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Acordei ao ouvir o barulho da porta.
- Hazel? Kyle? - me levantei e espiei pela porta.
- Anna, sou eu. - Hazel entrava segurando os saltos. - Cheguei! - sorriu.
Abri a porta e retribuí o sorriso.
- Trouxe um lanche que comprei no caminho com Mike. - sacudiu um saquinho marrom escuro com as inicias J.W.
- Que horas são? - bocejei e retirei o lanche das mãos dela.
- 07hrs10min. - olhou no relógio pendurado na parede da cozinha.
- Meu Deus. - esfreguei os olhos.
- Você parece um panda. - riu. - Não tirou a maquiagem ontem? Nem a roupa. - me olhou da cabeça aos pés.
- Eu não me importo. - abri o lanche e mordi um pedaço. Adorava bacon, mas estava sem gosto aquela manhã. - Onde está Kyle?
- Saiu, disse que ia procurar o tal amigo que levou Harry na festa e bater nele. - sentou-se na poltrona azul marinha e pousou os pés na mesinha de centro.
- Bater? - soltei um gemido. - Devia matar outra pessoa. - guardei o lanche e fui me sentar junto à Hazel.
- Realmente!
- Quem é Mike? - olhei pra ela que desviou o olhar.
- Meu crush. - riu fazendo um barulho engraçado.
- Odeio quem fala crush, você sabe, não é? - suspirei. - Você transou com ele? Sumiu ontem na festa.
- Não, não fizemos nada. Eu acabei bebendo muito e ele me ajudou, pior que não me recordo de nada. - esfregou as têmporas. - Estou com uma dor de cabeça horrível.
- Entendi. Espero que ele cuide de você. - me virei no sofá e apoiei a cabeça nas mãos.
- Mas me diga, o que aconteceu ontem com seu irmão?
- Ele não é meu irmão. - me irritei com ela, mas me controlei, ela não tinha culpa. Contei tudo e acabei em lágrimas, já ela me abraçava e dizia o tempo todo que um dia ele pagaria por ser tão cruel. Eu não acredito em justiça.
Durante todo o resto do dia eu permaneci deitada naquele sofá. As coisas não faziam sentido mais pra mim, eu queria ir pra casa e me trancar no meu quarto, queria estar ao lado da minha tia, queria correr dali, mas o que eu mais desejava naquele instante era não ter passado por nada ou simplesmente não existir fisicamente nesse mundo. A felicidade existia ou era apenas curtos momentos que só quem merecia conseguia usufruir? Eu já não sabia de nada. Hazel dormia no quarto ao lado e Kyle não havia chegado ainda. Me levantei do sofá que já não me era tão confortável e fui tomar um banho, ao me vestir e me sentir um pouco melhor me sentei na janela que ficava perto da sacada e observei o movimento das pessoas pela rua. Algumas pareciam tão felizes, riam com seus amigos e davam a impressão de que problemas não existiam no mundo delas. Algumas se pareciam comigo, transmitiam infelicidade e caminhavam sérias, sozinhas.
Fiquei durante longas horas ali, então ouvi meu celular tocar no quarto e levantei com o maior desânimo do mundo para atendê-lo. Ele vibrava sobre a mesinha e na tela um número que eu particularmente não conhecia.

- Anna Smith. Quem fala?

- Matthew.

- Quem passou meu número? - me sentei na cama e o primeiro nome que veio em minha mente foi o de Hazel.

- Tenho meus contatos. - riu.

- O que você quer? - acho que acabei sendo grossa.

- Nossa. - riu. - Quero uma companhia, quer sair comigo, senhorita Smith?

- Não sei, não estou muito bem. - suspirei.

- Quem sabe você se sinta melhor, vamos comer algo, um lanche ou até mesmo ir na sorveteria que abriu aqui na cidade.

- Hm, tudo bem. Que horas você vem? - olhei pela porta o relógio na parede.

Ele falou o horário e desligou. Me joguei para trás e pensei por um instante.
- Vamos lá, Anna. - respirei fundo. - Não destrua sua vida por causa daquele filho da puta do seu irmão. Mãe me perdoe, eu tive que falar um palavrão. - olhei para cima e pisquei. Eu sabia que minha mãe estava ali e sabia que me perdoaria. Nós não podíamos falar palavras feias em casa, nunca.
Corri até minha mala, eu fui a única que não guardei as roupas no closet. Odiava dobrar roupas. Joguei um vestido vermelho sobre a cama e peguei os saltos de Hazel, nós duas calçavámos 37, melhor pra mim.

Vamos viver a vida, Anna

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Vamos viver a vida, Anna. Hoje é o dia em que eu vou beber como Hazel e transar como Kyle. Eu mal conheço Matt, mas tenho certeza que não volto pra casa com uma DST. Retirei a camisinha da gaveta do criado-mudo e sorri maliciosamente.

NOTAS: Gente, me perdoeeee pelo capítulo meio bosta, sério. Acho que tive um ataque de pensamentos como os de Anna e acabei sem inspiração. PERDOE ESSA POBRE MENINA - LITERALMENTE POBRE.
Prometo melhorar e prometo não criar clichês - odeio clichês - e prometo também que vou criar uns capítulos mais elaborados. Pra quem não curte hot, quero avisar que eu escrevo detalhes e que espero que isso não influencie na leitura do livro em geral.
Bjs de luz :3

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