Três.

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ANGELINA

Eu tento, inutilmente acalmar-me enquanto espero ele poder me atender. Um frio percorre todo meu corpo. Parece que meu coração vai parar a qualquer segundo. Eu não devia estar tão nervosa. Tento me lembrar o motivo pelo qual irei sucumbir a essa proposta dos diabos. Ah é, o Matt.

Lembre-se só e exclusivamente que o Matt precisa de você.

É muito humilhante o que estou prestes a fazer, mas o que eu poderia fazer? Ele precisa de mim.

- Senhorita Campbell? - Alguém me chama.

- Sim?

- O senhor Evans está á sua espera.

- Obrigada. - Consigo dizer apesar de não saber se irei conseguir me manter em pé.

"Vamos lá, Angel. Um passo de cada vez." - Lembro do Matt me dizendo essas palavras e levanto. Um passo de cada vez até chegar em sua porta e bater.

- Entre. - Ele disse, eu entrei. - Bom te ver, senhorita. Sente-se.

Sento-me disposta a deixar claro que estou fazendo tudo isso porque meu amigo precisa.

- Eu só estou disposta a isso porque Matt precisa de mim, que fique claro.

- Matt? - Pergunta.

- O dono da boate. - Explico.

- Pensei que pertencesse a alguma mulher chamada Lolla.

- Longa história.

- Bom, o motivo não é muito importante agora. Só preciso que entremos em acordo sobre valor, horário e tudo mais. Dez mil por dança, está bom? - O dobro do que eu iria pedir. Eu quase disse que estava demais. Mas eu lembrei que estou quase me humilhando. Então, não. Não vou diminuir o valor.

- Ótimo. Quanto a lugar...

- No dia eu ligo informando onde eu quero te encontrar. - Me interrompe.

- Quais serão os dias?

- Você só dança na boate aos fins de semana. Eu te ligo. - Filho da puta!

- Certo. Não vai me dar nada pra assinar? - Pergunto desafiando-o.

- Estou confiando na sua palavra de que irá assumir o compromisso. - Ergue uma sobrancelha. - Quero te ver hoje á noite. Esse é o endereço do lugar onde quero te encontrar. - Me dá um papel onde está anotado, lugar e horário. - Vista algo vermelho e sensual. Tem algum pudor?

- Porque? - Pergunto intrigada.

- Quero te ver nua.

- Mas você disse que não iríamos transar.

- Não vamos transar. Só quero observar seu corpo.

- Tudo bem, eu acho.

- Bom, então estamos acertados? Estará lá hoje á noite?

- Sim. - Respondo. Que porra estou fazendo?

......

Algo vermelho. Foi o que ele pediu. Acho que isso vai servir. Eu vou ter que tirar mesmo. Uma cinta-liga com um espartilho tomara-que-caia. Meu cabelo cai em ondas suaves no meu ombro. Maquiagem leve. Batom na cor vinho. Um scarpin vermelho. Visto um sobretudo e saio para pegar um táxi.

Trinta minutos depois, estou em frente á um hotel muito chique. Deve ser o mais caro da cidade. Aviso na recepção que o "Senhor Evans" me espera. A moça muito simpática me diz que ele está na cobertura e me dá um cartão. Pego o elevador, minutos depois estou na cobertura. Paro na frente da porta e respiro por dez segundos. Passo o cartão e a porta destranca. Abro devagar e entro no quarto. Era sensual, o clima do quarto me deixou levemente excitada. Olhei ao redor e fiquei apaixonada por cada detalhe. Rodrigo apareceu de uma porta, presumi que fosse o banheiro, vestindo uma camisa azul de manga longa e uma calça jeans.

- Boa noite. Está pronta? Pode começar quando quiser.

- Tem alguma bebida? Quero beber algo antes.

- Sim, claro. Vinho?

- Pode ser.

O vinho era gostoso e depois de cinco taças. Eu me senti pronta de verdade. Ele sentou-se em uma poltrona com o copo de wisk na mão. Estava totalmente apetitoso. E aquela sensação de que ele poderia ter tudo de mim se quisesse. Tentei me controlar e conectei meu celular no aparelho de som. A música de Bruno Mars, Gorilla começou a tomar conta do ambiente. E eu comecei a dançar.

Ooh, eu tenho o corpo cheio de licor
Com uma carreira de cocaína
E estou me sentindo como se eu fosse trinta metros mais alto
Então relaxe, relaxe
Você está com suas pernas para cima no céu
Com o diabo em seus olhos
Me deixe ouvir você dizer que quer tudo
Diga isso agora, diga isso agora

Olha o que você está fazendo, olhe o que você fez
Mas nessa selva você não pode correr
Porque o que eu tenho para você
Eu prometo é mortal, você estará batendo no meu peito
Bang bang, gorila

Ooh, sim

Você e eu, baby, fazendo amor como gorilas
Você e eu, baby, fazendo amor como gorilas

Ele me devorava com os olhos. Eu adorava me sentir cobiçada por ele. E dancei ainda mais sensualmente, tirando cada peça de roupa devagar.

Sim, eu tenho um punhado de seu cabelo
Mas você não parece estar assustada
Você está sorrindo e me dizendo "papai, isto é seu"
Porque você sabe como eu gosto, seja uma amante safada
Se os vizinhos chamarem a polícia
Chamem a policia, chamem a SWAT, nós não paramos
Continuamos curtindo, enquanto eles batem à nossa porta
E você está gritando, "Dê isto para mim, querido
Dê isso para mim, filho da puta"

A música terminou, eu estava completamente nua e me sentindo extremamente excitada. E ele me olhava com desejo puro. Eu preciso ir embora, ou essa noite acabarei sendo paga por sexo também. Desliguei o aparelho de som e corri pro banheiro com as roupas, me vesti e coloquei o sobretudo por cima da lingerie.

- Aqui está seu pagamento. - Ele disse quando me avistou. - Obrigado.

Eu peguei o envelope que ele me entregava e sai do quarto de hotel, indo pra minha casa me sentindo totalmente confusa.

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