16 (Part. Harry)

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Acordei. A luz refletia pela janela do quarto e fazia com que meus olhos ardessem. Senti a presença de alguém ao meu lado e me virei, Matt dormia, os cabelos bagunçados, o abdomen à mostra e uma respiração suave. Eu só pude sorrir.
Me levantei e fui surpreendida com sua voz sonolenta me pedindo para ficar.
- Fingiu que estava dormindo? - ri.
- Não, você se levantou e eu acordei com o barulho. - me puxou para cama e me fez cair ao seu lado me dando um beijo carinhoso no rosto. - Você é linda.
- Eu sei disso. - brinquei.
- Anna, quero te apresentar para meu pai e meus irmãos. - abriu um largo sorriso.
- Não está muito cedo? - minha voz ficou trêmula ao pensar na possibilidade.
- Eles são legais e eu quero ficar com você. - sentou-se e segurou minhas duas mãos. - Eu pela primeira vez quero ficar com alguém. Sei que é cedo, mas eu estou me apaixonando cada dia mais pela Anna que eu estou tendo a chance de conhecer. E eu diria que te amo, mas eu não posso e talvez você entenda isso. Eu quero te fazer feliz e quero estar todos os dias ao seu lado. Se existir um segundo que eu não possa te ver sorrindo, será este o pior segundo da minha vida. - eu me afogava no azul dos olhos dele. Não sabia o que dizer e meu coração batia tão rapidamente que eu o sentia em meu peito.
- Tudo bem. - sorri. - Eu também quero ficar com você. E não existem segundos em que eu não vá sorrir se estiver ao seu lado.

- Eu não acredito nisso. - Kyle gritava no telefone e parecia furioso. - Nathan, você está envolvido com esse cara de novo? - deu um soco na parede e respirou fundo.
- Drogas. - disse Hazel enquanto digitava uma mensagem no seu celular.
- Sério? - olhei para Kyle e me surpreendi ao ver como ele havia mudado. Ele que sempre foi calmo e paciente, hoje parecia ter deixado a raiva tomar conta de todo seu ser.
- Engraçado Nath, se você não sair dessa esqueça que eu existo, entendeu? - desligou o telefone e pegou as chaves do carro. - Vou ver meu pai no hospital, quando ele melhorar levo as duas pra casa. - saiu batendo a porta.
- Nervosinho. - Hazel riu.
- Sr. Reed está melhor? - perguntei.
- Não, teve algumas complicações e ainda não acordou. - franziu o cenho. - Estranho, não?
- O quê, Haz? - a fitei, confusa.
- Nada. - riu. - To passando mal. - tapou o rosto com ambas as mãos e ficou imóvel por alguns minutos antes de se levantar e correr até o banheiro.
- Hazel? - vou até o banheiro atrás dela e a vejo inclinada na frente da pia. - Você está bem?
- Sim. - ela vomita novamente e limpa o rosto com uma das mãos. - Não. - ela me olha com preocupação. - Acho que estou grávida.

Harry

Harry não aguentava mais andar de um canto ao outro naquela sala de jantar imunda, desde que fugiu de Seattle se viu em um mundo completamente diferente do que achou que viveria, aliás, a liberdade não era tão doce como ele pensava.
- Eu odeio esse lugar. - passava o polegar nos móveis empoeirados e rangia de raiva. - Eu mereço algo melhor. - passou as mãos pelos cabelos castanhos escuros e suspirou. - Toca logo. - batia os pés no chão de madeira, irritado.
O telefone toca e Harry o pega angustiado.
- E ai? - pingos de suor escorriam por todo seu rosto.

- Ele é.

- Eu sabia. - Harry desliga e esmurra a mesa com raiva. - Ele mentiu pra mim.

Appear - Livro únicoOnde histórias criam vida. Descubra agora