The fears (POV Rose)

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Estava sendo difícil para mim aguentar tudo, o acidente, o fato de eu estar morrendo, de que todas as pessoas que eu amo iriam me perder em questão de tempo. O que seria de mim sem as risadas em grupo, os jantares maravilhosos que Dimitri fazia para mim, a ida à casa de minha mãe todos os domingos? Eu viraria pó e como o resto das pessoas mortas não deixaria de ser só uma lembrança.
Minha avó tocou em meus obros, foi então que eu percebi que estava chorando.

- Você está bem? -perguntou ela.

-Eu... estou com medo, medo de acabar com minha morte, medo de continuar e ver que não é o que eu quero ou de me decepcionar com algo que eu não gostei.

- Entendo que está com medo, mas todos tempo isso. Até mesmo eu, irei lhe contar uma história.- ela se sentou ao meu lado. Continuei a chorar porém estava prestando atenção. - Quando eu era criança minha mãe sempre contava a história de uma garota, o nome dela era Anne ela viveu em um período da história onde era muito difícil, sabe na época da segunda Guerra mundial, aquela pequena garota que na época deveria de ter cerca de 12 anos ela foi uma menina muito corajosa, foi sim. Ela é sua família eram judeus, eles eram foragidos, várias pessoas morriam a toda hora e imagina o medo que ela não sentia de poder ser a próxima. Sua família conseguiu se esconder por 3 anos, aproximadamente, eles não podiam falar durante o dia então ela tirava esse tempo para escrever em seu diário, mas é óbvio que era ariscado eles quase foram pegos mas conseguiram se esconder dentro de um armário.

- E ela sobreviveu?

-Eii você sempre apresada como quando era criança comia o doce antes do salgado. - ela deu risada e continuou - em uma das noites um ladrão entrou na casa onde eles estavam escondidos e escutou barulhos, ele denunciou eles. Eles foram separados, ela deve ter ficado com muito medo assim como você de morrer, mas ela tinha uma coisa boa, sua irmã ficou um tempo com ela até ser morta. Infelizmente todos da família morreram exeto seu pai. Minha querida, eu lhe contei a história resumida porque eu queria lhe mostrar que outras pessoas já tiveram o mesmo medo que você tem. E muitos outros mas você não deve se preocupar não, se você morrer será lembrada e estará sempre no coração das pessoas e Dimitri com certeza nunca irá lhe esquecer. Uma coisa que ela dizia e que é uma coisa maravilhosa que me marcou muito foi "todo mundo tem dentro de si um fragmento de boas notícias. A boa notícia é que você não sabe quão extraordinária você pode ser! O quanto você pode amar! O que você pode escutar! E qual é o seu potencial"
Não estou comparando o seu caso com o dela, é lógico que ela passou por coisas horríveis e não seria digno comprar a você mas todos temos medos e nem por isso temos que desacreditar, se você não tem em quem confiar confie em sí mesmo agora.

- Você tem razão, você teve medos vovó?

- Sim, eu tinha medo de perder minha família,minha mãe principalmente. Foi difícil ver ela morrer e não poder fazer nada mas eu também morri e percebi que nem nós não podemos fazer nada, mas você pode e não entregue essa batalha assim. Tive outros medos como sofrer um acidente no trabalho que eu tinha e não poder mais ajudar a comprar comida para meus irmãos. Perder seu avô era um medo que eu sempre tive, nossos casamentos foram arranjados mas passamos a nos amar assim que nos conhecemos, ele era muito gentil e gracioso, já eu era mais desajeitada. Aprendi muito com ele e sou grata até hoje. Mas me diga uma coisa você já teve muitos medos durante sua vida não teve?

- Sim.

- Me fale os que você lembra. - ela disse sorrindo.

- Tinha medo de perder minha boneca favorita, mas esse medo passou assim que chorei tudo o que eu tinha quando vi meu pai queimando ela, tinha medo de estar sempre abaixo da minha irmã, desde pequena eles sempre falavam "sua irmã faz tudo isso e você nada, você deveria de ser mais como ela e não como a vadia da sua tia" aquilo doía lá no fundo para uma criança de cinco anos. Superei depois que eu percebi que eu nunca seria como ela porque eu sou eu e ela é ela não somos iguais, não existem pessoas iguais. Tinha medo que meus pais se separassem até ver e saber o animal que ele pode ser. Tenho medo de perder Lissa e Dimitri, até mesmo meu irmão que já me chamou de mãe em várias ocasiões. Aquilo doeu, eu amo muito ele mas eu não sou a mãe dele, por mais ausente que eles foram eu não posso ocupar este lugar, fala sério eu só tinha nove anos quando ele nasceu e já tinha que saber limpar a bunda dele, dar banho,dar de mama e botar pra dormir, minha irmã ajudava mas eu dava mais atenção, o primeiro Dentinho ele estava comigo, chorei de emoção quando achei, os primeiros passos, os choros de medo do aspirador de pó. Enfim são muitos mas muitos foram superáveis.

- Viu só? Todos os medos podemos superar, basta acreditarmos mais em nós mesmos.

- Tem razão, talvez seja isso. Preciso de um tempo para por os pensamentos no lugar.

- Já entendi eu irei para algum lugar nos vemos quando estiver melhor. Não esqueça que eu amo você minha princesa.

Love between genius and irritatedOnde histórias criam vida. Descubra agora