Au Pair | Elizabeth Olsen & Sebastian Stan

Capítulo 12

QUÊ? — a voz de Perrie se exaltou assim como seus olhos quando eu terminei minhas palavras. — Não acredito que você transou com seu host dad! — ela disse com a voz ainda exaltada.

— Se eu quisesse que toda a lanchonete soubesse, eu subia na mesa e gritava. — disse, emburrada com Perrie, que soltou um desculpe, sendo perdoada em seguida.

— Izzy, você é pior do que eu pensava! — Kim disse boquiaberta e eu rolei os olhos.

— Vamos parar de falar isso na frente do bebê, gente... — Perrie dizia olhando para Nate, que estava no carrinho, quase dormindo. Eu estava almoçando com minhas amigas enquanto North estava na escola.

— O garoto não fala meia dúzia de palavras, Perrie, fala sério. — era vez de Kim rir e olhar para Nate.

Fui bombardeada de perguntas sobre meu caso com Tyler e eu quase me arrependi de ter contado para elas. Não era um assunto fácil de falar. Na verdade, não era nem para ter sido dito. Mas eu não aguentava mais. Simplesmente eu tinha chegado a um momento em que sentia algo entalado em minha garganta, queimando meu coração e rodando em minha mente. Eu precisava de verdade compartilhar isso com alguém e receber opinião alheias.

— Ah, Izzy, eu acho que foi errado, sim... — Perrie respondia minha pergunta. Eu apoiei meus cotovelos na mesa e Kim rebateu.

— Errado por quê? Pelo que eu entendi, o casamento é só fachada, nem tem mais um relacionamento ali. — isso também era verdade.

— Não importa, eles moram todos na mesma casa e têm as crianças ainda, foi falta de respeito, sei lá... — ter Perrie e Kim era como ter um anjinho e um diabinho. E aquilo só estava me deixando mais confusa.

Ao sair dali, eu fui rapidamente buscar North na escola. Viemos o caminho todo em silêncio. Eu bem que tentei puxar assunto com a pequena, mas ela só dava respostas curtas e sem animação. Percebi que algo estava errado quando dei a ideia de passar na sorveteria e a mesma recusou.

— Vou subir. — North disse cabisbaixa, arrastando sua mochila escada a cima. Apressei-me em preparar algo para que ela e o irmão comessem mais tarde e corri até o quarto da menina.

— Posso entrar? — dei leves batidas na porta e como não obtive resposta, entrei mesmo assim. North estava sentada em sua cama com perninhas de índio e encarava um filme qualquer que passava na televisão. — Adivinha o que eu acabei de colocar no forno? — perguntei com os olhos brilhando indo em direção a ela. North apenas deu de ombros, como se respondesse que não imaginava. — Um bolo! — falei, animada. — E eu bem acho que vou colocar uma calda de brigadeiro! — disse, mais animada ainda.

— Aquele doce do Brasil? — ela me olhou, porém, ainda cabisbaixa. Afirmei com a cabeça e sua atenção voltou para o filme. Sentei do lado de North e cruzei minhas pernas assim como ela.

— Poxa, North, o que houve? — disse, mexendo no cabelo da garotinha e tirando a franja de seus olhos. Ela apenas disse um nada bem baixinho. — Não acredito... — falei, cutucando a cintura dela. — Eu já fiz de tudo para você ficar feliz e você não fica. — cutuquei novamente. — Será que se eu te encher de cócegas funciona? — perguntei pensativa e logo vi um risinho preso no rosto da criança.

Sem mais delongas, comecei a fazer cócegas em North, que não parava de rir. Por um momento, a cena de Ty me fazendo cócegas veio a mente, mas logo espaireceu. Não era apropriado para o momento.

— Vem, vamos descer! — disse, puxando o braço de North.

— Não... — ela falou manhosa, se jogando na cama.

— Por favooor! — falei como se fosse uma criança. — Aí você me ajuda a fazer o brigadeiro e a gente conversa, que tal? — perguntei e finalmente convenci North.

Talvez apenas a palavra brigadeiro tivesse a animado, mas, pelo menos, eu havia conseguido arrancar não só um sorriso de seu rosto, como também ela de seu quarto. Coloquei um filme infantil na sala e deixei Nate no cercado enquanto eu e North fomos para a cozinha. Não sei ao certo do que eu achava mais graça, se era das gargalhadas contagiantes vindo do bebê na sala, ou de North toda desajeitada tentando cozinhar.

— Posso mexer? — ela perguntou e prontamente coloquei um banco alto para que ela pudesse mexer o brigadeiro no fogão. Deus me ajude para que nem Leah nem Ty chegassem aquela hora, se não ambos me matariam por aquilo.

— Agora me conta porque você está tão tristinha... — disse sem nem olhar para North enquanto guardava os ingredientes que havíamos usados. Não vi seu olhar, mas pude ouvir o suspiro da pequena e tive que insistir mais algumas vezes para que ela pudesse me contar.

— Promete que vai guardar segredo e não rir? — ela perguntou, encarando o brigadeiro. Eu apenas concordei e ela pediu para que eu terminasse. Logo fiz e a pequena se sentou em uma alta cadeira, apoiando seus bracinhos no balcão.

— Tem um menino na minha escola... — e antes que ela pudesse terminar, eu já soltei um aaaaawn, recebendo um olhar furioso de North. — Eu gosto dele e ele nem fala comigo. — ela cruzou os braços, mantendo seu olhar fixo para o nada. — E o pior é que ele gosta da minha amiga, Izzy! Poxa! — a cada palavra que North dava eu tinha vontade de apertar suas bochechas. — Ele só conversa comigo quando eu tô com ela... — disse, agora apoiando suas bochechas em suas mãos. — Isso é tão chato. — finalizou, fazendo uma carinha triste. Eu mal podia acreditar que minha criança estava tendo uma crise amorosa.

— North... — falei, indo em sua direção assim que desliguei o fogo. — Olha, eu sei que nada do que eu fale vai fazer você melhorar, ok? — disse, fazendo carinho em sua cabeça. — Mas poxa, você é uma menina tão linda... Você acha que não tem outros garotos que gostam de você? — perguntei e a menina negou com a cabeça. — Ah, fala sério! — disse, apertando seu nariz. — Duvido que você sendo uma menina tão legal, engraçada, com esses olhos claros, não tenha ninguém que goste de você! — falei, rindo.

— Ah... — ela se desfez da cara emburrada. — O menino que sentava atrás de mim falava que gostava de mim. — disse, marota. — Ele até fazia carinho no meu cabelo. — falou, sorrindo e fazendo com que eu sorrisse junto. Essa menina era encantadora.

Depois de conversar com North, como se eu realmente entendesse de muita coisa sobre o assunto, ela melhorou seu humor. Ajudei-a com os deveres e depois ambas demos banho no pequenino, dando tempo assim do bolo ficar pronto e nós quase acabarmos com metade dele.