Nove.

7.3K 698 14
                                    

Amorinhos,

Só passando pra avisar novamente que esse livro não é dos grandes rs. Eu queria finalizar ele com dez capítulos mas a história se estendeu, então acho que dá pra ir até o quinze. Beijos e boa leitura ❤

E ah, não esqueçam de votar e comentar! 😘

P.S: vocês já devem ter percebido que sou louca pela Beyoncé, né? 😂


*********

Cabeça baixa
Enquanto eu vejo meus pés tocarem o chão
Olhos fechados
Eu me encontro apaixonada correndo pelo mundo
E eu estou encharcada em seu amor
E o amor estava bem no meu caminho, em meu alcance
E eu e você nos pertencemos
Eu quero correr e me atirar em você
Eu quero correr e me atirar em você
Ouvidos fechados
O que eu ouço ninguém precisa saber
Pois eu sei
Que o que temos merece primeiro lugar e vale ouro
E eu estou encharcada em seu amor
E

o amor estava bem no meu caminho, em meu alcance

E eu e você nos pertencemos

(Beyoncé - Smash into you)

ANGELINA

DOIS MESES DEPOIS

É incrível poder ver tudo indo tão bem em minha vida. Veja bem, eu nunca contei direito minha história. Vou começar a contar desde quando eu tinha vinte e três anos, há três anos atrás. Quando eu perdi tudo. Meus pais eram grandes empresários, iqntocáveis e eu era a princesinha que seria sucessora de todo sucesso. Estudei pra ser herdeira de todo nosso patrimônio. Mas como nada no mundo é perfeito. Meus pais não se contentaram com o dinheiro que tinha, na fome de ter mais, cometeram crimes. Crimes horríveis. E fugiram, deixando apenas uma declaração de que eu não sabia de nada e não era envolvida na parte suja do negócio. E então, depois de ter a polícia me investigando a torta e a direita, descobriram que eu não tinha nada a ver com os crimes dos meus pais, me deixaram viver em liberdade e com a ficha limpa, mas levaram tudo o que era meu. Casa, carro, dinheiro, tudo! Eu fiquei sem ter pra onde ir. Morei na rua um ano, lutando pra sobreviver e quando o Matt me encontrou, há dois anos atrás, eu já estava pensando em desistir da minha vida.

Essa sou eu. Apesar de toda regalia que tinha em minha vida, eu nunca fui uma patricinha chata. Sempre fui muito pé no chão e determinada e depois de tudo que vivi, estou ainda mais madura. Posso dizer que sei o quanto a vida pode ser difícil. Aprendi a dar valor a tudo que tenho porque amanhã posso não ter nada.

Meus pais? Eu nunca mais os vi. E não sei se quero vê-los.

Enfim. Dois meses já foram. Eu e o Rodrigo estamos cada vez mais entregues. Apesar de toda briga que temos porque Rodrigo tem ciúmes da minha sombra e já me pediu diversas vezes para parar de dançar. Eu sempre digo que não posso abandonar o Matt. Mas a verdade é que eu acabei me apaixonando pelos palcos e holofotes sobre mim. Não sei se consigo viver sem isso. E não consigo dizer a verdade pra ele, ele nunca entenderia.

Hoje é sábado, tenho um show solo. Olho novamente na direção do bar onde meu namorado mal-humorado bebe sua sexta dose de whisky puro. E eu não posso sair do backstage, o figurino é surpresa e sinceramente estou com medo de como Rodrigo irá reagir.

- Está na hora, meu doce. - Matt me avisa. Eu começo a tremer. Eu usava um body transparente vermelho cavado no bumbum. Uma bota vermelha até o joelho e eu usava meias brancas que iam até a coxa. Meu cabelo estava preso num coque que deixava todo o look com um ar sensual. A maquiagem era marcante e o batom era vinho. Quando as primeiras notas da música começaram a preencher o local, eu me preparei e comecei o show. Rodrigo não teve uma boa reação. Eu podia ver a forma como ele apertava o copo, iria quebrar e ele ia acabar machucando a mão.

Eu continuava a fazer a coreografia, tentando não deixar aquela reação dele me desestabilizar, mas estava difícil. Eu vi o copo quebrar na mão dele e quase cai. Disfarcei bem e continuei o que havia ensaiado. Então, quando terminou, Rodrigo sumiu na multidão que me aplaudia. Eu sorria, mas por dentro estava apreensiva. Quando finalmente consegui sair do palco, fui desesperada atrás dele e me deparei com ele parado em frente ao meu camarim. A mão enrolada em um pedaço de pano preto. Eu fui até ele devagar e o conduzi pra dentro do meu camarim, sem Rodrigo dar uma palavra.

- Sente-se, vou fazer um curativo na sua mão. - Pedi e ela obedeceu, ainda em silêncio.

Peguei a caixa de primeiros socorros e comecei a limpar a mão dele, depois de fazer todos os procedimentos, percebi que o corte não foi muito feio. Coloquei gaze e fixei com esparadrapo.

-Pronto. Melhor? - Pergunto na expectativa dele responder.

- Não estava doendo. - Disse depois de muito tempo.

- Rodrigo, o que quer que eu faça?

- Você não faria se eu pedisse.

- Quer que eu pare.

- Isso não foi uma pergunta.

- Não. Não foi. - Digo com dificuldade. - Eu não posso. Tenho que ajudar o Matt a se recuperar antes de ir embora.

- Sempre o Matt. Ele não pode tocar isso tudo com as próprias pernas, não é?

- Ele está passando por um momento difícil.

- E eu, Angelina? Onde eu fico com tudo isso? - Ele disse. Não gritava. Apenas falava e se controlava. Peguei sua mão boa e coloquei no meu peito, onde meu coração batia.

- Aqui. Você fica aqui. E isto pertence a você. - Digo com sua mão em meu coração que agora estava disparado.

- Angelina, você é dona do meu coração e alma. Mas não posso passar por isso. Eu odeio ver como todos eles te olham, como se fosse um maldito pedaço de carne e eu sei que você é mais que isso. Por favor, trabalhe comigo ou em qualquer outro lugar. Mas pare de dançar.

- Rodrigo, eu não posso. - Eu disse com a cabeça baixa. - Estou cansada de ter essa discussão. É sempre como você se sente... Não se importa com o que eu sinto? Sabe quanto Matt é importante pra mim e que ele precisa de mim. Então por favor... Você não sabe como era antes de ele me encontrar.

- Então me conte. Me explique. Eu quero entender. - O nó na minha garganta surgiu com força.

- Rodrigo eu... Por favor me entenda... Eu não posso! - Senti sua mão deslizar até estar longe do meu corpo. Ele levantou e foi em direção á porta.

- Eu também não posso. - Disse antes de virar as costas pra ir embora. As lágrimas ameaçaram cair e num momento de desespero, eu o chamei de volta.

- Não vá! Eu conto! Mas prometa que vai ficar do meu lado. - Ele parou e me olhou.

Respira Angelina. Eu dizia pra mim mesma.

- Eu prometo. - Ele disse e eu comecei a contar.

*********

A ExclusivaOnde histórias criam vida. Descubra agora