Coisas aleatórias (POV Rose)

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Busque amor novas artes, novo engenho para matar me, e novas esquivanças; que não pode tirar me as esperanças,que mal me tirará o que eu não tenho.
-Luís Camões.

- Vamos fazer um jogo?

- Conheço um divertido, se chama jogo do morto. Não tem muita graça agora que você está morta e eu estou morrendo. - dei risada - Que jogo você tem em mente?

- Podemos fazer assim - vovó estralou os dedos fazendo várias bolas aparecerem. - Quando jogarmos uma bola na outra em alguma parte do corpo que nos faça lembrar de um momento de nossas vidas contamos ele okay?

- Gostei, me parece legal! Eu topo.

Peguei uma bola amarela e com minha mira super "maravilhosa" tentei acertar vovó, a bola não passou nem perto dela.

A sua bola pegou em meu braço esquerdo.

- Isso me lembra a vez em que um menino na terceira série me puxou pelos braços me encurralando na parede para me beijar. Eu fiquei muito irritada e aranhei seu braço inteiro. A professora assim que viu me levou para a diretoria, quando eu contei a história ela acreditou e ficou brigando com o garoto. Ele tinha um amor platônico por mim, nunca me esqueceu. Tenho pena dele, se ele ao menos soubesse quem eu realmente sou e não a imagem que ele vê de mim seria melhor.

Consegui acetar ela na perna.

- Isso me lembra a vez em que apostaram comigo, quem subisse primeiro no me de laranja ganhava. Eu era rápida mas não com um sapato super escorregadio. Eu cai de lá de cima da árvore, fiz alguns pontos por isso.

Ela me acertou novamente, desta vez nos ombros.

- Isso me lembra o sonho em que eu tive com Dimitri, ele sempre passava as mãos pelo meu rosto até meus ombros antes de me beijar. Eles sempre acabavam com um beijo.

Aceitei ela no quadril.

- Isso me lembra minha primeira vez, ele era meio desajeitado e ficava apertando com força essa parte. Depois de um tempo passei a dizer que eu não era um pedaço de carne para ele amaciar.

Rimos disso, nunca imaginei vovó sendo grossa com o vovô.

Me virei para que ela não me acertasse, porém ela me acertou bem na canela.

- Isso me lembrou a vez em que eu era pequena e doida para andar de bicicleta, meu primo me levou junto com ele. Ele fazia duas viagens cada vez, indo até o mercado no começo da minha rua e depois voltando para fazer o mesmo com minha irmã. Na última vez que eu fui com ele eu estava tão empolgada que não cuidei onde meus pés estavam indo e eles foram para as rodas. A pele se rasgou, o osso estava aparecendo praticamente. Eu chorava com vontade, dava de escutar da minha casa que é uns 500 metros do local. Minha mãe ligou para todos da família que tinham carro para poder me levar para o hospital. Foi um dia engraçado, ainda tenho a cicatriz.

Peguei uma bola verde e consegui acertar sua bunda. Ela me olhou maliciosa. Ri de sua reação.

- Isso com certeza me fez lembrar do mexicano que era apaixonado por mim, quando nos encontravamos ele sempre segurava minha bunda e me beijava com fome, parecia que não tinha comida em casa. Quando seu avô ia viajar ele me fazia visitas. Nunca trai ele de ir para a cama mas eu e ele dávamos alguns beijinhos. Afinal só fiquei com o seu avô porque fui praticamente vendida, nunca pude ficar com o meu primeiro amor.

Senti pena dela, realmente. Na situação em que ela teve que viver, ela e vovó eram muito felizes e se amavam muito. Todos os elogiavam pela forma de como eles se davam tão bem, está certo que ela aprendeu a amar ele mas ela deixou de alguém que amava, para que? Uma vidinha infeliz que não a levou em nada.

Vovó me acertou nos seios, nesse momento eu gritei.

- céus eu lhe Machuquei?

- Não, é que eu lembrei de muita coisa junta.

- Está tudo bem? O que você lembrou?

- Dá vez em que Dimitri e eu estávamos quase... bom você sabe mas eu surtei e pedi para ele parar, eu estava transtornada chorando muito. Desde então não falamos mais naquele dia. Ele pareceu entender que havia algo que eu escondia e que eu não gostava de lembrar. Vovó podemos parar com o jogo?

Ela achou meu ponto fraco, eu estava prestes a chorar e ela sabia disso. concordou com a cabeça e me abraçou.

- Podemos trocar de brincadeira, a outra funciona assim. Tem vários cartões com palavras, eu pego uma e leio ela. Você fala o que vem em sua cabeça.

Sorri, ela estava fazendo o melhor que ela podia.

- Eu topo.

- Certo, hmm primeira palavra: Irmãos.

- Harry, ele é o irmão da Sophia. Ele é uma pessoa incrível, ela gosta muito dele mesmo eles sendo irmãos somente por parte de pai. Aparentemente o pai dela gostava de fazer filho, ela tem outro irmão, o garoto que ama ela e que já fez várias coisas ridículas para ficar com ela. Me lembra a Lissa, que se tornou uma irmã em pouco Tempo.

- Segunda palavra: amor.

- Dimitri - Tapei minha boca e ri - saiu automático.

- Quanto amor, terceira palavra: tesouro.

- Uma Família, ou pode ser o Kiko do chaves.

- Quarta palavra: Música.

- You and i, ela me lembra muito o Dimitri.

- Quinta palavra: Sentimento.

- Angústia.

- Sexta palavra: Casamento.

- Separação.

- Sétima palavra: sonho.

- WiFi de graça em todas as árvores.

- Oitava palavra: companheirismo.

- A maneira que Kike é com a Sophia sabendo de todos os seus defeitos e mesmo assim estando ao seu lado o tempo inteiro.

- Décima e última palavra: Filhos.

- Alegria da vida dos pais, o fruto de um amor que algum dia deu certo e que se tornou o maior presente que alguém pode ganhar.

Love between genius and irritatedOnde histórias criam vida. Descubra agora