ter Theo a hora que quisesse,mas não, no geral dormia no Hotel Ritz (o mais luxuoso de Londres) ou em lugares que ele nunca mencionava. Quando estavam juntos, conversavam de coisas corriqueiras e faziam uma ou outra brincadeira, mas na maioria das vezes conversavam sobre trabalho e sobre M.N.P.B ou de qualquer outra coisa sem importância, jamais sobre os dois. Usualmente quando ambos estavam em casa, era isso que faziam, falar idiotices e quando a conversa terminava, viam televisão no meio de um silêncio incomodo. Durante todos esses anos foi o suficiente, ela apreciava a companhia, se sentia protegida, mas nos últimos meses, Pansy cansou de se fazer de desentendida e começou a assumir a realidade de seus sentimentos por ele. Tentou se enganar por muito tempo,mas não....ela nunca o tinha esquecido.

-Dessa vez não posso te dizer...Malfoy exigiu extrema discrição, não me espere amanhã para o café- disse ele enquanto entrava no banheiro.

Pansy se incorporou na cama e foi até o armário. Tirou algumas coisas, alguns jeans, uma jaqueta de couro, algumas cuecas e alguns shorts, além de duas facas para que ele guardasse em suas botas. Não precisava fazer isso, separar suas roupas, mas assumir essas pequenas tarefas domésticas, lhe davam algo a fazer para não pensar. Cada vez que ele saia em missão e não lhe contava aonde ia,Pansy sentia um nó na garganta.
Entrou no banho para recolher a roupa suja, tentou não olhar dentro do boxe, que tinha uma porta de vidro quadriculado, mas não pode evitar que seus olhos se desviassem, situações incomodas como essas aconteciam de vez em quando, mas os dois se faziam completamente de desentendidos.

O que se via através do vidro embaçado,era a silhueta de Theo de costas, esfregando o sabão, esse poderoso e esculpido corpo masculino que ela alguma vez teve sobre o seu, tendo sexo de modo sujo, selvagem e doce,quando ele queria ser. Uma pontada de desejo recorreu seu ventre, deixou a roupa limpa e fez um monte com a suja. Saiu imediatamente do banheiro,quase espantada.
Theo a escutou entrar, sentiu o aroma de seu perfume e em seguida se acalentou ao se imaginar sentindo cada centímetro de sua pele nua,explorando com seu nariz e boca,os lugares mais ocultos dela,inferno! Não tinha porque ficar imaginando, realmente havia acontecido, a exatamente cinco anos, antes do desastre, quando toda vez que podiam, se entregavam febrilmente um ao outro. Por um momento esteve tentado a virar-se para que ela o apreciasse em todo seu esplendor o efeito que causava nele, mas se conteve. Por mais que transasse com outras pessoas,a única que estava em sua mente era ela....só ela. Escutou a porta do banheiro se fechando, apoiou as mãos sobre a parede e fechou os olhos. Era muito difícil continuar nessa situação, talvez o melhor fosse que ele nunca mais voltasse a pisar ali.

Nobody's Perfect - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora