Capítulo 1

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E foi assim que esperei, sempre lentamente, cada coisa ao seu tempo.

18 de abril de 2014

Hoje faz-se dois anos em que ela morreu. A cada canto dessa casa, a cada espaço eu a vejo. É triste você viver inerte em um vazio. Passei 365 dias, saindo somente para o necessário, já não havia vontade de conhecer o mundo lá fora, porque esse, era um sonho nosso. Não meu.

A cada dia, a saudade vai apertando-se mais, minha mãe me liga todos os dias, na tentativa fútil de fazer com que eu queira viver novamente. Não posso, eu não consigo. Aquela manhã de 18 de abril de 2013 , era para ser um dia magnífico, pretendíamos ir ao parque ao qual nos encontramos pela primeira vez.

-flashback on-

Era um dia incrível aquele em que nos conhecemos, estava ensolarado, e o perfume das flores , invadiam o meu nariz. Sentei ao seu lado na grama e comecei admirar o nada em que se encontrava a nossa frente, e por incrível que pareça , ela foi a primeira a quebrar o silêncio:

- Bonito o dia , não acha ? - Continuou olhando para imensidão de cores vívidas a sua frente.

- Sim, está maravilhoso. - disse em afirmativa.

- Como se pudéssemos até acreditar , que essa beleza durará para sempre. - Disse ela , falando um pouco mais distante do que deveria.

- E porque não acreditar?

- Porque não existe o para sempre, esse , ele sempre se vai.

- Será que é tão difícil? Acreditar que tudo isso , toda essa beleza possa ser apreciada por futuras gerações?

- Não, não acho difícil , acho impossível. - Nesse instante a olhei e me fascinei instantaneamente, seu olhos cor de âmbar, havia um brilho radiante , e a cor de seus cabelos ruivos,

descendo em cascatas pelos seus ombros. O brilho era tão intenso que me prendia a cada rajada de vento batendo-lhes. Instantaneamente fechei os olhos , aquele perfume , era o mais doce que poderia sentir , nunca havia sentindo nada parecido, a sensação que se apoderava de mim, fez com que eu ficasse zonzo momentaneamente, e foi ai que ela me perguntou:

- Porque você está aqui? Nesse exato momento? - Disse ela , voltando a fitar o horizonte .

- Não sei bem, eu apenas estou.

- Uma boa resposta, pois as pessoas geralmente tentam encontrar soluções, você apenas vive .

- Eh... E você gostaria de ir tomar café comigo? -

- Gostaria sim, mais como logo de cara , escolher café e não sorvete?

- Sei lá , apenas escolhi. -Disse-lhe fitando o horizonte que se encontrava a minha frente.

Ela havia soltado uma gargalhada , da qual fiquei extremamente encantado.

- Então vamos Sr. sei lá, vamos tomar um café. - Após isso, ela levantou-se em um sobressalto, e saiu quase correndo , logo atrás dela , eu estava a olhando admirado pela sua simplicidade, desde aquele momento, ela era a certa para mim, eu nunca havia estado tão certo em minha vida.

-Flashback off-

Tirando-me de meus pensamentos, ouço o telefone tocar :

- Alô?

Um novo recomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora