Dois.

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RODRIGO.

Eu me perguntei incessantemente o porquê de eu estar parado na porta do seu camarim. Seu nome estava estampado na porta. Angel. Ou pelo menos, era o que estava na porta. Um rapaz me trouxe até aqui e avisou que eu a esperava. Ela pediu que eu aguardasse e aqui estou eu.

O que estou prestes a pedir. Pode ser meio louco para ela. Mas pra mim se tornou certeza no momento em que nossos olhares se cruzaram e ela dançou para mim. Sim. Para mim. Vai demorar pra que ela decida. Eu sou paciente. E sei como trazer pra mim o que quero da maneira certa. Só preciso ter muita paciência e tudo irá se encaixar. Ela irá aceitar.

Minutos depois, ela abre a porta e nossos olhares se cruzam e ficam presos um no outro. Ela precisa dizer sim. Dizia pra mim mesmo.

- Entre. - Pediu. A voz era altamente sensual. Eu entrei. Ela fechou a porta. - Queria falar comigo? Sente-se. - Apontou um pequeno sofá. Sentei depois de analisar seu pequeno, mas bem arrumado, espaço.

- Sou Rodrigo Evans. Acredito que Angel não seja seu verdadeiro nome. ,- Falei.

- Meu verdadeiro nome é realmente importante?

- Sim, quando se trata de negócios, sim. - Disse enquanto olhava diretamente em sua boca.

- Negócios? - Perguntou intrigada.

- Sim. Vou direto ao ponto. Eu vi você dançando, eu achei que você foi muito sensual e precisa, muito boa no que fez.

- Obrigada. Mas ainda não entendi aonde você quer chegar.

- Bom. Eu queria que você dançasse só pra mim.

- Temos dança reservada. É só reservar.

- Você não entendeu... Quero que dance exclusivamente para mim. Pelo menos em alguns dias da semana, ou no final de semana. Mas o lugar, ficará á combinar.

- Uma reserva. Eu entendi sim. É só...

- Então não entendeu. - Interrompi. - É uma espécie de posse. Por alguns dias, você será minha. Não precisamos ter relações sexuais se não se a vontade. Mas quero que dance pra mim, onde e como eu quiser.

- Posse? Eu não sou uma aquisição.

- Não disse que era. Dê o seu preço. Faremos um contrato e você será minha exclusiva.

- Está tentando me humilhar? Ou está brincando comigo?

- Estou querendo desfrutar do seu talento, da maneira que acho confortável pros dois. Já que eu não gosto muito de vir a clubes.

- Eu não vou dizer o que fazer com essa sua proposta idiota porque...

- Apenas pense. - Interrompi novamente e me levantei do sofá. - Aqui está meu cartão. Me ligue.

- Espera sentado.

- Você vai ligar. Eu estarei esperando. - Virei-me e sai. Fui pra casa sabendo que ela não irá me tirar da cabeça esta noite.

ANGELINA

Arrogante! Imbecil! Não acredito que me senti atraída por esse filho de uma puta! O que ele pensa que eu sou? Puta? Matt entra no camarim e eu posso sentir o cheiro da sua curiosidade.

- O que ele queria? - Os cílios postiços brilhantes quase me cegaram.

- Me humilhar! - A face de esmoreceu.

- Como assim? O que ele fez?

- Veio com uma proposta descabida! Pra que eu fosse exclusiva dele. Pra dançar pra ele quando e onde ele quisesse. Pediu que eu apresentasse meu preço! - A animação voltou.

- Ele pediu sexo?

- Disse que não precisava se eu não me sentisse confortável.

- Ele não pediu nada demais, docinho. Além do mais...

- O quê?

- Estou precisando de ajuda financeira.

- Como assim?

- O clube está meio caidinho. Apesar de ser muito famoso, a coisa ficou ruim. Não estou te obrigando a nada. Mas, se pudesse cobrar cinco mil por dança e dividir comigo o lucro, em um mês eu pagaria a dívida.

- Matt... O que você fez? Você não gastou tudo em besteira não é? Não me diga que o Paul aprontou de novo e você deu toda a sua poupança?

- Eu não dei, nada Angel. Dessa vez, ele roubou.

- O quê?! - Fico abismada.

Paul é o amante do Matt. Só vive se metendo em enrascadas e vive as custas do Matt. Agora ele o roubou! Filho da puta!

- Você denunciou?

- Sim... Mas não tem muito a fazer! Ele sumiu e esse dinheiro não foi depositado em conta nenhuma. E o advogado disse que ele pode muito bem jogar contra mim a autorização que eu havia dado pra ele sacar altas quantias.

- Porque você fez isso, Matt?! Porque não me perguntou primeiro?

- Eu não achei que ele fosse capaz de jogar tão sujo! Eu sou muito experiente em umas coisas. Mas eu amava aquele homem e eu entendi que amor era doar-se! - Foi em direção a porta e me olhou antes de sair. - Não precisa aceitar isso, Angel. É demais pra você e eu vou respeitar isso. Desculpe por ter pedido isso a você. Te amo, mon amour. Quando chegar em casa me avise.

.......

Em casa, eu não acreditei no que estava fazendo quando disquei o número dele e deixei chamar. Nem mesmo sabia se ele ainda estava acordado a esta hora. Mas eu precisava ajudar o Matt. Ele foi o único o que me ajudou quando eu mais precisei e bom... Todo mundo erra.

- Alô? Quem está falando?

- Angelina Campbell. Onde assino seu contrato?

- Eu sabia que iria ligar.

Filho da puta!

Filho da puta!

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