Capítulo 1

2.9K 117 32
                                    

Se tem uma coisa que eu aprendi é que, mesmo sentindo saudades da família e dos amigos, o momento em que você transforma um sonho em realidade não tem preço e vale todos os sacrifícios que você se propôs a fazer. Abrir mão de toda sua vida e ir atrás de um sonho pode ser loucura. Mas quer saber? Eu não me importo de ser julgada como louca. Nós possuímos apenas uma vida. Digo, o que eu tenho a perder? Temos mesmo que sonhar. Temos mesmo que ir para onde desejamos ir. Temos que fazer o que nosso coração manda. E quem me conhece sabe que meu coração sempre pertenceu a outro lugar. E, nesse momento, eu preciso admitir que estava com os nervos a flor da pele. Havia uma mistura de sentimentos dentro de mim que eu jamais saberia explicar em palavras. Sonhar todas as noites com algo, é fácil. Lutar por um sonho, é difícil. Mas complicado mesmo, é viver um sonho.

— Senhorita? — o segurança do aeroporto me chamou e eu tive que balançar a cabeça para ter certeza se eu estava ouvindo aquele idioma.

Isso era mesmo real? Segurei a alça da minha mochila com uma mão enquanto a outra puxava a enorme mala de carrinho. Eu não havia trazido muita coisa. Segui todos os conselhos da minha coordenadora, que havia dito que tudo aqui é bem em conta, e que, pelas coisas que eu compraria, logo iria querer me desfazer das coisas antigas.

Eu caminhava por aquele enorme corredor com um sorriso tão grande no rosto, que, com certeza, as pessoas que me olhavam me julgavam se eu era realmente normal. Porém, a última coisa nesse momento em que eu estava me preocupando era o que as pessoas estavam pensando sobre mim. Não demorou muito para que eu avistasse algumas das pessoas com que venho conversado a mais ou menos um mês por todos os meios de comunicações possíveis.

— Papai... É ela! — a garotinha com os cabelos dourados disse. Sua beleza era impecável.

Parecia uma boneca de porcelana que poderia quebrar facilmente. E, por um momento, eu lembrei de que, a partir de agora, seria minha responsabilidade não deixá-la quebrar. Porque agora eu era uma au pair. Em outras palavras, estou vivendo o sonho americano de muitas jovens de serem babás nos Estados Unidos. Um programa de intercâmbio que a cada dia que passa vem sendo escolhido cada vez mais por meninas de todo o mundo. Afinal, era perfeito. Você estuda no país escolhido, e, em troca, é babá em uma host family. Você mora com eles, e divide sua vida com a família escolhida por um ano. Ou por mais tempo, se desejar. Mas isso era algo a se pensar.

— Olá! — falei com meu melhor sorriso.

Eu estava apertando tanto a alça da minha mochila que eu tinha certeza de que a qualquer momento eu poderia arrebentá-la. North era a filha mais velha. Tinha sete anos. E, no mesmo momento em que eu pronunciei as minhas primeiras palavras em solo americano, ela soltou da mão de seu pai e veio me abraçar imediatamente. O carinho foi recíproco.

Desde que eu os escolhi como minha host family, sempre que possível, nós conversávamos, e North ficava sempre à frente querendo aparecer na tela do computador, querendo conversar comigo, sem deixar seus pais tirarem as dúvidas necessárias para que pudéssemos fazer o match.

— É um prazer te conhecer, Isabella. — Tyler disse, esticando a mão para me cumprimentar. E foi naquele momento em que eu tive a certeza de algo que dominava meus pensamentos desde sempre: os americanos eram os homens mais charmosos do mundo.

— O prazer é todo meu, Sr. Stan. — respondi sem graça. Eu estava extasiada com aquilo tudo. Sem dúvidas, demoraria muito para minha ficha cair e ver que aquilo era minha nova realidade. — Onde está a Sra. Stan e o bebê? — perguntei, notando que faltavam alguns membros da família.

— Em casa, à sua espera. — ele falou com um lindo sorriso em um tom de voz que pareceu me dopar. Eu apenas assenti com a cabeça.

A partir do momento em que você se inscreve no programa de intercâmbio de au pair, você fica com um perfil online onde as famílias procuram uma babá. E você tem toda a liberdade para escolher a melhor família para ser sua host family. Em um mês desde que eu havia me inscrito, apareceram três famílias. A primeira era de Minnesota, e tinha apenas uma criança. Até então tudo bem, tirando o fato de que Minnesota era considerada quase uma roça, e eu definitivamente não queria morar na área rural dos Estados Unidos. A segunda família, foi a família Stan. Moravam em San Diego, Califórnia, com duas crianças. E a terceira era de uma mãe solteira com quatro filhos. Sem dúvida nenhuma ela estava à procura de uma au pair pois estava enlouquecendo com as quatro crianças, e eu não queria enlouquecer. Escolhi a família Stan e, desde então, mantínhamos contato para eu ter certeza de que eles eram os certos para me acolherem. Nossas conversas duraram cerca de um mês, e, depois de algumas documentações resolvidas, eu estava embarcando.

Au Pair | Elizabeth Olsen & Sebastian StanOnde histórias criam vida. Descubra agora